Fortaleza vence, fica mais distante do Z4 e afunda Cruzeiro em crise
Por Do correspondente Marcellus Madureira
12/06/2019 às 23:05 • Atualizado: 13/06/2019 às 01:01
Belo Horizonte, MG
Fora das quatro linhas escândalos seguidos, problemas financeiros, débitos, cobranças, situações estranhas pouco explicadas. Em campo, partidas ruins, um time pouco consistente e a pior defesa do Campeonato Brasileiro, com 16 tentos sofridos. O Cruzeiro tem oito tentos, na 15ª posição. Com o restante da rodada, porém, a Raposa pode entrar na zona de rebaixamento e passar toda Copa América em uma incômoda pressão. O resultado deixou o Fortaleza na 14ª colocação, com 10 pontos conquistados.
O Cruzeiro junta os cacos durante a parada para a Copa América para tentar recuperar dentro de campo. Fora dele às denuncias e problemas financeiros continuam assombrando a vida celeste. Vale ressaltar que logo após a competição de seleções no Brasil, a Raposa já terá um clássico em decisão das quartas de final da Copa do Brasil, nos dias 10 e 17, contra o Atlético.
Primeiro tempo
O Cruzeiro entrou em campo com uma série de problemas – sem analisar, inclusive, os fora das quatro linhas. Na direita, Edilson está contundido e na esquerda Egídio foi diagnosticado com dengue e, por isso, sem condições de vestir as cores azuis para ajudar no delicado momento. Além disso, na frente, o atacante titular, Fred, com edema na coxa direita também não foi para o jogo.
Para agravar a situação, o Cruzeiro levou apenas três minutos para sofrer o primeiro gol. Não foi possível fazer qualquer analise e a Raposa já tinha sofrido o tento. Após um vacilo geral da defesa celeste, iniciando com a falha na direita, com a marcação frouxa de Lucas Romero até a antecipação de André Luís sobre o zagueiro Léo e finalizando em Fábio que tentou se adiantar e viu a bola entrar no canto aberto.
O Cruzeiro então começou a jogar seu futebol. Colocar a bola no chão, trocar passes, mas encontrava problemas para fazer isso. Seu meio campo tinha Ariel Cabral que vivia noite apagada e Pedro Rocha também não contribuía. Ainda assim, as trocas de passes eram o fator que ajudavam o time de Mano Menezes. O Fortaleza, todavia, preenchia bem os espaços e não facilitava.
Aos 10, a Raposa chegou ao empate. Com uma subida em velocidade, trocando passes, valorizando a posse de bola, a redonda chegou em Pedro Rocha que deixou a pepita para Sassá. O atacante levou para a perna direita e chutou, aproveitando um desvio para vencer o goleiro.
A partida ficou muito igual no meio campo. O Cruzeiro tinha problemas nas laterais, mas conseguia igualar a situação de meio campo e assim segurava bem o jogo.
Aos 16, em cobrança de falta de Juninho, a redonda chegou para Nathan que desviou de cabeça e, se não fosse o goleiro Fábio, a Raposa teria levado o segundo gol. O arqueiro celeste ainda viu a redonda bater na trave antes de sair.
O lado direito do Cruzeiro, porém, seguia problemático. O time azul não conseguia marcar com eficiência e o técnico Rogério Ceni percebeu a deficiência para forçar jogadas por ali.
Um dos pilares da equipe celeste, Thiago Neves, também não fazia uma boa apresentação. O camisa 10 fazia um duelo apagado, sem conseguir uma boa jogada para contribuir.
Aos 46, o Cruzeiro sofreu o segundo gol. Desta vez em cruzamento pela esquerda, André Luís teve uma tranquilidade incrível para desviar de cabeça e colocar a redonda para o fundo das redes.
Segundo tempo
O técnico Mano Menezes fez uma alteração na volta do intervalo. O treinador colocou Jadson no lugar de Ariel Cabral que fazia apresentação muito ruim. Pelos lados, nas alas, não existem reservas.
O Cruzeiro voltou para o jogo com uma melhora em campo. A equipe conseguiu espremer o Fortaleza contra o campo defensivo e trocava passes em busca do empate. Isso, no entanto, fazia com que os espaços para os contra-ataques acontecessem.
Apesar de ter mais a bola, o Cruzeiro não conseguia criar algo claro, uma chance realmente boa para chegar ao empate. Duas vezes chegou com algum perigo, mas não finalizou.
O Fortaleza sofreu um duro golpe aos 19, quando Nathan foi expulso após segurar Sassá no meio campo, como já estava amarelado levou o segundo e o vermelho em seguida. Foi o terceiro jogo consecutivo do time de Rogério Ceni com um a menos em campo.
Com um a menos, Mano Menezes colocou seu time mais ofensivo. Tirou o lateral-esquerdo Dodô e colocou Marquinhos Gabriel em campo. O time celeste seria ofensividade pura para evitar mais uma derrota no Brasileirão.
A maneira encontrada pelo Fortaleza para se segurar em campo foi trocar passes. A equipe passou longos minutos passando a bola de pé em pé, sem afobar em campo, tentando ter a redonda para evitar algo pior.
Aos 36 o Cruzeiro criou uma bela jogada. Marquinhos Gabriel, na ponta esquerda, conseguiu livrar-se de dois marcadores e invadiu a área, mas antes deixou outro zagueiro no chão com um belo drible. Ele fez o passe para Robinho que deixou outro defensor caído e fez o passe para Romero que também derrubou outro com jogo de corpo. Um meia conseguiu recuperar no momento do cruzamento e tirou a redonda.
A pressão do Cruzeiro estava terrível. Os defensores se viravam como podiam. Aos 40, Thiago Neves recebeu na frente, mas a bola caiu na perna direita e a finalização ficou mais fácil para o goleiro, mas a redonda foi para escanteio.
O Cruzeiro seguiu pressionando, mas o Fortaleza conseguiu segurar e garantiu os três pontos.
FICHA TÉCNICA
FORTALEZA 2 X 1 CRUZEIRO
Local: Estádio Castelão, Fortaleza
Data: 12 de junho (Quarta-feira)
Horário: 21h (de Brasília)
Árbitro: Heber Roberto Lopes (SC)
Assistentes: Alex dos Santos (SC) e Eder Alexandre (SC)
Gols: André Luís, aos 2 e aos 45 do primeiro tempo (Fortaleza); Sassá, aos 10 do primeiro tempo (Cruzeiro)
Cartões Amarelos: Nathan (2) (Fortaleza); Lucas Romero, Dedé, Léo, Dodô, Ariel Cabral, Robinho (Cruzeiro)
Cartão vermelho: Nathan (Fortaleza)
FORTALEZA – Felipe Alves; Gabriel Dias, Quintero, Nathan, Carlinhos; Felipe, Juninho; Dodô, Romarinho (Derley), Marcinho (Matheus Alessandro), André Luís, Tinga.
Técnico: Rogério Ceni.
CRUZEIRO – Fábio; Lucas Romero, Dedé, Léo e Dodô (Marquinhos Gabriel); Henrique e Ariel Cabral (Jadson); Robinho, Thiago Neves e Pedro Rocha; Sassá (Raniel).
Técnico: Mano Menezes