“Nunca nós pensávamos que negociar com Benfica fosse tão difícil, está uma dificuldade. O Andrés foi para Europa para tentar resolver esse imbróglio. É muito difícil, mas não tem como não chegar. Chegará com brevidade e o Corinthians poderá, com isso, continuar sua trajetória sem problemas. Negociar com Benfica é duro, que fique aqui o alerta a todos, não sei se o Grêmio está com problemas lá com Everton Cebolinha, olha...”.
O Corinthians ainda não pagou a folha salarial de setembro do elenco e a promessa de Kalil é de que tudo seja colocado em ordem junto aos jogadores nos próximos dias.
“É isso, mas iremos quitar, no máximo, semana que vem”, explicou, à Rádio Bandeirantes.
Relembre o imbróglio
Em 19 de agosto, Um novo contrato foi assinado entre Corinthians, Benfica e Pedrinho. O vínculo, até 2025, não foi alterado, mas o valor da venda caiu de 20 milhões de euros para 18 milhões de euros (R$ 116 milhões na cotação deste sábado). Outra mudança permitiu o Benfica pagar a primeira de cinco parcelas só em agosto de 2021.
Os dirigentes portugueses ficaram muito irritados com a devolução de Yony González por parte do Corinthians. O atacante colombiano esteve emprestado ao Timão até o meio do ano.
O combinado previa a compra definitiva no valor de 3 milhões de euros após este período, mas o Corinthians se agarrou a uma cláusula do contrato para devolver o atleta. Como Yony não fez cinco jogos - fez quatro -, o Corinthians teve a prerrogativa de não assinar o novo vínculo, que seria de três anos.
Desta maneira, o Benfica decidiu que só registraria Pedrinho no TMS, sigla em inglês para o sistema internacional de transferências gerido pela Fifa, no último dia da janela, ou seja, em 31 de agosto.
O clube ainda teria cerca de 15 dias após a execução deste registro para fazer o primeiro depósito. Ou seja, o Corinthians só teria a grana na segunda quinzena de setembro.
Com o novo contrato, apesar dos presidentes Andrés Sanchez e Luís Felipe Vieira terem se tornado desafetos declarados nos bastidores, o Benfica registrou Pedrinho no TMS.
O clube alvinegro "engoliu" a condição proposta pelo Benfica de reduzir o valor da compra porque tomou ciência de que os portugueses estavam dispostos a brigar na Justiça desportiva. Mesmo que saísse deste eventual embate como vencedor, o Corinthians teria de esperar mais do que pode para receber a bolada.
Além disso, a cotação do euro também influenciou na decisão corintiana, pois 20 milhões da moeda europeia em março representavam cerca de R$ 105 milhões. Agora, mesmo com o abatimento de 2 milhões de euros, o Corinthians terá direito a aproximadamente R$ 116 milhões. Além disso, o clube se livrou de ter de pagar os 3 milhões de euros por Yony e de ter de arcar com a despesa anual de aproximadamente R$ 4,5 milhões anuais que teria com o atacante por três anos.
De todo o montante, o Corinthians ficará com 70% (aproximadamente R$ 82 milhões). O restante pertence ao empresário Will Dantas. O clube do Parque São Jorge também terá de arcar com a taxa da instituição que fará a antecipação do valor total.
No entanto, Corinthians e Dantas têm um acordo de parcelamento. O Timão fará o repasse dos 30% em três parcelas anuais e iguais.