Raul Gustavo comenta disputa de vaga no Corinthians e lamenta novos casos de racismo: "Não faz parte do futebol" - Gazeta Esportiva
Raul Gustavo comenta disputa de vaga no Corinthians e lamenta novos casos de racismo: "Não faz parte do futebol"

Raul Gustavo comenta disputa de vaga no Corinthians e lamenta novos casos de racismo: "Não faz parte do futebol"

Gazeta Esportiva

Por Marina Bufon

29/04/2022 às 14:40 • Atualizado: 29/04/2022 às 14:59

São Paulo, SP

O Corinthians está se preparando para o jogo contra o Fortaleza, no próximo domingo, às 16h, pelo Brasileirão. Depois da intensa partida contra o Boca Juniors, pela Libertadores, na terça-feira, a tendência é que alguns jogadores ganhem folga. No entanto, Raul Gustavo pode estar novamente entre os titulares. Sobre isso, ele desconversou.

“O Vítor é muito atencioso nos dias de treinamento, sempre procura ver a melhor formação que ele tem nos jogos que vão vir, ele estuda bastante para isso. Ele vê quem se encaixa melhor no dia de jogo. Todos os jogadores que estão aqui que entrar vão dar o melhor para o Corinthians. Se o objetivo é buscar títulos, não vamos ligar se vamos ficar de fora de alguns jogos. Ele é muito profissional e objetivo sobre isso, ele vai optar por atletas que ele ache mais preparados”, falou o zagueiro em coletiva de imprensa na tarde desta sexta-feira.

Apesar de o foco ser no duelo do campeonato nacional, o defensor não deixou de falar sobre o triunfo diante dos argentinos. Além de falar sobre a "catimba" já conhecida do torcedor brasileiro, ele também comentou o crime de injúria racial que ocorreu nas arquibancadas da Arena.

“O clima esquenta sim, são clubes que gostam de provocar, tem aquela catimba. Mas treinamos bastante para o jogo, porque era extremamente importante para a gente. Esse clima quente sempre vai ter, trabalhamos muito isso”.

“Para mim não poderia ser comentado mais, um assunto que fico muito triste. O futebol tem que espalhar alegria, para a torcida que acompanha, para as pessoas apaixonadas. Racismo é muito triste. Temos que nos unir. Igual o Corinthians fez a campanha de futebol sem ódio. Peço para ninguém aceitar isso, muito triste para a gente, machuca a gente, porque sofremos isso todos os dias. Todos os momentos que a gente vem jogando, estamos sofrendo com isso, outros clubes, é uma situação muito delicada. Tem que ter uma punição mais severa contra isso. Não faz parte do futebol. Eu nem vou citar mais, porque temos que tomar providências sobre isso”, finalizou.




O Corinthians se prepara para o jogo contra o Fortaleza, neste domingo, a partir das 16h (de Brasília), na Neo Química Arena. A partida é válida pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro, competição na qual o Timão é o terceiro colocado, com seis pontos.

Veja abaixo outros trechos da coletiva do zagueiro Rauk Gustavo:


Oportunidade no profissional

“Primeiro que essa oportunidade que estou tendo, agradeço muito a Deus, estou trabalhando muito para isso. Fiquei muito feliz em ajudar o clube. Não me coloco como titular ainda, prefiro achar que o professor vai colocar quem estiver melhor para os jogos. Se eu estiver ajudando o Corinthians, esse é o meu maior objetivo”.

Mescla de juventude e experiência

“O Corinthians tem bastante jogadores de alto nível, que cresceram aqui no clube. Então, para chegar no profissional, a gente vê grandes craques, Renato Augusto, Cássio… Eles passam confiança pra gente. Claro que a nossa responsabilidade aumenta, defender o Corinthians não é fácil, é uma camisa gigante, mas o Vítor passa pra gente essa confiança, essa tranquilidade, para chegar lá e dar o nosso melhor. A gente sabe lidar com isso, estamos sabendo, ficamos feliz em ajudar o Corinthians”.

Maturidade

“A maturidade, querendo ou não, vamos conquistando. Treinamos diariamente com jogadores de alto nível, vamos pegando essa maturidade, vamos crescendo. Sobre os jogos fora, estamos buscando, ninguém quer perder. Estamos treinando forte diariamente, vamos correr atrás”.

Sonho de criança

“Jogar no Corinthians é um sonho desde moleque, queremos sempre jogar em grandes clubes, o time me abraçou. A família é aqui do que em casa, convivo mais com eles, sou muito grato”.

Torcida

“Com toda a certeza, a nossa torcida, canta até o último minuto, apoia a gente do começo ao fim. Quando não somos mandantes, tentamos colocar o nosso futebol, querendo ou não, a nossa torcida conta muito, é uma vantagem, mas vamos buscar para isso não atrapalhar a gente”.

Fábio Santos e Lucas Piton

“Os dois são grandes craques e claro que disputam jogos diferentes. Quando jogo com o Piton, somos dois garotos, nos entendemos bem, e, com o Fábio Santos, aprendo muito com ele. Um me sinto bem, outro me passa confiança… Qualquer um que jogar, Bruno Melo, eles estão no dia a dia, queremos sempre dar o melhor”.

Jogo contra o Boca Juniors

“A gente veio de uma derrota, não é desculpa para ninguém, mas tivemos gripe em dias anteriores, acabou nos atrapalhando, treinamos de um jeito e jogamos de outro. Pude fazer um grande jogo contra o Boca Juniors. A nossa torcida é maravilhosa, influencia bastante. Quem não se arrepia ali, não sabe o que está fazendo.”

