A temporada de 2018 da Copa do Mundo UCI de Mountain Bike vai ficar na memória dos brasileiros como aquela que incluiu o país, de uma vez por todas, entre a elite mundial do esporte. O grande responsável pelo feito é o ciclista Henrique Avancini, que teve uma performance exemplar durante as provas da competição. Na última etapa do circuito, disputada neste domingo em La Bresse, o atleta fluminense chegou em um modesto 17º lugar por conta de problemas técnicos, mas se manteve entre os cinco primeiros na classificação geral, conquista inédita na história da nação no esporte. O vencedor da prova foi o suíço Nino Schurter, que havia conquistado sua sexta Copa do Mundo antecipadamente na etapa anterior.
“É um dia em que as sensações ficam misturadas, mas não dá para deixar de considerar que foi uma temporada de Copa do Mundo histórica para mim, para o MTB brasileiro e também latino-americano. O objetivo principal da temporada era ter consistência nas partes física, mental e técnica. E eu tive. Foi um ano em que eu tirei para aprender a correr na frente e fico feliz com o saldo. Além de terminar no pódio, a satisfação é a de que evoluí muito para chegar aqui”, afirmou o brasileiro.
Segundo colocado no ranking mundial, Avancini encontrou dificuldades no circuito de La Bresse. Por conta do terceiro lugar no short track da última sexta-feira, o brasileiro largou no pelotão. O atleta até conseguiu ir bem no começo, mas a lama pesada do circuito fez com que fosse ficando para trás.
Mesmo com o resultado, Henrique terminou esta edição da Copa do Mundo entre os cinco melhores, feito nunca alcançado por um brasileiro. Ele foi quarto colocado no geral, com 1.213 pontos. Somente 29 pontos o separaram do terceiro, o francês Maxime Marotte. Hexacampeão do torneio, o suíço Nino Schurter ficou com 1.861, seguido pelo holandês Mathieu Van der Poel, com 1.355. O italiano Gerhard Kerschbaumer, dono de 1.154 pontos, fechou o top 5.
“Fiz um ano muito consistente. Foram três pódios de short track, dois pódios de XCO e pouquíssimas vezes fora do Top 10. Tenho de curtir o momento, pois é especial para a nossa história. A temporada ainda não acabou, tenho ainda grandes compromissos. Mas, foi um ano fantástico. Vi as pessoas se envolvendo de um jeito diferente com o esporte. Elas estavam acompanhando as transmissões ao vivo, torcendo e vibrando. Esse é o maior legado que eu posso deixar: criação de uma cultura esportiva”, analisou o brasileiro.
