'Baby' e David Moura acirram corrida para Tóquio 2020 negando rivalidade - Gazeta Esportiva
'Baby' e David Moura acirram corrida para Tóquio 2020 negando rivalidade

'Baby' e David Moura acirram corrida para Tóquio 2020 negando rivalidade

Gazeta Esportiva

Por Marcelo Baseggio

28/09/2017 às 10:37

Osasco, SP

Por muito tempo Rafael Silva, o ‘Baby’, se manteve como o principal nome dos pesos-pesados do judô brasileiro. Duas vezes medalhista de bronze olímpico, o judoca sul-mato-grossense tem de lidar agora com a grande ascensão de David Moura, seu concorrente direto por uma vaga em Tóquio 2020 na categoria acima de 100kg. Aos 30 anos, ele está ciente de que este será seu último ciclo olímpico, mas garantiu que a rivalidade com seu compatriota fica apenas dentro do tatame.

Após a disputa do Mundial de Budapeste, na Hungria, realizado entre o fim de agosto e início de setembro deste ano, Baby voltou para o Brasil com mais uma medalha no peito, um bronze conquistado em cima do húngaro Barna Bor, no golden score, entretanto, David Moura também mostrou estar em ótima forma e foi ainda melhor, faturando a prata após perder a grande decisão da categoria para Teddy Riner, o francês que não sabe o que é uma derrota desde 2010.

“Ter um adversário que também vá muito bem lá fora faz com que eu não fique acomodado. É importante ter alguém na categoria que me empurra, me incentiva a dar o meu melhor sempre. Preciso estar bem focado, melhorar meu judô, tentar superar esse adversário no Brasil. Lá fora a gente comenta sobre um adversário ou outro, mas essa rivalidade fica apenas no tatame. É um sonho dos dois ir para as Olimpíadas”, disse Rafael Silva.

David Moura (e) e Rafael Silva (d) vêm colecionando bons resultados neste início do novo ciclo olímpico (Foto: Gaspar Nóbrega/Inovafoto)


David Moura, por sua vez, chegou ao Mundial já como número um do ranking. Tentando fazer jus ao posto, o brasileiro não decepcionou na Hungria e só foi parado pela lenda dos pesos-pesados Teddy Riner. Ele, inclusive, esteve muito próximo de, enfim, acabar com a invencibilidade do francês, sendo derrotado apenas no golden score, e justamente por isso voltou ao Brasil ainda mais confiante.

“Vejo essa prata no Mundial de maneira positivíssima. Fiz um excelente Mundial, lutas quase perfeitas até chegar à final. Fiz uma final muito boa com o Teddy Riner, muito igual, foi o detalhe no golden score que me fez perder. Meu sentimento é de alegria, de dever cumprido, de ter conquistado já no início do ciclo olímpico uma grande medalha e de que, mais do que nunca, o sonho de ganhar dele está próximo”, afirmou David Moura.

“Depois que eu tive o feedback de várias pessoas entendidas do assunto, falta pouco para eu ganhar dele. E o melhor de tudo é que tenho muito para melhorar. Sou um cara que vem evoluindo ano a ano e não tem motivo para eu parar de evoluir em vários quesitos que posso ganhar dele”, completou.

David Moura, com um uchi-mata, despachou o húngaro Barna Bor na semifinal do Mundial (Foto: Paulo Pinto/CBJ)


O fato de o judô brasileiro contar com dois atletas de altíssimo nível nos pesos-pesados é extremamente positivo para quem gosta do esporte, porém, apenas um deles irá garantir vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. De um lado está um atleta consagrado, com dois bronzes olímpicos. Do outro, um judoca que jamais foi à uma Olimpíada e, assim como Rafael Silva, encara esses próximos três anos como a última oportunidade de participar dos Jogos.

“Para mim, acionou uma motivação a mais [ficar de fora do Rio 2016] até pelo fato de eu não ser um cara novo. Hoje estou com 30 anos, provavelmente é meu último ciclo olímpico. São só três anos, passa muito rápido. Quando eu tiver 34, 35 anos, que é o início da vida, vou poder olhar para trás e falar que fiz tudo o que eu pude. É minha função me dedicar 110% ao judô e deixar o que é para depois, para depois”, concluiu David Moura.

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