Bárbara Seixas e Fernanda Berti elogiam estrangeiras, mas veem duplas brasileiras como as mais fortes - Gazeta Esportiva
Bárbara Seixas e Fernanda Berti elogiam estrangeiras, mas veem duplas brasileiras como as mais fortes

Bárbara Seixas e Fernanda Berti elogiam estrangeiras, mas veem duplas brasileiras como as mais fortes

Gazeta Esportiva

Por Guilherme Goya*

24/04/2019 às 16:02 • Atualizado: 24/04/2019 às 16:48

São Paulo, SP

A pouco mais de um ano para o início dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio, os atletas brasileiros já começam a disputar campeonatos valendo pontos em busca de vaga na maior competição esportiva do planeta. A dupla Bárbara Seixas e Fernanda Berti, campeãs do Circuito Nacional do vôlei de praia, já planejam a corrida olímpica, e falaram com exclusividade à Gazeta Esportiva sobre os desafios que terão pela frente.

A dupla sabe que não terá tarefa fácil para conseguir a classificação para as Olimpíadas. Com o Circuito Mundial chegando, as brasileiras terão duplas fortes do mundo todo pela frente, mas elas alertam que as principais rivais serão as próprias compatriotas.

“A Alemanha e os Estados Unidos têm bastante times competitivos, mas o Brasil é o mais forte, na minha opinião. Você vê todas essas duplas brasileiras ganhando títulos, chegando em finais. Por um lado é muito legal porque nos obriga a sempre estar no nosso melhor. A gente não tem respiro aqui no Brasil. Sempre vamos para a competição tendo que dar o nosso melhor, porque é muito equilibrado”, analisou Fernanda.

A dupla conquistou o Circuito Nacional vencendo a última etapa, em João Pessoa (Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV)


Bárbara e Fernanda conquistaram, há dez dias, o título do Circuito Nacional. Mantendo uma boa regularidade durante todas as etapas, as brasileiras venceram em Vila Velha-ES e fecharam a conquista com a vitória em João Pessoa-PB. As duas etapas, inclusive, foram as mais marcantes para as duas jogadoras.

“Com certeza a mais marcante para mim foi Vila Velha, porque foi o meu primeiro título. Acho que a última também, porque estávamos disputando o título com mais três times brasileiros. A gente sabia que tudo poderia acontecer e qualquer um dos quatro times poderiam levar o título”, disse Fernanda.

Bárbara completou também destacando a etapa do primeiro título da dupla e a do título. “A de João Pessoa foi marcante pela consagração do nosso trabalho. Mas acho que a etapa de Vila Velha também foi bem marcante, porque foi o nosso primeiro título juntas. A Fernanda ainda não tinha ganho um torneio do circuito brasileiro e esta etapa de Vila Velha foi o torneio que conseguimos ganhar a nossa primeira medalha”.

A dupla se juntou em 2016, depois das Olimpíadas do Rio de Janeiro. Fernanda Berti começou a sua carreira nas quadras, onde atuou até o final de 2012. A jogadora formou dupla com outras cinco atletas antes de se juntar com a experiente Bárbara Seixas, que foi prata nos Jogos do Rio quando formava parceria com Ágatha.

Bastaram quase três anos para que as duas conquistassem a primeira medalha de ouro juntas. Sobre a parceria, Bárbara elogiou a troca saudável entre elas e disse que a complementação das características individuais é crucial para o bom desempenho na areia.

“Acho que a gente tem uma troca muito bacana. A Fernanda tem uma formação de quadra, mas é uma jogadora experiente, conquistou uma carreira em que se consagrou como atleta de quadra antes de vir para a praia. Ela tem características de jogo que são diferentes da minha e acho que isso traz um complemento muito grande”, comentou a vice-campeã olímpica.

Bárbara e Fernanda formaram dupla após as Olimpíadas de 2016 e conquistaram o primeiro título em 2019 (Foto: Marcio Rodrigues/Megafoto)


A dupla se juntou em 2016, depois das Olimpíadas do Rio de Janeiro. Fernanda Berti começou a sua carreira nas quadras, onde atuou até o final de 2012. A jogadora formou dupla com outras cinco atletas antes de se juntar com a experiente Bárbara Seixas, que foi prata nos Jogos do Rio quando formava parceria com Ágatha.

Bastaram quase três anos para que as duas conquistassem a primeira medalha de ouro juntas. Sobre a parceria, Bárbara elogiou a troca saudável entre elas e disse que a complementação das características individuais é crucial para o bom desempenho na areia.

“Acho que a gente tem uma troca muito bacana. A Fernanda tem uma formação de quadra, mas é uma jogadora experiente, conquistou uma carreira em que se consagrou como atleta de quadra antes de vir para a praia. Ela tem características de jogo que são diferentes da minha e acho que isso traz um complemento muito grande”, comentou a vice-campeã olímpica.

