Sylvinho, que está no comando do clube há apenas quatro jogos, admitiu que o time precisa entregar mais do que tem apresentado até aqui.
"Estou contente com a entrega, com a determinação, com a raça desses jogadores, principalmente hoje, mas precisa de algo mais. Precisamos e vamos trabalhar em busca disso, é o que eu tenho colocado".
Durante a entrevista coletiva, em Goiânia, o treinador também foi questionado sobre eventuais reforços que podem chegar.
"A diretoria sabe, realmente, conhece o elenco, a situação, está alinhado, sim, sabem onde podemos tocar em algumas circunstâncias, algumas situações. Quero entender que eles vão se manifestar quando tiverem que se manifestar. Eu estou trabalhando com os atletas, feliz com a entrega deles".
O Corinthians, agora, volta a São Paulo e, no sábado, no Allianz Parque, terá o Palmeiras pela frente, pelo Campeonato Brasileiro.
"Jogo diferente. Conheço a casa e é um jogo diferente, sim. E vai ser tratado dessa maneira".
Veja toda a entrevista de Sylvinho:
Excesso de cruzamentos
"Nós estamos essa correção de cruzamentos. Buscamos alguma situação de um cruzamento mais baixo, passando pela área, que venha para trás. Nosso time, de uma estatura baixa, e sem um centroavante de referência. Nos treinamentos, nós temos buscado, sim, tirar esse cruzamento. Está excessivo. Mas, muito mais esses cruzamentos altos. Esse não nos interessa em nada. É um cruzamento mais baixo e para trás, repito, são aqueles que a gente fomenta. Estamos corrigindo".
Falta de um centroavante em boa fase
"Com relação a entrega, raça, não tenho nada a dizer. Estamos em busca de uma construção de time. Ela não é simples. E nos faltou, evidentemente, na eliminatória, faltou algo. Temos de trabalhar, mudar e buscar alternativas. Vamos continuar segundo em busca de soluções para esse time. Vamos trabalhar com os atletas, com vídeos, com amostragens, para corrigir o que falta".
Planejamento
"Infelizmente, um clube muito grande, uma terceira eliminação no ano. Temos o Brasileiro, um campeonato duro, difícil. Temos de competir, ser dignos, firmes, trabalhar nessa construção, como eu tenho dito, e buscar sempre performance e resultados melhores. É trabalho, dedicação, correção, conceitos e comportamento. Vamos lutar com nossas forças para fazer um campeonato digno de Corinthians".
Reforços e elenco
"Com relação a reforços, sim, está alinhado com a diretoria, conversamos. Embora, são quatro jogos e eu tenho, praticamente, 15 dias no clube, embora eu conheça muito bem o clube, isso ajuda, acelera processos. Vamos continuar, seguir trabalhando. Estou contente com a entrega, com a determinação, com a raça desses jogadores, principalmente hoje, mas precisa de algo mais. Precisamos e vamos trabalhar em busca disso, é o que eu tenho colocado. Por outro lado, temos que buscar meios, links, conexões, o time ideal, o que o Corinthians não tem 11 titulares, temos jogadores que vão se revezando nas posições. Vamos buscar os links ideais para ter melhores performances e resultados em campo"
Falta de profundidade no ataque
"Já faz um período que o Corinthians tem buscado e, obviamente, está bem alinhado e vai ser feito no seu determinado momento. Temos aqui que seguir. Não há tempo, temos de buscar soluções, organizar essa parte defensiva, entender os melhores atletas de meio-campo, que se completam, e dar uma cara ao ataque, coordenar conceitos, ideias para que possam surgir mais situações de gol. Vamos seguir trabalhando nesses conceitos e buscar essa construção ideal do time".
Muitas reclamações no banco
"O que houve, é bem verdade, eu corrigi os atletas. Não nos interessava parar o tempo todo. No segundo tempo, o ritmo já foi bem diferente. Mas, é do jogo. Não nos interessava, queríamos mais andamento, mais ritmo. Mas, emocionalmente, o time respondeu bem. Tivemos algumas oportunidades, um cabeceio do Roni, uma finalização do Gustavo pelo lado direito, depois a entrada do Jô, que escoramos, enfim. Não foram muitas, mas as poucas poderíamos ter feito para entrar, e infelizmente não ocorreu".
