Ginástica brasileira tem ano marcado por muito trabalho e resiliência - Gazeta Esportiva
Ginástica brasileira tem ano marcado por muito trabalho e resiliência

Ginástica brasileira tem ano marcado por muito trabalho e resiliência

Gazeta Esportiva

Por Redação

04/01/2021 às 19:47

São Paulo, SP

O ano de 2020, marcado pela pandemia do coronavírus, foi de muitos desafios para a Confederação Brasileira de Ginástica.

Em janeiro, quando ainda não havia o surto de covid-19 no mundo, a entidade enviou a seleção masculina juvenil à Junior International Team Cup, realizada em Houston, nos Estados Unidos. A ideia era preparar os atletas para o Campeonato Pan-Americano da categoria.

Poucos dias depois, a CBG e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) realizaram o maior camping de treinamento da história da Ginástica Artística Masculina, reunindo 22 atletas e 13 treinadores no CT Time Brasil. A ação incluiu treinadores mais novos e outros que estão mais distantes dos grandes centros, contribuindo para elevar o padrão das práticas em nível nacional.

No começo de fevereiro, a Seleção Brasileira de conjunto de Ginástica Rítmica disputou o Grand Prix de Moscou. Na capital russa, o Brasil conseguiu sua maior nota no ciclo olímpico na série de cinco bolas (26,400). Depois, na prova mista (três arcos e dois pares de maças), as brasileiras conseguiram 26,150, novamente registrando sua mais alta nota no período. Com a soma 52,500, o Brasil terminou sua participação na quinta colocação. Nas finais por aparelhos, a equipe nacional ficou em sexto lugar na prova das cinco bolas e em quinto na série mista.

(Divulgação/CBG)


Na sequência, a Seleção Brasileira de Ginástica de Trampolim foi disputar a etapa da Copa do Mundo de Baku, no Azerbaijão, e por pouco não subiu ao pódio. Camila Gomes e Alice Hellen terminaram na quarta colocação. Nas disputas individuais, Camila ficou em 29º e Alice em 30º. No masculino, Rayan Dutra foi o 31º.

Já em março, Diogo Soares, uma grande promessa do Brasil, estreou, aos 17 anos, na categoria adulta. Seu batismo foi na tradicional American Cup, em Milwaukee. O jovem ficou em sétimo lugar no individual geral, a melhor nota foi no salto (13.966), e nas paralelas também foi bem (13.766).

Poucos dias depois, teve início a etapa de Baku da Copa do Mundo de Ginástica Artística. A competição seria marcante para Rebeca Andrade, que voltou às competições internacionais após nove meses de afastamento para recuperação de uma cirurgia de joelho. E ela voltou com tudo, obtendo a terceira colocação na fase de classificação das assimétricas e a segunda na trave.




No dia seguinte, no entanto, o impacto da covid-19 pesou sobre a ginástica oficialmente: o governo do Azerbaijão adotou medidas para evitar aglomerações em seu território e cancelou as finais da etapa de Baku.

A CBG, por sua vez, suspendeu todos os eventos previstos no Calendário Nacional e Internacional, assim como as atividades nos Centros de Excelência CAIXA Jovem Promessa de Ginástica. Além disso, os colaboradores da Confederação passaram a trabalhar no sistema de home-office.

Já no final de março, o Comitê Olímpico Internacional, o Comitê Organizador Tóquio 2020 e o governo japonês decidiram adiar os Jogos Olímpicos de Tóquio.

Entretanto, mesmo com as competições interrompidas, o trabalho fora dos ginásios continuou intenso. O Comitê Olímpico do Brasil lançou o Curso de Prevenção e Enfrentamento do Assédio e Abuso no Esporte (PEAAE). O evento reuniu cerca de 80 atletas, treinadores, dirigentes de Confederações e colaboradores no auditório do Centro de Treinamento do Time Brasil.

Para dar continuidade aos treinos, aos atletas passaram a se encontrar com os técnicos virtualmente e a realizar as suas atividades no interior de suas residências. E para aproximar o público, a CBG passou a abrir os treinos, para que os fãs pudessem amenizar suas saudades.