Bolas paradas

“A gente está trabalhando bastante nisso, tivemos duas falhas no mesmo jogo, não é normal acontecer, treinamos bastante a bola parada. Estamos procurando melhorias, nos organizar. Gil, eu, Robson, João, treinamos essa bola parada, essa bola aérea. O Vítor Pereira já está passando trabalhos específicos para melhorarmos esse ponto”.

Treinamento do Vítor

“O Vítor é muito atencioso, participativo, ele sempre está nos observando. Ele observa nossas dificuldades para fazer a gente melhorar, porque cada atleta tem sua qualidade e dificuldade. Chega depois do treino, dá um conselho, para a gente da base, para quem está há mais tempo. Os (treinos) específicos são importantes para a gente crescer”.

Garotos da base

“A gente treina bastante para poder estar aqui, ajudando o Corinthians. A gente tem jogadores de alto nível também na base, o Vítor ajudou bastante isso, ele não escolhe pela idade, escolhe quem está melhor, quem vai acrescentar. Nós nos identificamos muito dentro de campo, procuramos estar aptos e à disposição dele. Fico feliz de outros companheiros da base estarem aqui também. Isso é importante para quem está na base também, porque estamos aqui. Isso vai dar a eles um conforto maior para chegar aqui no profissional”.

Derrota para o Palmeiras

“A gente procura jogar jogo por jogo, sabemos que não fizemos uma partida boa contra o Palmeiras, mas a partir do mundo que acabou, viramos a página. Sofremos sim, ficamos muito tristes. Clássico não se joga, se ganha. Com certeza vamos voltar a vencer (clássicos), estamos trabalhando forte para isso. Viramos a página, viramos nosso foco para o Boca Juniors e desempenhamos o nosso papel em casa, ficamos com a vitória”.

Cartões amarelos

“Claro que cada jogador tem o seu temperamento dentro de campo. Tem jogos que a gente vai querer vencer muito, excesso de confiança, muito foco naquele objetivo, e a gente acaba entrando em algumas jogadas mais fortes, reclamando mais com a arbitragem. Procuramos esquecer a arbitragem e focar mais no futebol. É de cada atleta. Eu sou um cara, minha família fala muito sobre isso, sou de reclamar, mas estou buscando melhorar isso. Tomamos alguns cartões bobos, isso prejudica muito. Contra o Boca, o árbitro poderia ter conversado com a gente, poderia ter expulsado um deles, mas não podemos tomar cartões bobos assim”.

Redes sociais

“Sou um cara muito tranquilo, procuro não me aprofundar nas redes sociais, fico com minha família nas horas vagas. Não lido com as redes sociais, porque a mídia pode te prejudicar um pouco. Gosto de sair com minha família e tiro”.

Casos de racismo

“Para mim não poderia ser comentado mais, um assunto que fico muito triste. O futebol tem que espalhar alegria, para a torcida que acompanha, para as pessoas apaixonadas. Racismo é muito triste. Temos que nos unir. Igual o Corinthians fez a campanha de futebol sem ódio. Peço para ninguém aceitar isso, muito triste para a gente, machuca a gente, porque sofremos isso todos os dias. Todos os momentos que a gente vem jogando, estamos sofrendo com isso, outros clubes, é uma situação muito delicada. Tem que ter uma punição mais severa contra isso. Não faz parte do futebol. Eu nem vou citar mais, porque temos que tomar providências sobre isso”.

Trabalho para ganhar oportunidades

“Quando não tive as oportunidades, trabalhei da mesma forma. É claro que, quando vamos jogando, vamos ganhando mais confiança e ritmo de jogo também, conseguimos desempenhar nosso melhor futebol. Quando não joga, precisamos focar mais e chegar ao nível de quem está jogando, para “agradar” o treinador, sair o vitorioso, que é objetivo do Corinthians. Nunca desanimei, sabia que era opção do treinador, pessoas que iam ajudar melhor do que naqueles momentos”.

Interesse de outros clubes

“Não participo disso, fica com meus empresários, mas graças a Deus estou no Corinthians, era o que eu queria. Nunca tinha jogado com a Neo Química cheia, era sonho de criança. Sobre interesse de outros clubes, empresários que decidem, mas aqui era o melhor”.

Argentinos

“O clima esquenta sim, são clubes que gostam de provocar, tem aquela catimba. Mas treinamos bastante para o jogo, porque era extremamente importante para a gente. Esse clima quente sempre vai ter, trabalhamos muito isso”.

Disputa de vaga e possível retorno do Bruno Méndez

“É claro que, se está chegando jogador para agregar, vamos ficar felizes, porque sou um cara que pensa muito no time que estou hoje. Titularidade a gente não agarra, a gente treina para jogar. Se tiver mais opções no setor defensivo, vai ser importante pra gente, ele vai ter muitos jogadores para contar ali, diante das competições todas”.

Jogar na pandemia

“Quando eu estava jogando, ainda na pandemia, sem torcedores, nem se compara. Não parece que a gente está jogando futebol, tem que ter o torcedor, que é apaixonado pelo clube. Nos prejudicou muito, a Fiel todo mundo conhece. Sempre pensava nesse dia (de jogar com a torcida). Eu pensava ‘quando esse dia chegar, vai ser o meu dia’. Fiquei muito ansioso, mas a oportunidade chegou, estou realizando cada etapa que passa. O principal é poder sair vitorioso”.

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