Tentativas do COI de reintegrar a Rússia para os Jogos 2024 geram oposição - Gazeta Esportiva
Tentativas do COI de reintegrar a Rússia para os Jogos 2024 geram oposição

Tentativas do COI de reintegrar a Rússia para os Jogos 2024 geram oposição

Gazeta Esportiva

Por AFP

26/01/2023 às 22:47

São Paulo, SP

Vários países, incluindo Grã-Bretanha e Dinamarca, se opuseram, nesta quinta-feira, à iniciativa do Comitê Olímpico Internacional (COI) de procurar um "caminho" que permita aos atletas russos e bielorrussos a participação nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, apesar da invasão da Ucrânia.

De Kiev, muitos continuam pedindo que russos e bielorrussos sejam impedidos de participar do evento na capital francesa.

Rússia e Belarus foram excluídas da maioria dos eventos esportivos internacionais desde a invasão da Ucrânia pelo exército russo, em fevereiro de 2022.

"Nenhum atleta deve ser banido de uma competição apenas por causa de seu passaporte", declarou o COI nesta semana, em um comunicado ao apresentar um procedimento para a reintegração de russos e bielorrussos.

O Conselho Olímpico da Ásia (COA) propôs nesta quinta-feira integrar atletas da Rússia e da Belarus em suas competições regionais, incluindo os Jogos Asiáticos, mostrando seu apoio à posição do COI.

A proposta do COA poderia permitir que atletas dos dois países participassem de suas fases classificatórias regionais para Paris 2024.

O presidente ucraniano Volodimir Zelensky, no entanto, permanece firmemente contra qualquer tentativa de reintegrar Moscou e Minsk ao mundo esportivo.

"Nossa posição não mudou: enquanto a guerra continuar na Ucrânia, os atletas russos e bielorrussos não devem participar de competições internacionais", disse o ministro ucraniano dos Esportes, Vadym Gutzeït, nesta quinta-feira.

"Se não formos ouvidos, não descarto a possibilidade de boicotarmos e nos recusarmos a participar dos Jogos Olímpicos", acrescentou.

Michelle Donelan, ministra britânica da Cultura também responsável pelos Esportes, acredita que a iniciativa do COI está "muito distante da realidade da guerra".

Guerra ilegal

"Condenamos qualquer iniciativa que permita ao presidente (Vladimir) Putin legitimar sua guerra ilegal na Ucrânia", disse Donelan. "O próprio presidente do COI, (Thomas) Bach, havia condenado a Rússia há menos de um ano por ter violado a trégua olímpica e pediu para dar uma chance à paz", lembrou a ministra britânica.

O chefe do Comitê Olímpico da Dinamarca, Hans Natorp, destacou que seu país também se opõe fortemente ao retorno dos russos ao mundo olímpico.

"A agressão russa na Ucrânia se intensifica. Nestas circunstâncias, seria inaceitável permitir que Rússia e Belarus participem de eventos esportivos", afirmou.

"Mantemos firmemente nossa posição. Ainda não é o momento de considerar seu retorno", acrescentou.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, era a favor de permitir que atletas russos e bielorrussos participassem dos Jogos Olímpicos sob uma bandeira neutra.

"Os atletas não devem ser privados de suas competições, mas acho que, como grande parte do movimento esportivo, não deve haver uma delegação com a bandeira russa", disse Hidalgo à rede de TV France 2.

O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Paris não tem voz na decisão sobre a participação de atletas russos e bielorrussos. O COI lembrou na sexta-feira que é a federação internacional responsável por cada esporte que atualmente tem a "autoridade única" sobre esse assunto.

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