"A participação de atletas russos e bielorrussos é simplesmente ruim, por isso o boicote é a próxima etapa", assinalou Kallas aos jornalistas.
Depois de ter "recomendado" a exclusão de russos e bielorrussos há cerca de um ano, o Comitê Olímpico Internacional (COI) apresentou recentemente uma proposta para estudar o retorno desses atletas às competições sob bandeira neutra com a condição de que "não tenham apoiado ativamente a guerra na Ucrânia".
The sanctions against the Russian and Belarusian States and Governments are not negotiable. They have been unanimously confirmed by the recent Olympic Summit meeting on 9 December 2022.
➡️ IOC reaction to comments made by the ROC President Stanislav Pozdnyakov. pic.twitter.com/BuQdZNseDf
— IOC MEDIA (@iocmedia) January 31, 2023
Kiev acusou o COI de "promover a guerra" e ameaçou boicotar os Jogos de Paris-2024 se os russos participarem dos mesmos.
A Polônia e os países bálticos (Lituânia, Letônia e Estônia) anunciaram que se oporiam à presença de atletas russos e bielorrussos na Olimpíada francesa, mesmo com bandeira neutra.
Por outro lado, os Estados Unidos se posicionaram em favor da participação desses atletas com bandeira neutra. Moscou, por sua vez, considera que todas as restrições devem ser suspensas e que os Jogos Olímpicos não devem ser politizados.
"A Rússia matou centenas de atletas ucranianos, entre eles campeões olímpicos e do mundo", declarou Kallas ao lado de seus pares de Letônia e Lituânia.
Acusando Moscou de utilizar o esporte como "uma ferramenta de propaganda", Kallas acrescentou que havia soldados entre os atletas russos. "Se consideramos as medalhas olímpicas de Tóquio, 45 delas foram conquistadas por membros de fato do Exército russo", acrescentou.
Já a primeira-ministra lituana, Ingrida Simonyte, declarou aos jornalistas que o boicote "talvez não seja tão impressionante como a exclusão pura e simples dos atletas russos e bielorrussos", algo que ela considera uma "opção preferencial".
Por sua vez, o ministro de Esportes da Polônia, Kamil Bortniczuk, declarou nesta sexta-feira à AFP que o boicote aos Jogos seria "a carta mais forte e um último recurso".
O governo da Dinamarca também se manifestou sobre o assunto nesta sexta-feira, marcando a sua posição contra a presença de russos e bielorrussos, mesmo sob bandeira neutra, em Paris-2024.
"É a posição oficial da Dinamarca e é a minha postura como ministro. Não devemos hesitar diante da Rússia. A linha do governo é clara. A Rússia deve ser vetada de todos os esportes internacionais enquanto seus ataques continuarem contra a Ucrânia", declarou o ministro dos Esportes dinamarquês, Jakob Engel-Schmidt.
