"Eu não conheço a rotina diária de trabalho do Sampaoli, é um grande treinador, renomado, indiscutível pelos resultados que apresentou. Eu entendo um pouco de comportamento e de gestão, e o que vejo é que o nível de paciência com os treinadores está baixo. Você vai lembrar que o Santos tomou cinco do Ituano, quatro do Botafogo, caiu para o River Plate do Uruguai na Sul-Americana, caiu para o Corinthians na semifinal do Paulista, e ele teve continuidade. Esse é um fator que tem que ser contabilizado e às vezes passa despercebido. A bola que levanto é: se fosse um treinador brasileiro, teria tido essa continuidade? Eu sou defensor dessa continuidade".
O comportamento dos dirigentes em relação aos pedidos de Jorge Sampaoli também foi abordado pelo comandante corintiano, que tem sofrido com a carência de opções em seu atual elenco.
"No Atlético-MG, além do tempo de trabalho, quantos jogadores foram contratados? Quantos foram colocados à parte, porque não serviam para o estilo de jogo? O comparativo é ruim porque sempre alguém sai perdendo. Existem argumentos pró e contra, mas só mostra que precisamos de continuidade e o apoio de quem está envolvido no dia a dia. O que baliza o futebol brasileiro é o resultado. Se você ganha, acaba recebendo os louros".
Ainda em cima da paciência, ou da falta dela, com técnicos brasileiros, Tiago Nunes comparou um recente discurso seu dado para explicar o momento do Corinthians com as palavras de dois dos maiores treinadores do mundo.
“O Klopp falou em três anos para ser campeão. O Guardiola falou dois anos. Eu falei em 40 jogos aqui e quase fui crucificado”.
Tiago Nunes chegou ao Corinthians com a missão de mudar uma filosofia de jogo adotada nos últimos anos pelo clube e por seus antecessores na função. Devido aos problemas financeiros do alvinegro, o treinador tem encontrado dificuldades, que se somam aos reflexos da pandemia do coronavírus.
“De maneira geral é uma temporada de transformação, talvez nãos seja o que o torcedor gostaria de se ouvir, a gente está tentando rever processos internos, comunicação com formação, emprestados pelo clube, todo um processo de transformação. A meta principal nesse brasileiro é oportunizar jogadores novos, tentar brigar em cima, superar as duas últimas campanhas, em que o time terminou em 13º e em 8º, duas campanhas aquém da expectativa”.
Nesta quarta, às 21h30, o Corinthians encara o Coritiba, na Arena de Itaquera, pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro. O Timão ainda busca a primeira vitória na competição nacional.
