Corinthian dá nova lição ao Corinthians e vende caro histórica derrota - Gazeta Esportiva
Corinthian dá nova lição ao Corinthians e vende caro histórica derrota

Corinthian dá nova lição ao Corinthians e vende caro histórica derrota

Gazeta Esportiva

Por Marcos Guedes

24/01/2015 às 19:06

São Paulo, SP

Foi o futebol apresentado pelos amadores do Corinthian Football Club, em excursão realizada em 1910, que inspirou cinco operários a fundarem o Corinthians. Pouco mais de 104 anos depois, agora já chamada de Corinthian-Casuals, a equipe de Londres fez nova visita ao Brasil e deu mais uma lição ao clube que inspirou.


Ainda amadores aos 132 anos, os ingleses passaram a semana em festa com os torcedores alvinegros. Houve “poropopó” na arquibancada em partida de juniores, bate-bola na Praça da Sé, visita à praia e batucada em escola de samba. No Estádio de Itaquera, seguraram o filho famoso até os 33 minutos do segundo tempo.


Foi com muita dificuldade e fazendo valer sua abissal superioridade física que os profissionais construíram a vitória por 3 a 0. A Fiel teve de levar o jogo a sério e Danilo precisou sair do banco para marcar o chorado primeiro gol. Já aos 44 e aos 50 minutos, Luciano marcou duas vezes, fechando o placar.


Carrasco do também inglês Chelsea, em partida na qual castigou Tim Cahill e John Terry, Paolo Guerrero não conseguiu superar Joe Hicks e Danny Dudley. Os amadores fizeram jus à denominação, chegando a tirar a paciência do centroavante, que pede mais de R$ 18 milhões só como prêmio para a assinatura de um novo contrato.


Com semelhante amor ao esporte àquele que inspirou o time do povo em 1910, o Corinthian-Casuals voltará à Inglaterra ciente de que cumpriu muito bem sua missão no Brasil mais uma vez. Fora o alerta técnico a uma semana e meia de um jogo decisivo pela Copa Libertadores, o Corinthians recebeu a mensagem de que voltar à sua origem de povo e de raça não é mau caminho.


Um bom começo podem ter sido os três minutos que antecederam o apito final. Repetindo gesto feito por Sócrates no amistoso de 1988, Danilo – outro que adora usar o calcanhar – vestiu a camisa marrom e rosa dos visitantes. Jamie Byatt, que comemora seus gols na Inglaterra exibindo o símbolo do Corinthians, vestiu a camisa preta e branca. Só não pôde marcar porque Luciano entrou em sua frente no último lance.

O profissional Paolo Guerrero teve bastante dificuldade diante dos amadores Hicks e Green
O profissional Paolo Guerrero teve bastante dificuldade diante dos amadores Hicks e Green - Credito: Sergio Barzaghi/Gazeta Press
Surpresa marrom e rosa
Quem pagou caro para assistir à celebração no moderno Estádio de Itaquera viu as primeiras homenagens a Sócrates antes mesmo de a bola rolar. Jogadores dos dois times entraram em campo carregando mensagens em faixas na cabeça, como fazia o Doutor – até 2015, o único que havia defendido Corinthians e Corinthian-Casuals.


Executados os hinos do Reino Unido, do Brasil e do Corinthians, o Padre Marcelo Rossi deu o pontapé inicial de um jogo que não foi como se esperava. Se Cássio brincava antes do jogo sobre a possibilidade de ser o primeiro goleiro do clube do Parque São Jorge a marcar um gol, não houve facilidade.


A formação marrom e rosa tinha boa organização defensiva, protegendo o gol de Danny Bracken com duas linhas de quatro jogadores. O meia Mahrez Bettache, de 20 anos, promessa do Fulham até sofrer lesão grave, mostrava bastante qualidade na ligação com o atacante Carl Wilson-Denis.


Não havia como se manter no ataque, no entanto, e era o Corinthians quem trocava passes em busca do espaço. Ele apareceu em algumas oportunidades, mas a precisão no último passe ou na conclusão ficava a desejar, como aconteceu em chute de Guerrero aos dez minutos.


Pouco depois, em lance na qual a superioridade física preta e branca ficou clara, Guerrero e Emerson brigaram pela bola. O Sheik saiu na cara de Bracken, mas chutou à direita. Na sequência, Lodeiro – que, longe de agradar à torcida, sairia vaiado – parou no bom goleiro amador.


O Corinthian-Casuals não conseguia finalizar, mas tinha sucesso na tentativa de se segurar na defesa. Houve algumas oportunidades para a formação paulista, mas, apesar de satisfatório trabalho de Renato Augusto na articulação, o impressionante zero no marcador foi mantido até o invervalo.

Danilo apareceu para salvar Tite de um resultado embaraçoso contra os bravos ingleses
Danilo apareceu para salvar Tite de um resultado embaraçoso contra os bravos ingleses - Credito: Sergio Barzaghi/Gazeta Press
Amadores valentes
Tite não promoveu substituições no intervalo, procurando dar ritmo ao time que enfrentará o Once Caldas na fase prévia da Copa Libertadores. Emerson perdeu chance de cabeça logo de cara. Lodeiro teve oportunidade ainda mais clara, pegando mal na entrada da pequena área.


Quem primeiro balançou a rede foi Jamie Byatt, que é o artilheiro do Corinthian-Casuals e, lutando contra contusão, entrou aos nove minutos da etapa final. Cinco minutos depois, chegou a superar Cássio, em lance bem anulado por clara irregularidade.


Aos 18, Tite começou a fazer mexidas. Entraram Jadson, Bruno Henrique, Petros, Edílson, Mendoza e Danilo. Este foi acionado aos 33, muito aplaudido pela Fiel, que sabe poder contar com ele. No minuto seguinte, o meia recebeu na área em jogada com participação de Mendoza e bateu cruzado. Com o desvio na marcação, viu a bola entrar.


Os bravos ingleses já haviam feito demais e, diante de reservas alvinegros descansados, acabaram levando mais um gol em novo lance com participação de Mendoza, que girou na área. Luciano dividiu com a marcação para colocar a bola no canto esquerdo de Bracken, aos 44.


Aos 48 minutos, Danilo repetiu Sócrates e foi defender o time que inspirou o Corinthians. Desta vez, a substituição envolveu um adversário, Jamie Byatt, que passou a vestir preto e branco. Ele teria tido sua chance para um gol histórico, mas Luciano não deixou, dominando na frente do goleiro e fechando a contagem, aos 50.

Rivellino, que jogou em 1988, entregou o Troféu Sócrates aos capitães (foto: Daniel Augusto Jr.)
Rivellino, que jogou em 1988, entregou o Troféu Sócrates aos capitães (foto: Daniel Augusto Jr.) - Credito: Divulgação/Agência Corinthians

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