Liverpool se interessa pela IA do Google para cobranças de escanteio - Gazeta Esportiva
Liverpool se interessa pela IA do Google para cobranças de escanteio

Liverpool se interessa pela IA do Google para cobranças de escanteio

Gazeta Esportiva

Por AFP

19/03/2024 às 19:47

São Paulo, SP

Especialistas do Liverpool colaboraram no desenvolvimento de uma nova ferramenta de inteligência artificial do Google para estudar as melhores táticas a serem seguidas nas cobranças de escanteio, segundo um estudo científico publicado nesta terça-feira.

No momento, porém, nenhum jogador do time de Anfield colocou em prática essas recomendações, que um especialista independente estima que ainda devam ser verificadas em campo. Os escanteios têm a particularidade de 'congelar' por alguns momentos o desenrolar de uma partida, que normalmente se caracteriza pela fluidez. Isso permite uma análise dos dados do momento e muitos clubes já estudam possíveis combinações para otimizar seu rendimento.

A DeepMind, subsidiária do Google dedicada à inteligência artificial (IA), revelou na revista Nature Communications uma nova ferramenta de assistência, TacticAI, que deve fornecer sugestões especialmente para as cobranças de escanteio. O estudo incluiu cinco especialistas do Liverpool.

A TacticAI possui combinações ideais para defender um escanteio, incluindo ajustes muito precisos em termos de situação e velocidade de execução. No estudo, os especialistas analisaram 50 combinações possíveis de escanteios e diante de cada uma delas houve uma escolha às cegas entre uma tática gerada pela inteligência artificial e outra já utilizada nos treinamentos.


Em 90% esses especialistas optaram pela opção proposta pela TacticAI, segundo o estudo. Isso seria uma prova de que a ferramenta de assistência é "capaz de fornecer sugestões úteis e concretas", disse à AFP Petar Velickovic, pesquisador da DeepMind e coautor do estudo.

"Ingrediente secreto"

O modelo de IA é baseado em dados "bastante rudimentares" de posições, velocidade, peso e altura dos jogadores da Premier League, explica ele.

Normalmente, os modelos de IA são treinados usando conjuntos de dados que chegam a bilhões. Mas no caso de escanteios são cobrados apenas algo em torno de 10 por jogo, e são disputados cerca de cem jogos em uma temporada.

A TacticAI usa um "ingrediente secreto", segundo Velickovic: o aprendizado geométrico profundo, que manipula virtualmente a orientação do campo de futebol para multiplicar o número de dados disponíveis. O sistema deverá ser adaptável a outros momentos do jogo, e também a outros esportes, segundo os pesquisadores.



O Liverpool já colaborou em outros projetos com a DeepMind, que originalmente era uma jovem empresa britânica antes de ser comprada pelo gigante Google. O cofundador da DeepMind, Demis Hassabis, também é "um grande torcedor" do lendário clube inglês, de acordo com o primeiro autor do estudo, Zhe Wang.

"Provavelmente veremos os clubes utilizarem técnicas semelhantes", acredita Velickovic.

Para Andy Harland, professor de Tecnologia Esportiva da Universidade Britânica de Loughborough, a utilidade da TacticAI durante uma partida apresenta mais dúvidas. "O seu valor só poderá ser verificado quando é utilizado nos jogos", disse à AFP, apontando um efeito adicional a levar em conta. "Se todos usarem a sua própria inteligência artificial", os efeitos poderão aniquilar-se mutuamente e se neutralizarem.

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