Trocas pouco ofensivas
"São características diferentes. O Vital é mais atacante, e o Araos é mais meia. O Vital é o artilheiro do time de janeiro para cá, é um atleta que tínhamos para trocar pelo Araos, para dar profundidade ou gol, poder ser mais agudo. Mais substituições vieram, com o Jô a gente perde em mobilidade, mas ganha em presença de área. Adson é um jogador jovem, promissor, mas que tem mobilidade, é rápido, poderia eliminar um pouco dos cruzamentos e jogar mais por dentro".
"Quando você fala dos três volantes, nós entendemos que ali a gente consegue um pouco mais de consistência para estar no campo adversário e, desses três, temos o Cantillo por trás, que é um atleta fabuloso, tem essa entrega de bola, esse giro, um atleta que fez muitas inversões. Inclusive, quando a gente diz que o Gustavo fez um bom jogo, teve muito um contra um, isso ocorreu pelas inversões de jogo do Cantillo. Ele é quase um meia por trás. Quando você não tem um meia pela frente, você utiliza um primeiro volante que tem uma qualidade incrível e que deu muita saída para nós, facilitou. Costumamos dizer que nessa faixa de construção, essa bola boa, no pé, ela adianta uma faixa, faz passar pelos pés de meias, que jogam mais abertos, não atrás de um atacante. É difícil. Toda essa é uma construção de time, e o Cantillo fez um bom jogo, protegido pelo Roni e também pelo Gabriel".
Opções por três volantes e Vital no campo
"Sim, ele é um artilheiro do time. Buscamos. Ele jogou os dois primeiros jogos, hoje está entrando o Araos, amanhã pode voltar ele, depois o Araos. Temos essas duas opções. Volto a dizer: temos muitos atletas que são muito próximos, com características diferentes e vamos trabalhar para melhorar o time, sem compromisso individual com absolutamente ninguém".
"Isso é uma consistência que encontramos para continuar no campo adversário. Não temos um meia de ligação com presença de área, com sustentação de bola, com a taxa de trabalho grande ali, que dê sustentação para dois volantes. Também esses dois volantes colocados, temos buscado uma boa conexão entre eles, algo que o clube já vem há um tempo buscando. É importante que haja, entre eles, equilíbrio. Se a gente não encontra equlíbrio em dois, nós buscamos três. O Cantillo, volto a dizer, pra mim, ele é um primeiro meio-campista, mas encontra um passe, muito lúcido, muito técnico e que, realmente, precisa estar com boas imposições. A dois, ele vai ter mais dificuldade. A três, ele desenvolve o jogo dele, e é por isso que temos usado o Roni, já que o Gabriel é um jogador conhecido e um dos titulares também".
Clássico com Palmeiras
"Jogo diferente. Conheço a casa e é um jogo diferente, sim. E vai ser tratado dessa maneira. Pouco tempo, e vamos trabalhar com o pouco tempo que temos, a preparação, a tática, a recuperação. É de um grande nível. A eliminação dói, um jogo de entrega, mas que faltou algo, porque precisávamos dos gols, mas, com relação ao adversário, a sua eliminação, isso não diz respeito a nós. Nisso eu não entro".
Luan na referência
"Luan é um meia, que não é um meia de sustentação. O Luan, bem preservado pelos jogadores de meio-campo, é um meia, sim. Não faz lado de campo e pode fazer, sim, como já fez em outros trabalhos, um falso 9. E é o que ele tem feito com a gente. Na medida que os links melhorem, que essa bola chegue com melhores condições, ele pode desenvolver mais. É um atleta que pode fazer, sim, um falso 9. Pode vir jogar como um meia, mas bem protegido, porque o Luan não é de ficar na frente dos volantes adversários, com sustentação. Ao contrário, Luan é de flutuação, de zonas do campo mais limpas, receber bolas mais limpas, para ele poder produzir. Estamos buscando o melhor"
Mosquito como falso 9
"Inclusive, ele já o fez. E na metade do jogo, como perdemos imposição, abrimos ele pela direita e voltamos com Luan de falso 9. É um atleta que está em boa forma, está jogando bastante, saiu esgotado, fez tudo que podia, tem sofrido pênaltis. Já o fez e pode voltar a fazer, com mobilidade, temos de ajudar. Temos de testar tudo e mudar para que as coisas funcionem".
