“É cedo para pensar em medalhas”, destaca Mourão sobre Jogos de Inverno - Gazeta Esportiva
“É cedo para pensar em medalhas”, destaca Mourão sobre Jogos de Inverno

“É cedo para pensar em medalhas”, destaca Mourão sobre Jogos de Inverno

Gazeta Esportiva

Por Fernanda Silva, especial para Gazeta Esportiva

14/02/2018 às 16:56

São Paulo, SP

Ao lado de Jaqueline, outros noventa atletas participam da disputa no Alpensia Cross Country Centre, em PyeongChang (Foto: Roberto Nahom/COB)


A busca brasileira por medalha nos Jogos Olímpicos de Inverno ainda parece uma possibilidade remota para os dez representantes do verde e amarelo, em Pyeongchang, na Coreia do Sul. Desta vez, os viajantes do país tropical chegaram às terras geladas com o objetivo de superar o melhor resultado da história do Brasil na competição – um nono lugar no snowboard, com Isabel Clark, em Turim, 2006. “O Brasil tem desenvolvido muito nos últimos anos tanto nos esportes da neve quanto do gelo, mas ainda é cedo para pensar em medalhas”, destaca Jaqueline Mourão, do esqui cross-country, a primeira brasileira a defender o País na competição deste ano, em entrevista exclusiva à Gazeta Esportiva.

Segundo ela, entretanto, o desafio é grande também para os times considerados potências na disputa, por serem de clima gelado. “O Canadá, por exemplo, que é um país nórdico, sonha somente agora com a histórica primeira medalha masculina”, destaca a brasileira com mais participações em Jogos Olímpicos: seis. Dessa vez, ela disputa os 10km no estilo livre do esqui cross country na madrugada desta quinta-feira (4h30 horário de Brasília). Neste ciclo olímpico, ela alcançou os melhores resultados de sua carreira na modalidade e conquistou pódio em três etapas de provas internacionais válidas para o ranking internacional.

Para a snowboarder Isabel Clark, apesar do alto nível e competitividade, os brasileiros vão dar seu melhor para representar País, mesmo sabendo das dificuldades. “O Brasil tem pouquíssimas chances de conquistar medalha. Com certeza é um sonho de todos atletas que estão aqui”, ressalta Clark.

“Cada vez mais estamos mais próximos dos gigantes. Para os grandes times melhorarem, é difícil. Mas para a gente, melhorar e chegar próximo deles, acaba sendo um pouco mais fácil”, ressalta, otimista, Edson Bindilatti, que defende o Brasil no bobsled.

País tropical na neve?

Para os atletas, as condições climáticas brasileiras, apesar de bem diferentes das vividas durante os Jogos de Inverno, não influenciam diretamente nos treinamentos. Isso porque parte da preparação física é feita sem a necessidade de gelo ou neve. Além disso, os atletas também viajam pelo mundo em busca de melhores estruturas. Há, entretanto, um ponto chave, segundo eles: a familiaridade.

Está será a quarta e última performance olímpica da atleta carioca (Foto: COB)


“A maioria dos brasileiros aprendeu o esporte [de inverno] mais tarde que os demais concorrentes”, destaca Jaqueline Mourão. “Assim temos um caminho a percorrer que os que nasceram em países com neve já percorreram desde a infância”. Nos treinamentos, entretanto, a atleta consegue driblar a falta de neve. “Com os roller skis hoje podemos simular os movimentos no asfalto e isso é uma grande ferramenta para nós”, explica Mourão.

Isabel concorda. “Se tivesse neve no Brasil, com certeza iam ter muito mais brasileiros se dedicando a esses esportes. Hoje, existem muitos brasileiros que viajam e praticam, mas de forma recreativa”, conta Clark. “É por uma questão cultura. Mas mesmo assim isso tem mudado nos últimos anos”, finaliza, otimista.

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