Variação genética pode impedir sul-africana de competir entre mulheres - Gazeta Esportiva
Variação genética pode impedir sul-africana de competir entre mulheres

Variação genética pode impedir sul-africana de competir entre mulheres

Gazeta Esportiva

Por Redação

15/02/2019 às 12:24

São Paulo, SP

Semenya é bicampeã olímpica nos 800m (Foto: Fabrice COFFRINI / AFP)


A bicampeã olímpica nos 800m Caster Semenya é mulher, mas uma simples variação genética faz de sua carreira um drama. Isso porque foi criada uma nova lei que limita o nível de testosterona das atletas e, por ter o hormônio em excesso em seu organismo, a sul-africana corre o risco de parar de competir. Ou pior, ser obrigada a competir entre homens.

Haverá uma audiência na próxima segunda-feira, em que a atleta, junto ao corpo de advogados que a defende, irá lutar por sua causa, contra a possível restrição estabelecida pela IAAF (Federação Internacional de Atletismo). Em comunicado oficial, seus representantes já adiantaram a posição a ser tomada para que a situação se resolva a favor de Semenya.

"Semenya é inquestionavelmente uma mulher. Ela é uma heroína e inspiração para muitos ao redor do mundo. Está ansiosa para responder à IAAF (Federação Internacional de Atletismo) na audiência iminente do TAS (Tribunal de Arbitragem do Esporte)", escreveram os advogados.

Por sua variação genética, a sul-africana sofre com hostilidades há anos (Foto: SAEED KHAN / AFP)


"Mulheres com diferenças em seu desenvolvimento sexual têm variações genéticas que não são diferentes de outras variações genéticas celebradas nos esportes. Ela pede para ser respeitada e tratada como qualquer outro atleta", afirmam. "Seu presente genético deve ser celebrado, não estar sujeito a discriminação", completaram.

Abraçando a causa da velocista, o governo sul-africano lançou uma campanha com o slogan "Naturalmente superior". Segundo Tokozile Xasa, ministra do esporte da África do Sul, a aprovação da lei criada pela IAAF viola "os Direitos humanos internacionalmente protegidos, incluindo os de privacidade, saúde, integridade física, dignidade e não-discriminação".

A norma que a IAAF tenta estabelecer desde o ano passado diz que, para atletas com hiperandrogenismo, o limite de testosterona deve se manter abaixo dos 5 nmol/L durante ao menos seis meses antes de competir em provas internacionais restritas (entre 400 e 1000m).

 

 

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