Juliana volta do Pan com ouro e convencida de que ainda é atleta - Gazeta Esportiva
Juliana volta do Pan com ouro e convencida de que ainda é atleta

Juliana volta do Pan com ouro e convencida de que ainda é atleta

Gazeta Esportiva

Por André Sender

29/07/2015 às 16:58 • Atualizado: 29/07/2015 às 18:05

São Caetano do Sul, SP

Marilson Gomes dos Santos seu filho Miguel e sua esposa Juliana Gomes dos Santos medalha de ouro nos 5.000 m (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)
Marilson Gomes dos Santos, seu filho Miguel e sua esposa Juliana, medalha de ouro nos 5.000m (Foto: Fernando Dantas/Gazeta Press)


A única medalha de ouro do atletismo brasileiro nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015 foi conquistada por Juliana Gomes dos Santos, na prova dos 5.000m. De volta ao Brasil, a atleta, mulher do tricampeão da São Silvestre e bicampeão da Maratona de Nova York, Marílson Gomes dos Santos, trouxe na bagagem a premiação e a certeza de que não perdeu o espírito competitivo.

Juliana foi campeã dos 1.500m no Pan do Rio de Janeiro 2007, mas interrompeu a carreira para ser mãe. Depois do nascimento de Miguel, voltou a treinar incentivada pelo técnico Adauto Domingues e, relutante, trocou de prova, já que não tinha a mesma velocidade de quando foi campeã em casa, às vésperas da competição no Canadá.

O ouro em Toronto veio apenas em sua segunda vez disputando os 5.000m. Nos 3.000m com obstáculos, em que Adauto foi campeão nos Pans de 1987 e 1991, ela sofreu uma queda depois de brigar pelas primeiras posições na primeira vez em que fez a prova ao lado de adversárias.

“O meu saldo do Pan é muito positivo. Além do ouro, consegui me reencontrar como atleta. O Adauto falava para eu voltar a competir e ver que eu ainda tinha isso dentro de mim, aquela Juliana competitiva e que não desiste fácil das coisas. Foi isso que busquei lá”, afirmou a brasileira.

Juliana não precisou ser convencida só a trocar de prova. Deixar Miguel, de quatro anos de idade, sob os cuidados de Marílson e retomar a rotina de atleta em uma grande competição mundial era outro receio da atleta, agora dona de duas medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos.

O tricampeão da São Silvestre se saiu bem cuidando sozinho do elétrico Miguel, o que classificou como “uma tarefa árdua”, e Juliana aproveitou a boa estrutura da delegação nacional em Toronto 2015 para perder o medo de competir e a ansiedade nos dias que antecedem as provas na pista.

“O mais difícil foi estar na Vila Pan-Americana com o pessoal, viver aquela sensação de antes da prova. Fazia muito tempo que não vivia isso. Na pista eu já sabia como era competir e treinar, mas tive que resgatar todo aquele processo de concentração de um atleta. Não tinha perdido isso depois que fui mãe, mas estava afastada um pouco”, explicou a brasileira.

O Brasil encerrou os Jogos Pan-Americanos de Toronto na terceira posição geral do quadro de medalhas com 141 conquistas, mesmo número de Guadalajara 2011. Foram 41 ouros, 40 pratas e 60 bronzes.

No atletismo, no entanto, o País teve o desempenho mais fraco dos últimos 44 anos. Foram apenas 13 medalhas: uma de ouro (a de Juliana), seis de prata e seis de bronze. Desde Cáli 1971, o Brasil não saia do Pan com menos de dois ouros.

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