Poços de Caldas "iniciou" amizade entre garoto Casão e ídolo Sócrates - Gazeta Esportiva
Poços de Caldas "iniciou" amizade entre garoto Casão e ídolo Sócrates

Poços de Caldas "iniciou" amizade entre garoto Casão e ídolo Sócrates

Gazeta Esportiva

Por Tomás Rosolino

08/02/2017 às 06:43

São Paulo, SP

Duelo entre Seleção e Caldense marcou primeira conversa entre Casagrande e Sócrates (Foto: Reprodução/A Gazeta Esportiva)
Duelo entre Seleção e Caldense marcou primeira conversa entre Casagrande e Sócrates (Foto: Reprodução/A Gazeta Esportiva)


A cidade de Poços de Caldas, casa do duelo entre Corinthians e Caldense, na noite desta quarta-feira, às 21h45 (de Brasília), já foi cenário para o início de uma das amizades mais emblemáticas da história alvinegra. Em 1981, o então garoto Casagrande, emprestado pelo Timão ao alviverde mineiro, conversou pela primeira vez com o meia Sócrates, no município para um período de treinos da Seleção Brasileira.

"O primeiro ponto mais importante no nosso relacionamento (...) foi quando eu joguei na Caldense por um ano e a Seleção foi fazer um período de treinamento em Poços de Caldas. Nós fizemos um jogo amistoso, seleção contra Caldense. Eu não sabia se ele ia lembrar de mim. Eu era juvenil, tinha saído de lá (do Corinthians), mas o cara lembrou!", conta Casão no livro "Sócrates & Casagrande: uma história de amor", do jornalista Gilvan Ribeiro, que narra a trajetória dos dois em meio à Democracia Corintiana e outras empreitadas até a morte do "Doutor", em 2011.

"Falamos rapidamente, tiramos foto lá com o time todo e, um ano depois, estávamos jogando lado a lado no Corinthians", continuou o então centroavante, que viu a equipe ser superada com dificuldade pelo time de Júnior, Sócrates, Zico e companhia. O triunfo veio por meio de um pênalti marcado pelo preparador físico do time canarinho, Gilberto Tim, que fazia a função de árbitro improvisado.

"Aos 59 minutos, quando Sócrates chutou com violência para o gol, Gilberto espalmou, a bola ia entrando, mas o beque Paulo Roberto salvou com a mão", escreveu a Gazeta Esportiva do dia 13 de março de 1981, ressaltando a revolta do estádio com a marcação. "Houve tumulto e inconformismo dos jogadores locais, mas não houve jeito. Zico foi lá e tocou no canto esquerdo do goleiro", continua o texto.

O duelo foi organizado pelo técnico Telê Santana como preparação dos atletas antes do amistoso contra o Chile, em Ribeirão Preto. Na semana em que o Brasil permaneceu em território mineiro, já havia encarado o Alfenense e a Esportiva de Guaxupé, ambos com vitória, mas o duelo frente a Caldense foi o destaque. O público lotou o estádio Ronaldão, o mesmo da partida desta noite, e a renda bateu os 2 milhões de cruzeiros, moeda da época.

Corinthians padeceu e abriu caminho para Casão

Enquanto a dupla se conhecia melhor em Poços de Caldas, o Corinthians vivia uma péssima fase. Sem Sócrates, a equipe foi goleada por 4 a 1 pelo Santa Cruz, em pleno Pacaembu, no mesmo dia de Brasil x Caldense. A torcida protestou bastante e provocou uma lista de dispensados/afastados, dentre eles o goleiro Solitinho, que faleceu recentemente.

Sem grande representatividade naquele momento, Casão nem sequer é citado durante a semana em que a Seleção treinou em Poços de Caldas, mas acabaria retornando com moral ao Alvinegro combalido pelo pessimo ano, que culminou na saída de três peças do setor ofensivo. De certa forma, o dia 12 de março daquele ano também serviu para encaminhar seu sucesso no Corinthians.

Sócrates, que só ficou sabendo do revés frente aos pernambucanos no dia seguinte, não escondeu a temerosidade quanto ao futuro do Timão, que acabaria eliminado na segunda fase do Campeonato Brasileiro. "Foi a segunda derrota consecutiva e, ainda mais, dentro de casa. E o Zenon jogou? É assim complica um pouco...", comentou à Gazeta Esportiva o armador.

"Não posso dizer nada. Estou na Seleção, longe do que se passa no clube. Fica difícil comentar alguma coisa. A única coisa que posso falar é que tudo isso é muito triste. O Solitinho é um bom goleiro e é chato saber que isso está acontecendo com um companheiro. O que eu posso fazer é torcer para que tudo retorne à normalidade o mais rápido possível", concluiu Sócrates.

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