Dois anos após Olimpíadas, campeã da Superliga lamenta falta de apoio no vôlei - Gazeta Esportiva
Dois anos após Olimpíadas, campeã da Superliga lamenta falta de apoio no vôlei

Dois anos após Olimpíadas, campeã da Superliga lamenta falta de apoio no vôlei

Gazeta Esportiva

Por * Estevam Chaparin

21/08/2018 às 08:00

São Paulo, SP

Andreia conquistou o título da Superliga na última temporada (Foto: As do Acampamento - Eduardo Carmin)


Após dois anos do fim da Olimpíada realizada no Rio de Janeiro, muitos dos estádios e centros de treinamentos da competição estão inutilizados e cada vez mais abandonados. Para Andreia Sforzin, campeã da Superliga Feminina 2017/2018 com a equipe do Praia Clube e com passagem pela Seleção Brasileira, essa é uma situação que precisa de mudança urgente.

Em entrevista à Gazeta Esportiva, Andreia relembrou seus momentos mais marcantes da carreira e destacou a falta de estrutura que o país ainda tem mesmo com um vôlei tão vencedor como o atual. Aos 35 anos, a jogadora busca dar ainda mais força à modalidade participando ativamente com o trabalho do Acampamento A.S, projeto que visa dar mais estrutura e visibilidade para jovens atletas brasileiros que sonham, um dia, serem profissionais e vestirem a camisa da Seleção Brasileira.

"Triste passar hoje pelo Rio e ver a maior parte das nossas instalações, ginásios, arenas, deixados de lado. Passamos por um momento político-econômico no Brasil que não favorece a nenhum setor, no entanto, eu, como atleta e mãe, acredito que o esporte e a educação sejam os pilares das nossas crianças e adolescentes para se tornarem adultos melhores do que nós somos. Infelizmente nossos governantes não veem o esporte ou não dão tanta importância, realocando os recursos dele para outros setores. Isso é muito sério. Ainda temos dois anos para nos recuperarmos e alguns esportes terminarem as fases de renovação, mas estou confiante que teremos bons resultados".

Andreia ao lado de Fabiana, durante o Acampamento (Foto: As do Acampamento - Eduardo Carmin)


Com o objetivo principal de colocar os jovens atletas em um mundo totalmente profissional, desde os treinamentos dentro de quadra até as atividades desenvolvidas nos hotéis, como concentração pré-jogo, o Acampamento busca estruturar um país, que mesmo vencedor no vôlei, ainda perdura com raras quadras públicas e incentivo para entendimento técnico e tático do esporte.

A Oposta se mantém confiante em relação ao futuro do vôlei brasileiro, ainda mais após fazer parte de um grupo forte como o Praia Clube. Na última edição da Superliga, o time quebrou uma sequência de cinco títulos seguidos do Rio de Janeiro e se tornou apenas a terceira equipe a levantar a taça desde a edição 2002/2003. Quem fecha a trinca de campeões é o Osasco, que venceu em cinco oportunidades, a última delas em 2011/2012.

"Fui campeã da Superliga em três oportunidades, então já passei por grupos tão vitoriosos quanto esse, mas o Dentil Praia Clube desse ano teve um algo a mais do que os outros, foi um time muito parceiro e humilde, nós tínhamos grandes destaques em todas as posições e não passamos nenhum problema por comportamento de grupo. Todas as peças do nosso time eram destaques, é claro que tivemos jogos que uma se sobressaiu mais que a outra, mas, no geral, é difícil apontar uma, mas, sim, a força do grupo".

Para ela, a disputa desse ano deverá ser novamente acirrada e muito competitiva, sem deixar de enaltecer a força das atuais campeãs. "Conto com os times que nos acostumamos a ver nas finais, como Sesc Rio e Audax Osasco. Também acredito que o Camponesa Minas vem muito forte esse ano pelas ótimas contratações, e, claro, o Dentil Praia Clube, que com certeza veremos nas finais de novo".

Com uma carreira vencedora, Andreia destacou que, para chegar onde está atualmente, uma das principais chaves é a paixão pelo que faz e vive, no caso, o esporte. Desde criança, as atividades esportivas fizeram parte da sua vida e aos poucos, foi percebendo que o amor pelo vôlei era ainda maior.

"A paixão pelo esporte veio de criança. As coisas foram acontecendo naturalmente, eu me dedicava muito aos treinos, era muito responsável com meus compromissos e horários e eu tinha um biótipo ideal para esporte, isso ajudou muito a decidir minha trajetória como atleta. Tudo a minha volta conspirou ao meu favor, meus pais, meus técnicos, minha escola, meus clubes e na hora de decidir entre a faculdade e o vôlei. No caso, o vôlei ganhou de lavada", finalizou Andreia.

 

* Especial para a Gazeta Esportiva

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