Capitão da Seleção de handebol exalta feito inédito no Mundial - Gazeta Esportiva
Capitão da Seleção de handebol exalta feito inédito no Mundial

Capitão da Seleção de handebol exalta feito inédito no Mundial

Gazeta Esportiva

Por Pedro Nascimento*

19/01/2019 às 09:19

São Paulo, SP

Capitão Thiagus Petrus em ação no jogo que valeu a classificação para segunda fase (Foto: Odd Andersen/AFP)


A Seleção Brasileira masculina de handebol fez história nesta quinta-feira. Após vencer a Coreia do Sul por 35 a 26, o Brasil conseguiu sua primeira classificação para a segunda fase do Mundial do esporte na história. Após perder seus dois primeiros jogos no torneio, contra França e Alemanha, sede do campeonato, a equipe verde-amarela venceu as três partidas restantes da fase de grupos e agora está entre as 12 melhores e na segunda etapa da competição.

Uma das figuras mais importantes do elenco brasileiro, o capitão Thiagus Petrus conversou exclusivamente com a Gazeta Esportiva e revelou o alto astral do grupo com a classificação. O armador, que atua pelo Barcelona, campeão das últimas oito edições do Campeonato Espanhol de handebol, falou sobre a meta da Seleção no Mundial de ir mais longe.

"Acredito que chegar na segunda fase era o nosso primeiro objetivo. Agora, como perdemos os primeiros dois jogos, começamos a segunda fase com 0 pontos, então precisamos trabalhar duro para chegarmos na semifinal", disse Thiagus.

O Brasil terá a companhia de Croácia, Alemanha, França, Espanha e Islândia em seu grupo da segunda fase. A campanha da fase de grupos influencia nesta etapa, portanto os croatas, que tiveram a melhor campanha, começam com quatro pontos, os alemães e franceses iniciam com três pontos e os espanhóis com dois pontos. O Brasil e a Islândia, que foram terceiros colocados em seus grupos, não iniciam com nenhum ponto nesta fase.

"Temos que ganhar os 3 próximos jogos e então, com uma combinação de resultados, podemos almejar uma semifinal", comentou Thiagus. O primeiro confronto do Brasil na segunda fase é contra a Croácia, no próximo domingo, às 15h. Na sequência, a Seleção enfrenta a Espanha na segunda-feira, no mesmo horário. O terceiro e último jogo é contra a Islândia, na quarta, às 16h.

Thiagus comentou também sobre a recuperação da Seleção após as duas derrotas nos primeiros jogos do torneio. Segundo o jogador, o planejamento da comissão técnica e do elenco já previa partidas complicadas contra os franceses e os alemães.

"Os dois primeiros jogos foram os mais difíceis do grupo e já sabíamos disso. São duas seleções, tanto Alemanha quanto França, com os melhores jogadores do mundo e que têm também as duas melhores ligas do mundo. A gente conseguiu fazer um bom jogo contra a França e acabamos ficando muito cansados para jogar contra a Alemanha", contou o armador. 

"A partir de então começamos a competir com seleções que estão no mesmo nível que a gente e, com sorte, conseguimos ganhar", completou. Depois dos dois tropeços, o Brasil derrotou Sérvia, Rússia e Coreia do Sul, conseguindo a classificação para a segunda fase em terceiro lugar.

Armador Thiagus Petrus em partida contra a França no Mundial (Foto: Tobias Schwarz/AFP)


O handebol brasileiro voltou ao cenário mundial nos últimos anos, com destaque para o título mundial da Seleção feminina em 2013. Para Thiagus, o esporte já esteve mais negligenciado e, no momento, precisa buscar novas alternativas de apoio financeiro.

"O handebol brasileiro chegou no mais fundo possível e agora a única coisa que nos resta é subir. Nos falta mídia e principalmente vender o handebol como um produto, não como um esporte. A partir de então conseguiríamos atrair mais investidores e patrocinadores".

"Recentemente conseguimos um acordo com uma fornecedora de bolas, que também está fornecendo todo o material para as seleções adultas. A confederação vai sair de Aracaju, que era um polo bem distante, onde não tinha nada relacionado a handebol, e agora vai para São Paulo, onde temos um centro de treinamento", revelou Thiagus. A expectativa é de que a transferência da sede da confederação colabore para uma melhora na preparação para as competições.

Hoje, a liga brasileira de handebol tem pouca visibilidade, principalmente por não ser televisionada. A ausência de investimentos expressivos não possibilitam a expansão da estrutura e a manutenção de bons jogadores, que logo aceitam propostas para jogarem em clubes estrangeiros. Para Thiagus, os focos deveriam ser o fortalecimento do campeonato e uma maior atenção aos jovens.

"Um patrocínio máster seria fundamental para melhorar a liga nacional e as categorias de base das equipes brasileiras. Como a maioria dos atletas da Seleção principal jogam fora em ligas estruturadas, o que realmente precisamos é investir no nosso país. A confederação e a comissão de atletas estão trabalhando em conjunto para ajudar nesse sentido".

*  especial para a Gazeta Esportiva

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