Dono de avião, Nobre diz que deixa todas as decisões na mão do piloto - Gazeta Esportiva
Dono de avião, Nobre diz que deixa todas as decisões na mão do piloto

Dono de avião, Nobre diz que deixa todas as decisões na mão do piloto

Gazeta Esportiva

Por Redação

05/12/2016 às 08:00

São Paulo, SP

Em participação no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, Paulo Nobre voltou a destacar toda sua solidariedade à Chapecoense e aos familiares que perderam parentes no trágico acidente aéreo que acabou causando a morte de 71 pessoas na última terça, já em território colombiano. O presidente palmeirense destacou a união de todos nesse momento e voltou a reforçar a necessidade de ajudar o clube catarinense nessa reconstrução.

“Quando acontece algo assim, não importa com quem e qual o país. Hoje a Chapecoense é o time que tem a maior torcida no mundo. O que foi feito na Colômbia não é normal. A comoção. E estou vendo uma preocupação muito grande para que a Chapecoense possa ter uma situação diferenciada, para se reerguer. Ela chegou por méritos próprios evai ser difícil, mas eu enho certeza absoluta que eles vão dar a volta por cima”, disse Nobre. “É muito importante essa ajuda dos clubes, porque é um caso muito extraordinário, especial, traumático”.

Paulo Nobre também revelou conversas que teve com seu piloto particular. O mandatário campeão Brasileiro desse ano tem um avião próprio e, diante das questões levantadas sobre as possíveis causas pela queda do Avro RJ85, da empresa Lumia, o dirigente buscou seu amigo especialista para tentar entender melhor o que pode ter acontecido.

“A gente pode ver que o número de acidentes são muito pequenos perto do número de voos. A maioria segue as regras. Mas eu perguntei para o meu piloto se essa questão do combustível é tão simples assim. E, pelo o que ele me falou, a princípio, é simples assim mesmo. E ai não tem mágica”, comentou, antes de relatar experiências de adversidade com sua tripulação a bordo de seu avião.

Paulo Nobre já usou seu avião particular para buscar Gabriel Jesus na Seleção Brasileira (Foto: Reprodução)
Paulo Nobre já usou seu avião particular para buscar Gabriel Jesus na Seleção Brasileira (Foto: Reprodução)


“Uma vez fiz um voo e meu piloto falou: ‘Olha, não estou me sentindo confortável com algo que apareceu aqui no painel’. E ele me fez voltar de voo comercial com meus convidados. Em outra oportunidade, eu voo muito por causa do rally, eu fui de avião e voltei de ônibus. E eu falo para o meu piloto: ‘Me permite insistir o quanto eu quiser, porque a palavra final é sempre sua. E ele é caxias, como deve ser todo piloto. Sendo assim, avião é superseguro”, disse, deixando claro que não teme por maiores problemas, desde que a manutenção da aeronave esteja em dia e haja confiança no piloto.

“Aviação é extremamente segura se você respeitar todos os protocolos que existem. E, normalmente, não sei em porcentagem, mas em 90% dos problemas a falha é humana, ou o erro é humano, seja por desconhecimento, desatenção ou irresponsabilidade”, disse, antes de voltar na temática da pane seca que acabou fazendo com que o avião da Chapecoense caísse antes de chegar ao destino.

“Com certeza absoluta a autonomia de um avião é de um ponto A para um ponto B mais um ponto C, que é uma alternativa. Ele precisa ter autonomia para essa alternativa. Eu tenho avião, uma tripulação que trabalha pra mim e um combinado que eu tenho com meu piloto é que a última palavra é sempre dele, por mais que eu possa ficar chateado”, ressaltou.

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Por fim, Paulo Nobre voltou a contar outro ponto da sua conversa com seu piloto em que eles abordam a recorrência da tentativa do avião da Lamia em ir da Bolívia à Medellín, na Colômbia, em a escala para abastecimento. Mas, para o presidente do Palmeiras, não se pode culpar a Chapecoense por ter contratado o serviço, independente desse histórico.

“Meu piloto comentou comigo que ele (o piloto da Lamia) já tinha feito essa viagem seis vezes, essa era a sétima, ou seja, ele já tinha arriscado e pego confiança em tomar esse risco. Isso acontece mais vezes, mas ninguém fica sabendo. A princípio, se o avião pousar e correr tudo bem, ele não precisa reportar nada. Meu piloto falou que se ele tivesse reportado a falta de combustível a multa seria gigantesca e ele talvez perderia a carta. Mas ai vai de você contratar pessoas responsáveis. E, vamos ser sinceros, quem que vai isso antes de fretar um avião ou vai ver o histórico da companhia? Ninguém”, ponderou, dando razão aos catarinenses, que fecharam com a Lamia por causa de um desconto de quase 50% e pelo currículo da empresa, que já transportou outros times e até seleções.

“Faz muita diferença, sim, em uma administração de um time de futebol, um voo muito mais caro ou muito mais barato. Ai você pega o histórico da empresa, muitas seleções, a própria pessoa que pilota é dona... Não vejo culpa em quem contratou”, concluiu.

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