Vítor Pereira revela frustração por resultado e invasões após classificação do Corinthians: "Isso não é futebol" - Gazeta Esportiva
Vítor Pereira revela frustração por resultado e invasões após classificação do Corinthians: "Isso não é futebol"

Vítor Pereira revela frustração por resultado e invasões após classificação do Corinthians: "Isso não é futebol"

Gazeta Esportiva

Por Marina Bufon

14/07/2022 às 00:40

São Paulo, SP

O técnico Vítor Pereira apareceu desanimado na sala de coletiva de imprensa da Vila Belmiro, após a derrota por 1 a 0 para o Santos. Mesmo classificado para as quartas de final da Copa do Brasil com esse resultado (o Corinthians venceu por 4 a 0 na ida), o português ficou muito frustrado por conta dos incidentes logo após o apito final.

“Apesar da classificação, não estou com grande vontade de falar, só do que se passou em termos de jogo, porque não comento nada fora, nenhum comentário, porque não é o futebol que eu gosto, que é o futebol jogado", iniciou e, em outro momento, comentou novamente o assunto:

“Já vivi situações idênticas. Isso não é futebol, não pode ser isso. Eu não posso vir aqui e fazer muitos comentários, mas isso não é futebol. As pessoas não podem ver o futebol dessa forma. Muita frustração. O Santos não está passando por uma fase boa, mas não se pode passar dos limites. Tem que se tomar medidas, porque senão deixamos de ter segurança”.

Vítor Pereira também analisou o jogo. "Viemos aqui com uma vantagem grande, buscamos gerir um pouco alguns jogadores para o próximo jogo. Alguns não têm tido muita oportunidade de jogar, Roni e Bruno Melo fizeram um bom jogo, que não têm jogado tanto. Roni, que sempre é criticado, fez um grande jogo. Dei alguns minutos a alguns miúdos. Poderíamos ter feito um gol com Giovane, mas é natural que haja um pouco de ansiedade e ele acabou não fazendo o gol. Não fiquei muito satisfeito com o resultado, mas depois o resto já não… Deixo vocês… Não me identifico. Deixo a vocês, jornalistas, e as pessoas que têm para discutir esses problemas", falou.

Agora, o Corinthians volta suas atenções para o Campeonato Brasileiro, no qual está na segunda posição, com 29 pontos, apenas a um do líder Palmeiras. No próximo sábado, o time visita o Ceará, às 21h (de Brasília), no Castelão, pela 17ª rodada.




Veja outros trechos da coletiva de Vítor Pereira:

Rodízio de jogadores

“O Róger tem que ser gerido, vamos à Fortaleza, mas temos que gerir. Naturalmente, com as substituições, elas foram no sentido de gerir alguns jogadores para estarmos competitivos no próximo jogo, para estarem frescos, mais ou menos em condições de jogar. O Giuliano tem quase sido obrigado a jogar os jogos todos, o Róger também. Quisemos pensar já no próximo jogo. Acabamos por sofrer um pênalti, mas defensivamente controlamos o jogo e em um ou outro contra-ataque poderíamos ter feito (gol). O jogo foi controlado, com exceção do momento do pênalti”.

Missão cumprida?

“Nós, naturalmente, perdemos qualidade ofensiva do nosso jogo, mas continuamos a ser uma equipe competitiva, exceto contra o Fluminense, não havia outra possibilidade. Mas quando jogamos com uma equipe de mais qualidade, competimos sempre, somos competitivos, é difícil (vencer), não da forma que gostaria, mas com uma consistência defensiva grande e fazendo gols. Com essa gente que está para voltar, as opções de jogo vão ser melhores”.

Sequência difícil

“Nós tivemos muito tempo sem alguns jogadores importantes, não vou aqui lembrar os nomes todos, mas muitos importantes, e fomos numa sequência de decisões. Acredito que, com a vinda de mais jogadores, vamos ter mais soluções e, assim, a gestão física pode ser melhor. São jogadores com qualidade técnica e vão dar uma dinâmica, maior qualidade técnica e dinâmica do ponto de vista ofensivo, ter mais bola. Eu não sou um treinador que gosto de ver a outra equipe com bola e a nossa não, não é um jogo que me entusiasma, mas foi um jogo que fomos obrigados a fazer para dar resposta nesta sequência de jogos, com determinação e organização… Já estou pensando no próximo jogo”.

Raul

“Tem que ter mais juízo, mais maturidade não só tática, mas emocional. Se quiser mais qualidade, precisa ter mais maturidade, se quiser passar para outro patamar. E ele tem qualidades para ir para outro nível. É um miúdo, precisa aprender com os erros e ter mais calma”.

E os gols?

“Por tudo que falei, porque perdemos soluções em termos de ataque. O Willian é muito importante para nós, assim como Mantuan. Jr Moraes está fora, o Mosquito estava há muito tempo. Estávamos numa sequência que o Adson teve que jogar, e ele não tem um físico muito forte. O Róger tem sido obrigado a jogar sempre. É natural que cause alguma fadiga. Tivemos o Du Queiroz fora, o Renato e Maycon há muito tempo fora. Os jogadores que dão qualidade ao grupo, ofensiva. Fagner também. João Victor foi embora, Jô também. Vamos fazer gols quando tivermos outros argumentos, temos que dar essa resposta ofensivamente”.

Como enxerga o futebol brasileiro

“Muitos jogadores de qualidade, boas equipes, bons treinadores, alguns trabalhos muito interessantes, um calendário absurdo, que não permite jogos… As equipes poderiam jogar com muito mais qualidade se os jogadores pudessem descansar, e não essa sobrevivência. E isso (invasões) acontece muitas vezes aqui não sei por quê, não vejo muitas situações dessas na Europa, tem que se tomar medidas. Poderia ser de um nível muito mais alto”.

Renato Augusto e outros desfalques

“Eu não faço parte do Departamento Médico, não é minha área, mas engraçado que eu tive uma lesão na minha carreira no músculo que fica dentro dos gêmeos. Eu disse ao Renato que já tive essa lesão e foi das mais difíceis, porque toda vez que coloca o pé no chão, dá a sensação que vai rasgar. Quando tentou voltar, voltou a sentir dor, voltou para trás, a dor continuou ali. Sinceramente, não podemos arriscar, depois vem a parte física. Quando deixar de sentir dor, que é uma dor muito chata, vai ter que se condicionar fisicamente. Eu espero que venha a tempo de nos ajudar (na Libertadores). Willian, Fagner igual. Maycon já está em um processo mais adiantado, espero poder contar com ele no treino amanhã (quinta), só que não está condicionado também. Vamos tentar chegar às eliminatórias com mais soluções e uma equipe mais forte, que não seja só uma equipe para defender, mas com um processo ofensivo que esteja à altura”.

Suspenso do próximo jogo

“Isso é completamente impossível (não viajar). Eu estou cansado, não há dúvida nenhuma, porque os dois jogos, da Bombonera e com o Flamengo, tirou um pouco de energia, mas o primeiro dia depois do jogo é muito difícil, mas o segundo dia é um pouco melhor e no terceiro já… Não sou só eu, os outros treinadores também devem ser assim. Tenho que me controlar mais um pouco, meu sistema nervoso, meu emocional. Tenho que começar… Não vale a pena (discutir com a arbitragem), é melhor concentrar no jogo, preparar a equipe o melhor possível para chegar à semi (da Libertadores). Confio totalmente nos jogadores, nas lideranças dentro da equipe, portanto, não vão precisar de mim (contra o Ceará)”.

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