"À frente de sua idade": Max Verstappen, nascido para correr e vencer - Gazeta Esportiva
"À frente de sua idade": Max Verstappen, nascido para correr e vencer

"À frente de sua idade": Max Verstappen, nascido para correr e vencer

Gazeta Esportiva

Por AFP

09/10/2022 às 10:00

São Paulo, SP

O holandês Max Verstappen continua acumulando sucessos em sua carreira depois de conquistar seu segundo título de Fórmula 1 neste domingo, no GP do Japão. Aos 25 anos, parece estar em condições de fazer história na principal categoria do automobilismo.

Poucos duvidaram, mas Verstappen provou isso incontestavelmente: após um duelo épico em 2021 contra Lewis Hamilton, “Mad Max” revalida sua coroa após uma temporada em que teve um domínio esmagador e entrou no clube de 17 pilotos, como bicampeão da F1.

Como ele mesmo diz, "não se pode comparar épocas", por isso não parece apropriado compará-lo com outros campeões como Fernando Alonso (dois títulos), Ayrton Senna (três), Alain Prost (quatro), Juan Manuel Fangio (cinco) ou Michael Schumacher e Hamilton (sete, recorde da F1).

Verstappen escreve sua própria história, marcada pela herança familiar, já que seus pais foram pilotos de alto nível.

"Toda a família vivia para a corrida, então acho que a pessoa que Max é e o que ele está conquistando no momento é uma coisa natural", disse o empresário do piloto, Raymond Vermeulen, à AFP no ano passado.

Seu pai, o holandês Jos Verstappen, disputou 107 corridas de Fórmula 1 entre 1994 e 2003, com dois pódios no primeiro ano. Sua mãe, Sophie Kumpen, foi parceira de outro campeão mundial de Fórmula 1, Jenson Button, no kart. A belga era "uma piloto fantástica, muito rápida", recordou o britânico.


"À frente de sua idade"


Familiarizado com os circuitos, Verstappen, que nasceu na cidade belga de Hasselt em 30 de setembro de 1997, sentiu a gasolina correndo nas veias logo cedo e aos quatro anos já pilotava um kart.

"Ele sempre esteve à frente de sua idade", segundo seu empresário. Verstappen multiplicou os recordes de precocidade, até se tornar o piloto mais jovem a correr um Grande Prêmio de Fórmula 1, em 2015, aos 17 anos, ao volante de um Toro Rosso.

Uma aposta vencedora da equipe satélite da Red Bull: se tornou o piloto mais jovem a conquistar pontos alguns dias mais tarde e depois, já com a Red Bull, o vencedor mais precoce de um Grande Prêmio, o da Espanha em 2016, aos 18 anos.

No entanto, um dos poucos recordes que lhe escapou é o do mais jovem campeão mundial, já que só alcançou essa glória aos 24 anos, com mais idade que Sébastien Vettel, Lewis Hamilton e Fernando Alonso.

Durante muito tempo ele teve que se contentar com momentos esporádicos de brilho ao volante de um carro inferior ao de seus rivais, mas desde que a Red Bull lhe deu um carro vencedor, o holandês se tornou uma máquina vencedora: em dois anos, ele conseguiu subir ao topo do pódio em 22 corridas, totalizando 32 vitórias na F1 em toda a sua carreira.

Embora ele tenha dito que não se vê pilotando depois dos 40, Verstappen ainda tem espaço para se tornar o piloto mais bem sucedido da história. Com contrato até 2028 com a Red Bull, uma confiança muito inusitada na F1, a simbiose é total entre o melhor piloto e a melhor equipe, aquela que sempre o apoiou.

"Eles são testemunhas de um piloto que forma um só ser com o carro, ele está em estado de graça", comentou o capitão da Red Bull, Christian Horner, após o Grande Prêmio da Bélgica, que Verstappen venceu depois de largar da 14ª posição no grid.

"O fato de começar a temporada como campeão do mundo tirou um peso de seus ombros, mas sua motivação e sua sede de vitórias permanecem intactas", explicou o próprio Horner à AFP no início do ano.



Sangue frio


Insolente em seu início de carreira, o impetuoso Max aprendeu a domar seu temperamento na pista e agora é um monstro de sangue frio, cometendo poucos erros na pista.

Longe daquela versão que colidiu inutilmente com Esteban Ocon no GP do Brasil de 2018, antes de empurrar o francês na frente das câmeras, ou de ameaçar jornalistas quando lhe perguntaram sobre seus erros no Canadá naquele mesmo ano.

Bastante discreto na vida privada, Verstappen garantiu que o fato de ter sido campeão "não mudou" sua existência. Ele pouco interage nas redes sociais: fotos correndo em Mônaco, onde mora, ou com a namorada Kelly Piquet, filha do tricampeão mundial de F1, o brasileiro Nelson Piquet, ou com algumas celebridades, como o amigo DJ Martin Garrix.

"Sou apenas um cara normal", ele repete em todas as entrevistas. Um cara normal, porém, que pilota carros de corrida a 350 km/h.

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