“[O ciclo olímpico é] bastante animador. Algumas modalidades vêm se destacando, que há poucos anos a gente não tinha expectativa de medalhas em campeonatos mundiais. Já estamos com a expectativa de medalhas olímpicas. O desafio é superar [o desempenho em Tóquio-2020]. É isso que a gente quer e pelo que estamos trabalhando. Não faço por menos, temos sempre que superar a missão anterior”, afirmou Wanderley.
“Depois de Tóquio, da pandemia, não tem mais desafio. A gente está muito confiante de que será um período ‘tranquilo’. Mas projeto e programa devem ter sempre uma possibilidade de ajuste. Havendo uma necessidade, faremos os ajustes para cumprir a nossa missão, que é chegar lá muito bem”, acrescentou.
O Time Brasil contará com cinco bases de apoio próximas à capital francesa, sendo a principal delas localizada em Saint-Ouen, a apenas 600 metros da Vila Olímpica. Com isso, os atletas - que podem superar o número de 309 brasileiros presentes em Tóquio - pouparão tempo no deslocamento e também contarão com facilidade no acesso.
“A gente vinha fazendo prospecção de lugares desde antes dos Jogos de Tóquio. Pesquisamos clubes e outros municípios, mas Saint-Ouen foi a que nos ofereceu as melhores condições. Não só pela distância até a Vila Olímpica - que foi o grande diferencial -, mas pela parceria que fizeram conosco em relação aos custos. Eles dividiram a conta: metade para o Brasil e metade para a comunidade”, explicou Paulo Wanderley.
“Essa é a concretização desse planejamento de longo prazo, em busca de oferecer suporte na preparação. Criamos estratégias e entendemos ser extremamente importante dar apoio em todos os detalhes para que os nossos atletas só se preocupem em competir”, declarou Ney Wilson, diretor de Alto Rendimento do COB.
Os brasileiros também terão a possibilidade de frequentar o Château Saint-Ouen, monumento histórico da cidade que acomodará serviços médicos, preparação mental, áreas operacionais e alimentação. Destaque, também, para a Escola Petit Prince, voltada à performance esportiva, e o Parque das Docas, que contará com uma quadra para os treinos de vôlei de praia.
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O Ginásio das Docas, por sua vez, será palco de treinamentos das seleções masculina e feminina de vôlei de quadra. Por fim, a Serra Wangari funcionará como a central de operações dos uniformes.
Além dos locais citados, o Time Brasil também possuirá instalações em Marselha (vela), Lille (handebol), Seine-et-Marne (remo e canoagem) e Taiti (surfe).
Programa Vivência Olímpica retorna
O COB também anunciou o retorno do Programa Vivência Olímpica, que foi iniciado em Londres-2012 e cancelado para a edição de Tóquio-2020 em decorrência da pandemia da covid-19. A iniciativa, que já contou com a participação de Rebeca Andrade, Isaquias Queiroz e Thiago Braz, levará a Paris vinte atletas brasileiros de até 23 anos durante a disputa dos Jogos Olímpicos de 2024.
“O Vivência tem o objetivo de minimizar o impacto da primeira participação no maior evento esportivo do mundo, que muitas vezes causa deslumbramento e perda de foco dos atletas”, destacou Kenji Saito, diretor de Desenvolvimento e Ciências do Esporte do COB.
Os jovens, que serão escolhidos a partir do histórico nas categorias de base, terão a possibilidade de visitar a Vila Olímpica e as instalações de treinamento do Time Brasil. Eles também poderão acompanhar as competições e viver o dia a dia de um atleta olímpico.
Programa de embaixadores
O Time Brasil também contará com um programa de embaixadores. Dez ex-atletas olímpicos brasileiros que fizeram história acompanharão a delegação do país em solo francês. Entre outras funções, eles atuarão em eventos com familiares dos atletas, farão palestras e ainda participarão de atividades na comunidade.
“Estamos pensando em todos os detalhes: olhando para Paris-2024, mas, ao mesmo tempo, também para Los Angeles-2028. Queremos que a atual geração abra as portas para as futuras”, resumiu o diretor-geral Rogério Sampaio, que entrou no Hall da Fama do COB.
