Rosenberg defende organizadas, explica Ronaldo e cutuca Palmeiras - Gazeta Esportiva
Rosenberg defende organizadas, explica Ronaldo e cutuca Palmeiras

Rosenberg defende organizadas, explica Ronaldo e cutuca Palmeiras

Gazeta Esportiva

Por Redação

12/02/2018 às 21:57 • Atualizado: 13/02/2018 às 19:14

São Paulo, SP

Luis Paulo Rosenberg está de volta ao Corinthians ao lado de Andrés Sanchez, recém-eleito novamente. Na teoria, apenas diretor de marketing, na prática, responsável por gerenciar não só seu departamento, como também os de comunicação, financeiro e jurídico. Amigo e aliado de longa data do velho novo mandatário, Rosenberg parece motivado, entusiasmado com o que vem pela frente e não se intimida em comentar assuntos polêmicos.

A sempre questionada relação o clube do Parque São Jorge com as torcidas organizadas, por exemplo, foi abordada nessa segunda-feira pelo cartola, que mais uma vez fez questão de defender a importância dessa massa de torcedores.

“Você tem famílias, pessoas de bem. Na Bombenera, na final da Libertadores, eu e o Andrés não quisemos ficar no camarote e fomos para o meio da Gaviões. Tinha gente com criança de colo. Aquilo foi uma coisa fantástica. 75% é de pessoas de bem. Eu costumo dizer que nós entramos com a imagem e a organizada com o som daquele filme. É algo fantástico. Se eles pudessem usar as bandeiras, como eu vejo por aí, nem precisaria de sinalizador”, comentou, em entrevista à Espn Brasil.

Luis Paulo Rosenberg vai liderar as negociações do Corinthians sobre patrocínios, Arena e engajamentos (Foto: Sergio Barzagui/Gazeta Press)


“Você não cubra, não suborna, não cria nenhum laço aético com (torcida) organizada. Trabalho nosso é mostrar como é importante divulgar o que eles fazem de bem. A Gaviões tem projetos sociais maravilhosos, e isso não aparece. Do mesmo jeito que nós temos uma área de marketing, que cuida disso, vamos conversar com eles. Vamos dizer ‘se vocês fizerem isso aqui já ajudam imensamente’. A ameaça da violência atrapalha por si só uma negociação de patrocínio”, continuou, antes de falar também dos 15%, segundo ele, que causam todo o pânico propagado.

“Esses daí não tem outro tratamento. Vou propor ao Andrés, nós temos equipamento para isso, que é o reconhecimento facial. Se o cara vai lá fazer o que não deve, ele vai ser responsabilizado e vai ser barrado na catraca”, avisou.

Grande idealista da parceria que culminou com a contratação de Ronaldo em 2008, Rosenberg aproveitou a oportunidade para explicar de que modo o Fenômeno deve contribuir para a gestão que reassumiu o poder no Corinthians na última semana, e descartou tê-lo como funcionário do clube.

“O Ronaldo é corintiano. Imaginar que a gente pudesse ter o Ronaldo diretor do clube é demais, ele tem uma vida internacional agitada. Querer contratar o Ronaldo por uma ocasião é bobagem, o que o clube tem de receita no ano não supera o que ele recebe. Mas, a todo momento que a gente precisa ele estar lá é muito bacana. Essa semana mesmo precisamos de um contato, de uma ativação na Inglaterra, e ele imediatamente se dispôs a ajudar”, revelou, em meio a uma manifestação sussurrada e misteriosa sobre o tal contato citado.

Economista, consultor, doutor, graduado no exterior, Luis Paulo Rosenberg é a grande esperança de Andrés Sanchez e de tantos corintianos para que, enfim, o imbróglio financeiro da Arena de Itaquera seja resolvido.

“Essa é a maior prioridade do clube. Nós precisamos regularizar essa situação, e é uma operação complexa”, afirmou. “O que posso garantir é prioridade total. Já fiz várias reuniões com esse tópico”, disse, evitando dar qualquer prazo para uma resolução, mas, mantendo o otimismo. “Eu acho que esse ano nós devemos ter uma solução satisfatória para todas as partes”.

Entre tantas preocupações sobre tudo que engloba a Arena, volta à tona o já batido assunto que remete aos naming rights, que nada mais é do a marca de uma empresa que pode dar ao estádio a partir da compra desse direito por um período de aproximadamente 30 anos. O prognóstico era de que esse valor representasse os R$ 400 milhões que o clube pegou de empréstimo junto ao BNDES.



“Se a gente tivesse com arena pronta antes da crise e antes da Copa, claro que seria mais fácil de fazer essa vendagem. A recessão atrapalha muito, barateia o valor, mas você tem a pátria dos naming rights, que é os Estados Unidos, e já estamos na terceira geração. Sem dúvida, se eu não tiver a solidariedade da mídia, eu estou passando um cheque sem fundo. Eu preciso desse apoio. Dentro as modificações do futebol, isso vai ter de ser tratado”, ponderou o especialista.

Rosenberg também teve tempo de cutucar os palmeirenses, como é de praxe. Dessa vez é bem verdade que o dirigente não aparentou intenção de provocar arquirrival ou anseio em usar tom pejorativo, mas de forma parcial ou não, expos sua opinião quando induzido a comparar a Arena de Itaquera com o Allianz Parque.

“Tem comparação a localização da arena (do Palmeiras) com a do Corinthians, da praticidade de se chegar ao estádio? Não tem”, destacou, referindo-se às estações de metrô, trem, ao terminal rodoviário e às vias de acesso que ficam em frente ao palco corintiano.

“E para esses eventos com artistas internacionais, a arena do Palmeiras é imbatível”, admitiu, para em seguida apontar o contraponto do elogio e voltar a enaltecer o estádio da Zona Leste.

“Essa vantagem corresponde uma desvantagem. Você olha a arena do Palmeiras e parece uma baleia no aquário. A saída do estacionamento do Palmeiras é uma coisa horrorosa, ele (o estádio) é apertadinho. Cria um constrangimento no entorno cada vez que tem um evento. O nosso, não. É espaçoso. A (arena) do Palmeiras não tem a monumentalidade da (arena) do Corinthians”, reiterou.

O dirigente alvinegro não quis se aprofundar no mérito dos modelos de negócios diferentes, resumiu com exemplos de vantagem e desvantagem de um de outro, mas certamente voltou a incomodar alguns palmeirenses ao criticar veementemente a condição atual do clube alviverde diante da empresa responsável pela construção e administração do local.

“Eu detestaria que em locais da minha arena alguém dissesse o que eu posso vender ou não vender, ou que (dissesse) que semana que vem vai ter de jogar no Pacaembu, porque vai ter um rebolado aqui e nós vamos usar. Mas é escolha”, concluiu.

 

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