No Pacífico Sul, surfistas voltam a desfrutar das ondas - Gazeta Esportiva
No Pacífico Sul, surfistas voltam a desfrutar das ondas

No Pacífico Sul, surfistas voltam a desfrutar das ondas

Gazeta Esportiva

Por AFP

04/05/2020 às 10:52

São Paulo, SP

"Foi um sopro de oxigênio!": no Taiti, o francês Jérémy Florès voltou a surfar depois de uma longa espera, graças ao relaxamento das medidas de confinamento neste canto do Pacífico Sul, onde os mestres das pranchas voltaram a desfrutas das ondas.

"Foi realmente estupendo! O simples fato de voltar ao oceano. É muito raro para mim ficar tanto tempo fora d'água. Estar no Taiti por 48 dias e não surfar, sabendo que há ondas incríveis durante este confinamento, foi duro", afirma à AFP Florès, que vive no Taiti há três anos.

No dia 29 de abril, surfistas retornaram ao mar no Taiti (Foto: SULIANE FAVENNEC / AFP)


Florès é um surfista profissional, atual 10º colocado no ranking mundial, e conta com os olhos brilhando de seu primeiro banho 'pós-confinamento', em plena pandemia do coronavírus, enquanto se dirige a outra sessão de surfe, para domar a mítica onda de Teahupoo. São 5h30 da manhã nesta ilha da Polinésia francesa.

"Há uma grande ondulação no Taiti, certamente teremos grandes ondas. Por isso levanto cedo, para pegar as ondas antes que todo mundo chegue", explica o surfista de 32 anos, um autêntico apaixonado pela aventura dentro do mar.

Entrar na água é possível no Taiti desde 29 de abril, um dia que Florès preferiu passar com sua filha de dois anos no mar, antes de voltar no dia seguinte, desta vez acompanhado da fiel prancha.

Muitos surfistas

"Há dez anos eu simplesmente teria tido um colapso se não pudesse surfar. Mas com a maturidade não fiquei desesperado. Eu simplesmente queria voltar para o mar, sentar na minha prancha, só isso... Eu sentia falta disso, de estar no mar", admite.

O polinésio Hari Teriinatoofa, bicampeão mundial ISA (2004, 2010), "não tinha pressa para voltar ao mar", mas se apressou para dar um mergulho assim que as autoridades deram a autorização.

"Já havia muitos surfistas na água, todos os que têm o hábito de chegar muito cedo. Na água você não conversa muito, ficamos bastante longe um dos outros. A onda chega e você surfa", conta Teriinatoofa.

"Estamos felizes por poder sair, mas não esquecemos", afirma, em referência à crise sanitária provocada pelo coronavírus.

Teriinatoofa, que também trabalha como técnico da seleção francesa, programou rapidamente uma segunda sessão de surfe.

"O mar não mudou, ele está aí e acredito que está feliz em nos rever!", brinca o taitiano, que já evita saudar os colegas com beijos, se contentando agora com choques de punho.

"Enferrujada"

A quase 4.000 quilômetros de distância, Pauline Ado, que viajou no início de março à Nova Zelândia para uma competição internacional, decidiu permanecer no país pelo fato das medidas de confinamento serem menos severas que na França.

Desde 28 de abril, data em que o governo neozelandês relaxou as medidas de confinamento no país, Ado treina no mar todos os dias.

Sua primeira sessão de surfe após o confinamento durou duas horas. E ela confessa que não foi nada fácil.

"O mecanismo estava um pouco enferrujado!", admite sorrindo Ado. "No surfe, precisamos tocar a água, precisamos desta sensação de estar deslizando para alcançar nosso nível. Quando você passa muito tempo fora d'água, acaba perdendo esta sensação", explica.

A surfista profissional, instalada agora em Oakura, perto de New Plymouth (sudoeste da ilha norte da Nova Zelândia), não prevê voltar para sua casa em Anglet (sudoeste francês) até que as medidas de confinamento na França sejam amenizadas, o que não deve acontecer até 2 de julho.

Apesar desta data prevista para a reabertura de praias na frança, a Federação Francesa de Surfe solicitou "uma solução provisória" para que se possa ter acesso ao mar para a prática esportiva individual a partir de 11 de maio.

Conteúdo Patrocinado