O calendário do vôlei de praia é repleto de competições e algumas delas somam pontos para as atletas lutarem por apenas duas vagas nos Jogos Olímpicos. Segundo as jogadoras, o planejamento era participar de cada etapa do Circuito Nacional focadas em fazer um bom desempenho e conquistar ritmo de jogo, sem muita preocupação com os resultados. O título chegou como um presente.

“Esse título veio para consagrar um trabalho. O vôlei de praia tem um calendário em que você joga o ano inteiro. Então temos que focar em algumas metas, algumas competições, para realmente poder fazer uma programação boa. A nossa meta para esse ano com certeza é a corrida olímpica. Não tínhamos nenhuma meta de conseguir este título nacional, então ele veio como um presente, pelo trabalho que fizemos e pela nossa dedicação. A gente ficou muito feliz e serve como motivação, porque agora vai começar o ano”, ressaltou Fernanda.

As atletas falaram do calendário cheio e do equilíbrio das competições (Foto: Marcio Rodrigues/Megafoto)


O próximo grande desafio da dupla já é a primeira etapa do Circuito Mundial, que acontece nesta semana em Xiamen, na China. A dupla estreia em um jogo já muito difícil contra a norte-americana Walsh, tricampeã olímpica, e sua parceira Sweat. A partida acontece na madrugada de quarta para quinta-feira. Bárbara Seixas destaca a importância do título nacional para chegar motivada para a primeira etapa da competição mundial.

“O fato de a gente ganhar o circuito brasileiro sempre traz uma motivação. A gente entende que ainda tem muita coisa para acontecer, então estamos nos preparando ao máximo para tentar ir bem. As expectativas são sempre muito positivas porque o trabalho é bem feito e nós estamos confiantes”, destacou.

Já Fernanda preferiu destacar o equilíbrio das duplas no torneio. Segundo a atleta, não há favoritas para a conquista desta primeira etapa o que torna a briga muito aberta. “A nossa disputa interna já é muito grande e agora tem as gringas. Temos que matar um leão por dia no torneio. De uns anos para cá, o mundial está muito equilibrado. Antigamente você já sabia quem poderia sair em primeiro da chave, mas hoje em dia não tem como saber. A gente sabe das dificuldades, mas sabemos também que temos condições para brigar. Então vamos confiantes, motivadas e tranquilas”, analisou.

A dupla trabalha firme visando a corrida olímpica neste ano (Foto: Marcio Rodrigues/Megafoto)


Apenas duas duplas classificam-se para os Jogos Olímpicos de 2020. Segundo os critérios da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), somente as etapas do Circuito Mundial de quatro e cinco estrelas e o Campeonato Mundial contarão pontos para o ranking de classificação.

Fernanda e Bárbara contaram como fazem para segurar a ansiedade de uma possível participação nas Olimpíadas de Tóquio-2020 e destacaram o trabalho com os profissionais da psicologia.

“Não adianta colocar a carroça na frente dos bois. Por já ter vivido essa situação antes, sei o quão mágico é representar o Brasil nas Olimpíadas. E relembrar isso só me anima e me deixa muito feliz. De maneira nenhuma me traz ansiedade. Eu entendo que a jornada é bastante difícil, mas também é muito engrandecedora. Para mim, na verdade, a Olimpíada em si é muito rápida se comparada a toda jornada que temos que enfrentar para conquistar essa vaga. Eu procuro sempre curtir e aprender com cada etapa, mas sempre com pensamentos muito positivos em relação à Olimpíada”, disse Bárbara.

O equilíbrio das duplas brasileiras ficou claro no Circuito Mundial, quando quatro equipes chegaram com chances de título na última etapa (Foto: Wander Roberto/Inovafoto/CBV)


A dupla comentou também sobre a realidade do vôlei de praia brasileiro. Com destaque para a qualidade das duplas e para a profissionalização do esporte no Brasil as duas atletas elogiaram o trabalho que vem sendo feito não só dentro, mas também fora de quadra. Bárbara comentou sobre o desenvolvimento do esporte na preparação dos atletas e dos profissionais que completam a equipe do vôlei de praia.

"Eu acho que o vôlei de praia está cada vez mais profissional. Tem muita gente envolvida por trás hoje em dia. A nossa equipe é muito grande, transdisciplinar, sempre mantendo contato entre si para saber o que precisa melhorar. A gente tem progredido muito em relação a softwares e programas que podem ajudar a detectar e a individualizar cada vez mais os times e entender como funciona o corpo de cada atleta”, finalizou.

*Especial para a Gazeta Esportiva

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