Thiago Monteiro busca novo patamar na Austrália após "ano fantástico" - Gazeta Esportiva
Thiago Monteiro busca novo patamar na Austrália após "ano fantástico"

Thiago Monteiro busca novo patamar na Austrália após "ano fantástico"

Gazeta Esportiva

Por Camila Del Manto Bomtempo e Gustavo Boldrini*

16/12/2016 às 11:22

São Paulo, SP

Atualmente, Thiago Monteiro é a principal esperança brasileira no tênis masculino. Em 2016, o atleta teve boas atuações, ganhou de nomes importantes da modalidade e subiu 357 posições no ranking mundial: passou de 439º a 82º em apenas uma temporada. Aos 22 anos, o cearense vive o melhor momento de sua carreira profissional a agora se prepara para um novo patamar: a disputa do Aberto da Austrália, em janeiro.

Em conversa com a Gazeta Esportiva, Monteiro revelou que 2016 foi um ano importante, principalmente por representar o País e entrar no top 100 do ranking mundial da ATP. "Fantástico, a melhor temporada da carreira. Pude realizar sonhos, representei o Brasil na minha primeira Copa Davis e entrei no grupo dos 100 melhores do mundo", disse.

Thiago Monteiro, Brasil Open, tenis, Clube Pinheiros, São Paulo SP, 22/02/2016, Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press
Thiago Monteiro é um dos principais nomes do tênis brasileiro atual (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)


A boa fase e a evolução do jogo de Thiago foram confirmadas em vitórias sobre nomes expressivos do circuito de tênis. No Rio Open, o cearense venceu o francês Jo-Wilfried Tsonga, então número 9 do mundo. Na semana seguinte, no Brasil Open, triunfou sobre o espanhol Nicolás Almagro. O francês Gilles Simon foi outra vítima do canhoto do Ceará, que levou a melhor no ATP 250 de Gstaad, na Suíça.

Para o brasileiro, os triunfos fizeram-no melhorar suas performances dentro de quadra. "Essas vitórias foram importantíssimas para eu acreditar no meu jogo, na linha de trabalho que estou seguindo, pois me deram muita confiança. Em 2017 pretendo manter essas boas campanhas", declarou.

Quando se trata de ídolos, Monteiro foi convicto. Para ele, sua maior fonte de inspiração é Gustavo Kuerten, porém, Rafael Nadal também aparece como uma influência de peso. "O Guga sempre foi meu grande ídolo, por tudo o que ele representa para o tênis brasileiro. Foi o número 1 do mundo e é uma pessoa diferenciada. Também sempre gostei muito do Nadal, é um cara fantástico, pelo fato de eu ser canhoto e ele também", afirmou.




Leia abaixo a entrevista completa com o tenista Thiago Monteiro.

Gazeta Esportiva: Qual o balanço que você faz de 2016?

Thiago Monteiro: O ano de 2016 foi fantástico, a melhor temporada da carreira. Pude realizar sonhos, representei o Brasil na minha primeira Copa Davis e entrei no grupo dos 100 melhores do mundo. Sem dúvida, tive bons resultados, principalmente nos ATPs do Brasil, que foi onde passei a acreditar mais no meu jogo e no meu trabalho, e agora já estamos em pré-temporada, trabalhando em algumas deficiências que precisam ser melhoradas.

Gazeta Esportiva: Quais são suas expectativas para 2017?

Thiago Monteiro: Pretendo poder continuar nos torneios tipo ATP, é onde eu quero chegar, mas ainda preciso evoluir em alguns aspectos, como devolução de saque, pois isso será fundamental nessa transição. Mas já estamos trabalhando em tudo isso, estamos indo muito bem. As expectativas são tentar manter a boa fase e ganhar experiência a cada dia.

Gazeta Esportiva: Qual o seu maior objetivo no tênis?

Thiago Monteiro: Ganhar um Grand Slam e estar entre os principais do mundo.

Gazeta Esportiva: Qual o seu ídolo no tênis?

Thiago Monteiro: O Guga sempre foi meu grande ídolo, por tudo o que ele representa para o tênis brasileiro. Foi o número 1 do mundo e é uma pessoa diferenciada.

Gazeta Esportiva: E o ídolo entre os tenistas atuais?

Thiago Monteiro: Sempre gostei muito do Rafael Nadal, é um cara fantástico, pelo fato de eu ser canhoto e ele também, e por toda a história de superação dele. É um cara que dá tudo em quadra, joga com o coração, é isso que eu tento buscar no meu jogo.

