Corintiano de arquibancada, técnico de vôlei busca inspiração em Carille - Gazeta Esportiva
Corintiano de arquibancada, técnico de vôlei busca inspiração em Carille

Corintiano de arquibancada, técnico de vôlei busca inspiração em Carille

Gazeta Esportiva

Por Helder Júnior

05/08/2017 às 08:35

Guarulhos, SP

Alexandre agora veste o uniforme do Corinthians também para trabalhar (foto: Djalma Vassão/Gazeta Press)


Alexandre Stanzioni, técnico de vôlei, abriu um largo sorriso quando questionado sobre os seus ídolos – todos provenientes do futebol. Parecia que não pararia mais de falar. “Ronaldo goleiro era absurdo! Zé Maria, Vampeta... Nossa Senhora, Paulinho! Casagrande, Doutor, Biro-Biro, Ezequiel...”, enumerou o corintiano fanático, enfim ganhando fôlego. “Hoje, vou ao estádio para gritar pelo Jô”, acrescentou, lembrando que o colega Fábio Carille já se tornou também uma referência profissional.

Não era à toa que, entre uma partida de vôlei acompanhada do banco de reservas e outra de futebol assistida das arquibancadas, Alexandre tentava, havia uma década, unir as suas duas grandes paixões. O projeto de criar uma equipe de vôlei do Corinthians enfim acabou viabilizado neste ano, graças a uma parceria com a Prefeitura de Guarulhos.

“Já tinha batido na trave algumas vezes. Dava certo, mas faltava dinheiro. O Corinthians sempre me recebia muito bem”, recordou Alexandre, que jamais cogitou envolver outro clube de futebol em sua ideia. Questionado se trabalharia no rival Palmeiras, ele sorriu: “É difícil, né? Sou profissional. Até colocaria o uniforme, mas a camisa do Corinthians teria que estar por baixo, sem dúvida”.

Veja como foi a estreia do Corinthians-Guarulhos
Serginho se emocionou no ginásio onde dormia

Hoje, a camisa do Corinthians é o traje de trabalho de Alexandre Stanzioni. Na noite de quinta-feira, ele estreou como treinador do Corinthians-Guarulhos com uma vitória por 3 sets a 1 sobre o São José, pela Copa São Paulo, triangular preparatório para o Campeonato Paulista. O acanhado Ginásio da Ponte Grande (curiosamente, homônimo do primeiro estádio da história corintiana) estava lotado de gente disposta a prestigiar o time liderado pelo líbero bicampeão olímpico Serginho em ação.

“Sempre acreditei que teríamos apoio. Sou corintiano desde o útero da minha mãe. Tenho Fiel Torcedor, fui ao Rio de Janeiro na final do Mundial de 2000... Então, estou acostumado com esse ambiente de torcida. Já tomei muita chuva na arquibancada e sei que os caras são loucos. Até tinha um pouco de medo que o ginásio não suportasse o público. Mais à frente, depois de três ou quatro jogos, não suportará. Que bom!”, vibrou Alexandre.




O técnico conta com bons resultados para cativar ainda mais os guarulhenses e corintianos. Quer ser como Fábio Carille. “É um cara em quem sempre me espelhei, por quem sempre tive admiração. Foi um prazer encontrar com ele no CT do Corinthians. Na ocasião, fiz questão de elogiá-lo pelo trabalho. É legal ver um técnico fazendo algo crescer, com começo, meio e fim”, comentou.

Alexandre tem consciência, contudo, que ainda está muito longe de alcançar os 33 jogos de invencibilidade do time de futebol do Corinthians, líder do Campeonato Brasileiro. A formação alvinegra de vôlei busca entrosamento – o central Sidão, que dividirá status de referência da equipe com Serginho, ainda se recupera de lesão – e ritmo de jogo. Contra o São José, por exemplo, houve desconcentração no terceiro set e derrota por 26/24 depois de vitórias tranquilas nas duas parciais anteriores.

“Vai demorar um pouco para o time chegar aonde queremos. O nosso projeto é para três anos. Temos que ir passo a passo, só pensando nesse negócio de invencibilidade lá na frente. O importante é, dentro de quadra, a gente traduzir o que é o Corinthians, honrando a camisa. Depois, seremos os maiores, sem dúvida”, assegurou, otimista, por ora satisfeito com a estreia. “O time entrou pilhado, soltando o braço. Caiu um pouquinho quando a gente fez algumas trocas, mas faz parte.”

O próximo compromisso do Corinthians-Guarulhos já valerá título. Será contra o Sesi, às 12h30 deste sábado, em Santo André, com o troféu da Copa São Paulo em jogo. Campeão ou não neste fim de semana, Alexandre Stanzioni já está vislumbrando um futuro de conquistas também fora das quadras. “Houve investimento privado aqui. O ginásio foi transformado e ficará para a Prefeitura. Até o ano que vem, cerca de 5.000 crianças que não estavam fazendo nada jogarão voleibol aqui. É um projeto muito grande. Tenho um orgulho danado disso”, concluiu o técnico corintiano.

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