A 100 dias das Olimpíadas, coronavírus alimenta temores - Gazeta Esportiva
A 100 dias das Olimpíadas, coronavírus alimenta temores

A 100 dias das Olimpíadas, coronavírus alimenta temores

Gazeta Esportiva

Por AFP

13/04/2021 às 12:30

São Paulo, SP

A tocha olímpica atravessa, atualmente, o Japão, e atletas de todo o mundo intensificam seus treinos para os Jogos de Tóquio. Ainda assim,  a 100 dias do evento, os organizadores ainda enfrentam desafios monumentais.

A persistência da pandemia, inclusive no Japão, atrapalha os preparativos para os Jogos e alimenta a incerteza quanto à possibilidade, e oportunidade, de organizar o evento este ano (previsto para 23 de julho a 8 de agosto).

Eventos-teste de diferentes modalidade foram adiados, o revezamento da tocha olímpica foi reduzido ao mínimo e novas restrições sanitárias estão em vigor em Tóquio e outras cidades japonesas.

Apesar de tudo, o tom dos organizadores e dos dirigentes olímpicos é de confiança. Suas declarações públicas se concentram na forma como os Jogos vão acontecer.

Eles têm motivos para estar otimistas: o revezamento da tocha olímpica começou em Fukushima, no mês passado (embora os espectadores tenham sido impedidos de comparecer à largada e à primeira etapa. As campanhas de vacinação começaram em muitos países, enquanto algumas equipes olímpicas já foram vacinadas.

O Japão não exige que os participantes dos Jogos sejam vacinados, mas o Comitê Olímpico Internacional (COI) incentiva a vacinação e obteve doses fabricadas na China para atletas de países que não tiveram acesso.

No Japão, os eventos esportivos continuam com um número limitado de espectadores, e os torcedores já seguem as regras que serão aplicadas nos Jogos, principalmente a proibição de torcer.



BOAS E MÁS NOTÍCIAS

A decisão da Coreia do Norte de não participar dos Jogos de Tóquio devido ao vírus não teve efeito bola de neve, já que os atletas parecem impacientes para o palco internacional.

"Esses últimos meses têm sido motivadores para nós, realmente queremos mostrar ao mundo todo o trabalho que fizemos", declarou na semana passada a nadadora americana Katie Ledecky, cinco vezes medalha de ouro olímpica.

A nadadora Rikako Ikee, do Japão, despertou entusiasmo ao ganhar uma vaga na equipe olímpica de revezamento, apenas dois anos após ser diagnosticada com leucemia.

Por outro lado, as notícias estão longe de ser inteiramente positivas. O ressurgimento do coronavírus forçou o governo japonês a impor novamente restrições três semanas após o levantamento das precedentes.

Em Osaka (oeste), o governador proibiu o revezamento da tocha olímpica em vias públicas. O evento acontecerá em um parque fechado aos espectadores.

Um evento-teste de polo aquático foi cancelado devido a restrições nas fronteiras japonesas. Outros torneios de qualificação também foram adiados.




JOGOS SEGUROS

Apesar desses problemas, os organizadores das Olimpíadas de Tóquio-2020 se dizem confiantes e "prontos para organizar Jogos seguros".

Foram publicaram "manuais" listando as medidas antivírus, que serão atualizadas este mês, na esperança de dissipar os temores de um público japonês que ainda se opõe em grande parte ao evento, já adiado em um ano devido à pandemia.

Os milhares de atletas e demais participantes dos Jogos procedentes do exterior vão escapar da quarentena e não precisarão apresentar comprovante de vacinação. Porém, os atletas terão que limitar seus deslocamentos, permanecer na Vila Olímpica apenas até o término das provas e fazer exames de saúde regularmente.

Os Jogos não receberão torcedores do exterior e uma decisão poderá ser tomada este mês sobre o número de espectadores residentes no Japão. Independente da decisão, o ambiente estará longe das grandes festas habituais que tradicionalmente acompanham o evento.

As pesquisas mostram que a maioria dos japoneses preferiria um novo adiamento ou cancelamento, mas os que defendem sua realização na data definida são mais numerosos do que antes, passando de 11% em janeiro para 27% em março.

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