Corinthians explica "apagão" e defende ações por ambiente saudável no futebol
Por Redação
25/04/2022 às 11:42
São Paulo, SP
Em nota divulgada nesta segunda, o time afirmou compreender a frustração dos torcedores alvinegros, mas reforçou o objetivo em conscientizar e provocar o debate por um ambiente mais saudável no esporte.
O clube defendeu a causa e convidou clubes, federações, torcidas, mídia, empresas de redes sociais e poderes públicos a se juntarem em ações.
Por conta desse "apagão de notíciais", os jogadores e a comissão técnica do Corinthians deixaram a Arena Barueri em silêncio no último sábado, após a derrota no clássico contra o Palmeiras por 3 a 0, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. Nem mesmo a entrevista coletiva de Vítor Pereira, que sempre acontece após as partidas, foi realizada.
Para "quebrar o silêncio", o Timão havia anunciado que o técnico Vítor Pereira iria realizar uma entrevista coletiva às 13 horas (de Brasília) desta segunda, seguido pelo presidente Duilio Monteiro Alves, que iria falar com repórteres credenciados às 14 horas.
No entanto, o português testou positivo para covid-19 e teve sua coletiva cancelada. O clube aguarda a contraprova do exame e espera ter o treinador no banco de reservas no duelo contra o Boca Juniors, nesta terça-feira, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores. O resultado deve ser divulgado após o treinamento da equipe, no período da tarde.
Já o presidente Duilio concederá entrevista, como previsto. A transmissão ao vivo da coletiva será realizada pela Corinthians TV, no YouTube.
Confira abaixo, na íntegra, a nota publicada pelo Corinthians nesta segunda-feira:
"Fizemos um apagão num fim de semana importantíssimo porque acreditamos na urgência da causa do #FutebolSemÓdio. Por todo o mundo, vemos profissionais e amantes de futebol sendo vítimas de ameaças e fake news.
Entendemos claramente a frustração que nosso silêncio causou a muitos torcedores. Entretanto, nosso objetivo foi conscientizar e provocar o debate exatamente por meio desse silêncio.
Não é um tema só do Corinthians: é de todos os clubes e todas torcidas. É da imprensa, que também é vítima constante da intimidação. É das plataformas de redes sociais. No mundo todo se discute como diminuir o abuso e o grande risco de uma tragédia anunciada no futebol.
Fazemos porque todos - torcedores, jogadores, dirigentes, árbitros, jornalistas e influenciadores - são vítimas dos efeitos da desinformação e das ameaças. Porque, em todo o país e no mundo, isso não apenas se repete como vem crescendo.
É hora de discutir que futebol queremos para as gerações futuras, antes que consequências desastrosas possam ocorrer. E esse debate é de todos nós.
E defenderemos essa causa sempre que for necessário. Porque o discurso da violência se multiplicou com as redes sociais: muitos fazem audiência e dinheiro com esse discurso e isso é combustível para muitos dos crimes que temos visto recentemente.
Por isso, convidamos todos - clubes, federações, torcidas, mídia, empresas de redes sociais e poderes públicos - a participar conosco de debates e ações efetivas por um futebol sem ódio, sadio, seguro e apaixonado. Uma construção urgente, que a sociedade não pode mais adiar".