(Divulgação/CBG)


A entidade realizou também reuniões virtuais para compartilhamento de informações e discussões. Foi para esse propósito que realizou um encontro entre gestores e líderes do grupo de Ginástica para Todos (GPT) para discutir o legado da Ginastrada Mundial de 2019, realizada em Dornbirn, na Áustria. a conferência foi finalizada com a proposta de criação de grupos de trabalho para a edição de 2023, cuja sede será Amsterdã, na Holanda. Além dessa, também houveram atividades de atualização da arbitragem com a ajuda de aplicativo de compartilhamento de imagens.

Em julho, as Seleções Brasileiras de Ginástica Artística e Rítmica fizeram parte de um training camp histórico: a Missão Europa. Ao todo, 22 atletas e 11 membros das comissões disciplinares foram enviados a Sangalhos, em Portugal, para um período de oito semanas de treinamento. Foi a oportunidade encontrada para a retomada do treino em ginásios, num período em que essas instalações ainda se encontravam fechadas no Brasil.

Abraçando todas as vertentes da prática do esporte, a CBG realizou também uma série de cinco encontros virtuais sobre a Ginástica Para Todos, a GPT. A ação procurou esclarecer o que é a GPT e dar mais detalhes sobre o grande evento que é a World Gymnaestrada ou Ginastrada Mundial, principal evento não competitivo internacional de ginástica, que mobiliza milhares de participantes a cada quatro anos.

Em outubro, em mais um esforço para ampliar o espaço da Ginástica na mídia e de popularizar o esporte, a CBG lançou o quadro “Fora da Série”. Trata-se de um conjunto de vídeos que abordam curiosidades e o dia a dia dos atletas, sem focar em competições.

No final de novembro, a Seleção Brasileira masculina de Ginástica Artística deu um passo importante, ao realizar o “Estágio de Treinamento GAM”. Foi o primeiro trabalho conjunto da equipe em solo brasileiro desde o isolamento. A atividade foi importante para avaliação dos atletas, estabelecimento de metas e planejamento dos próximos passos, visando ao importante ano de 2021.

Enquanto isso, foi realizado, no Centro Nacional de Treinamento de Ginástica Rítmica, em Aracaju, a reunião das comissões multidisciplinares da CBG e do COB envolvidas com a modalidade. Foram estabelecidas estratégias e criados planos de apoio à preparação visando à classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2021.

(Divulgação/CBG)


Segundo a presidente da CBG, Luciene Resende, a rápida adaptação da entidade ao cenário da pandemia, com respostas criativas, e a capacidade de organização da entidade foram determinantes para reduzir danos e criar condições para que se espere um grande 2021.

“Os resultados das primeiras competições de 2020 anunciavam que teríamos uma bela temporada, na esteira do muito positivo ano de 2019. Infelizmente, a pandemia interrompeu, ou melhor, adiou a colheita desses resultados, que são fruto de muito trabalho bem planejado, estruturado e consistente. Se nos vimos impossibilitados de colher, continuamos semeando. Apostamos alto em treinamentos online, cursos e estudos virtuais, chamando a atenção de outras confederações e até de treinadores estrangeiros. Aos poucos, fomos recuperando a forma de nossos atletas, o que nos dá condições de contar com um ótimo 2021, mesmo que ainda permeado por algumas dificuldades. Obtivemos medalhas olímpicas desde 2012 e acredito que em Tóquio não será diferente”, diz a dirigente.

“Estamos aprimorando constantemente nosso Programa de Ética e Integridade, realizando diversas ações para abastecer a comunidade gímnica de informações. Além disso, reforçamos nossa presença na mídia com os vídeos do Fora da Série. Orgulhamo-nos também dos Centros de Excelência CAIXA Jovem Promessa da Ginástica, que se desdobraram para manter as crianças e adolescentes em atividade ao longo de todo o ano. Por fim, realizamos a segunda edição do Estágio Nacional de Treinamento da Ginástica Rítmica, em um exemplo de que continuamos assentando nosso futuro sobre bases sólidas. Quero agradecer a todos os nossos parceiros, sem os quais não poderíamos ter feito tanto, e tão bem: Caixa Econômica Federal, Comitê Olímpico do Brasil, Ministério da Cidadania, Secretaria Especial do Esporte, presidentes das federações e a toda a comunidade gímnica”, conclui Luciene.

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