“Agora, chegou a hora de seguir em frente. Estou diante de novos desafios. Encerro minha carreira de atleta e assumo uma nova empreitada. De coração, serei eternamente grato ao judô. Conquistei muito mais que medalhas e títulos. Fiz amigos, construí uma família e criei laços que nunca mais vão se desfazer. Fui muito feliz, me diverti muito com o judô e espero ter, com meu trabalho e dedicação, contribuído na história desse esporte fantástico”, disse Felipe em carta de despedida.
Foram 13 anos vestindo o judogi do Brasil e representando o país. Seu estilo de luta o fez conquistar, além da medalha olímpica, sete títulos continentais e mais de uma dezena de medalhas em etapas do Circuito Mundial IJF.
Em 2011, ganhou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara e, finalmente, em 2012, veio a consagração nos Jogos de Londres com a medalha conquistada no dia de seu aniversário.
Um gigante do nosso esporte está se despedindo dos tatames!
Por tudo o que fez pelo time #BrasilJudo:
OBRIGADA, KITA! 💛💚 @fekitadai #SempreJudoca | @timebrasil | @sogipa | @judors https://t.co/JPsjYP9bLk
— CBJ (@JudoCBJ) March 30, 2022
Kitadai ainda representou o Brasil nos Jogos do Rio 2016 e ficou em sétimo lugar. Em 2019, venceu de forma contundente o Grand Slam de Baku e conseguiu o único resultado que o classificaria para o Mundial de Tóquio. Mas, com o adiamento dos Jogos, o caminho ficou mais difícil para o judoca e ele não conseguiu chegar a sua terceira participação olímpica.
“O Kita sempre foi e é muito especial. No final do ciclo olímpico para os Jogos de Beijing 2008, sentimos necessidade de procurar atletas para as categorias de 60kg e +100kg. Realizamos treinos só para essas categorias e, nesses treinos, escolhemos o Kita, no Ligeiro. Seus randoris chamavam muita atenção, porque tinha uma característica muito diferente. Sempre que era derrubado saía fazendo kiai, indo para cima de seus adversários até conseguir reverter, sempre. Isso chamou muita atenção, pela competitividade e resiliência apesar de muito desgastado em cada randori. Acertamos na escolha e, nos Jogos Olímpicos de Londres, lutou exatamente desta forma. Fiquei emocionadíssimo com sua medalha, principalmente pela maneira que a conquistou. Tenho certeza que fará um belíssimo trabalho, agora como treinador. E, com certeza, estarei torcendo muito por seu sucesso”, conta Luiz Shinohara, ex-técnico da seleção masculina que esteve junto com Kitadai em suas principais conquistas.
Em homenagem à história e toda contribuição de Kitadai ao judô nacional, a Confederação Brasileira de Judô outorgou-lhe a faixa vermelha e branca de 6º Dan, uma das graduações mais altas e prestigiosas do judô.
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