Gazeta Esportiva: Em 2017, você pretende fazer um calendário só com torneios ATPs ou ainda vai disputar Challengers?

Thiago Monteiro: Vou jogar alguns ATPs, e em janeiro disputarei meu primeiro Grand Slam, o Aberto da Austrália. Ainda não é certeza se eu vou continuar ou não no circuito Challenger, vamos avaliando com o tempo.

Gazeta Esportiva: No final de 2016, você chegou a se aproximar do Thomaz Bellucci no ranking. Ser número 1 do País é um objetivo?

Thiago Monteiro: Não, acho que meu objetivo não é esse, é seguir na minha carreira, focar no meu jogo. O Bellucci é diferenciado, chegou a ser 21 do mundo, conquistou títulos de ATP, ganhou de grandes nomes em Masters 1000, como Andy Murray. Aprendi muito com ele em 2016. Agrego coisas boas do jogo dele para mim e não tenho nenhuma meta de querer passá-lo e ser o melhor do Brasil.

Gazeta Esportiva: Como você se sentiu fisicamente ao final da temporada? Afinal, foi o primeiro ano que chegou mais longe nas chaves, em torneios mais difíceis.

Thiago Monteiro: Me senti muito bem, foi uma temporada em que consegui me manter bem todo o tempo. Foi também uma temporada com muitos altos e baixos, me mantive num bom nível por muito tempo, há uma boa projeção para 2017. Na última semana deixei para recuperar algumas partes que estavam incomodando e tenho alguns dias para evoluir ainda mais.

(Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)
Monteiro subiu 357 posições no ranking em 2016 (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)


Gazeta Esportiva: Nesse ano você ganhou de nomes importantes do circuito, como Jo-Wilfried Tsonga, Nicolás Almagro e Gilles Simon. Isso te dá mais confiança para 2017, já que vai disputar torneios mais importantes?

Thiago Monteiro: Sem dúvida, essas vitórias foram importantíssimas para eu acreditar no meu jogo, na linha de trabalho que eu estou seguindo, pois me deram muita confiança. Em 2017 pretendo manter essas boas campanhas.

Gazeta Esportiva: Como está a ansiedade para a disputa do seu primeiro Grand Slam, o Aberto da Austrália?

Thiago Monteiro: Estou muito motivado, vai ser a realização de mais um sonho, fico feliz de aparecer em um Grand Slam. Espero participar bem, descansar nesse fim de ano e ficar pronto.

Gazeta Esportiva: Você foi um dos melhores do mundo no juvenil, chegando a ser o número 2 do ranking. Como fazer para repetir isso no profissional? Tem muita diferença? Aumentou a pressão sobre você?

Thiago Monteiro: É um jogo bem diferente, todos falam. Não são todos bons juvenis que viram bons profissionais, muita gente fica no caminho. Por ser um jogo diferente, você pega gente mais velha, e só os fora da curva conseguem tirar isso de letra. É um processo normal que você tem que aceitar as derrotas, evoluir com cada jogo, ganhar bagagem, experiência e seguir motivado.

Gazeta Esportiva: Recentemente, a gente viu incertezas a respeito do patrocínio do tênis brasileiro, mas os Correios decidiram renovar. Você tem algum projeto ou acordo com patrocinadores?

Thiago Monteiro: O meu empresário Márcio Torres está cuidando dos meus patrocínios.

Gazeta Esportiva: Acha que o tênis ainda é pouco valorizado no País? 

Thiago Monteiro: Acho que tem valor, tem boa mídia, mas poderia ter ainda mais. Aqui no País é muito futebol, e o resto fica em segundo plano.

Gazeta Esportiva: A Confederação Brasileira de Tênis vem fazendo um bom trabalho no apoio aos atletas? Foi importante para você? 

Thiago Monteiro: A CBT, com o apoio dos Correios, foi muito importante para mim e para o meu desenvolvimento. Tenho muito a agradecê-los.

Gazeta Esportiva: Você consegue apontar tenistas, no masculino e no feminino, que acredita que terão destaque no circuito na próxima temporada?

Thiago Monteiro: Gosto muito do Alexander Zverev e do Nick Kyrgios, eles têm muita bola para brilhar. A Bia Haddad Maia joga muito também, mas sou suspeito para falar dela. Fez um bom fim de ano e tem tudo pra despontar ano que vem.

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