Presidente tem satisfação pessoal ao ver Love deixar Guerrero no passado
Por Helder Júnior, enviado especial
20/11/2015 às 14:42
Rio de Janeiro, RJ
“Tínhamos muitos atletas desacreditados. Todos só batiam no Vagner Love, e ele levantou a cabeça. Hoje, está entre os artilheiros do Campeonato Brasileiro. Fiquei muito feliz por ter sido dele o gol contra o Vasco”, comentou Roberto de Andrade, referindo-se ao empate por 1 a 1 da noite de quinta-feira, em São Januário, que sacramentou a conquista do título nacional. “Agora, poucas pessoas têm saudades de Guerrero ou de qualquer outro”, completou.
A satisfação do presidente do Corinthians com a recuperação de Vagner Love não é apenas porque o centroavante foi uma aposta de sua gestão. Roberto de Andrade enfrentou tempos difíceis quando não conseguiu demover Guerrero da ideia de trocar o sucesso no futebol paulista por uma proposta vantajosa financeiramente do Flamengo – apesar da promessa de só atuar como corintiano no Brasil.
“Ser campeão como presidente é diferente por isso. Você tem uma responsabilidade muito maior. São as suas decisões que mudam o trajeto das coisas. Os rumos são outros quando se fala não a uma renovação de contrato. Muita gente palpita, mas a palavra final é do capitão do barco”, sorriu Roberto, que governa sob a influência do ex-presidente Andrés Sanchez, hoje superintendente de futebol.
Em seu mandato, que ainda não tem nem sequer um ano, o presidente corintiano definiu como prioridade não comprometer ainda mais as finanças do clube, que se endividou bastante com reforços como Alexandre Pato e com a construção do estádio de Itaquera. Guerrero não permaneceu por esse motivo.
“Mas, mesmo naquela época, sempre falei que brigaríamos pelo título porque o Corinthians é um time grande e nunca deixou de ser. Não seria fácil, é claro. Ser campeão brasileiro não é fácil nem com dinheiro. O importante é a forma como você conduz o grupo, fazendo ou não uma renovação”, repetiu.
Roberto de Andrade ainda enalteceu a conduta de quem seguiu no Corinthians. Reconhecendo os problemas econômicos, ele conseguiu fazer com que nenhum atleta se queixasse publicamente do atraso de pagamentos. E já prometeu um elenco com reforços pontuais para 2016.
Apesar do sucesso, alcançado com Love e sem Guerrero, o mandatário evitou se vangloriar quando ouviu que a sua gestão era um exemplo para os demais clubes do País. “Não, não. Todos falam que o modelo de administração é o Flamengo, não o Corinthians”, elegeu, mencionando logo o time que o atacante peruano de três gols marcados no Campeonato Brasileiro escolheu defender.