Mesmo com o evento sediado em São Paulo, engana-se quem pensa que apenas os moradores da região estiveram presentes. Outros estados do Brasil também marcaram presença na 27ª São Silvestrinha através das famosas "caravanas".
O Projeto do Amanhã é de Poços de Caldas, em Minas Gerais, e existe há mais de 30 anos. Miranel, coordenadora do programa, comentou sobre o orgulho de ver as crianças e jovens crescendo na vida e também no esporte.
"Hoje, nós temos 30 crianças e mais ou menos 35 atletas adultos. Entre eles, existem alguns que competem a nível nacional. Estão com a gente desde crianças e hoje tem 25, 30 anos, o que nos deixa muito orgulhosos. Vimos esses meninos crescerem emocionalmente, fisicamente e também no esporte", destacou a profissional.
O trajeto, claro, não é curto. Contudo, apesar dos desafios, Miranel comemorou a oportunidade de poder trazer as crianças para a corrida em São Paulo.
"É uma emoção muito grande estar aqui. Nós cansamos, mas viemos, custe o que custar. Nosso ônibus estragou no meio do caminho, ficamos duas horas parados. Mas eu falei é tudo Deus, porque nós íamos sair de lá 00h (de Brasília), mas eu tive a ideia de sair às 23h. Algo me dizia que precisávamos sair naquele horário, e isso nos salvou", disse.
A profissional completou: "Mas é uma emoção muito grande, é muito gostoso. E você pode ter certeza que daqui uns anos terão meninos indo para a São Silvestre".
Claudia, por sua vez, é idealizadora do projeto Atletismo Saquarema, do Rio de Janeiro. A ex-maratonista contou que correu a primeira edição da São Silvestrinha quando criança e, por conta disso, decidiu trazer as crianças e adolescentes que integram o programa para terem a experiência da corrida.
"Antes, vivemos o período da Covid-19 e ficamos trê anos sem essa corrida importante. Viemos de Saquarema, no Rio de Janeiro, passamos por 11 horas de viagem, mas estou com 26 crianças que competiram pela primeira vez fora do estado. Muitos estão, inclusive, conhecendo uma pista de atletismo agora", afirmou a ex-atleta.
A ex-maratonista concluiu revelando seu principal objetivo com o projeto. "O esporte ajuda muito na formação do caráter de uma criança e também na disciplina, o que é muito importante. Hoje vivemos uma geração que vive na internet, e acho que isso está destruindo um pouco os nossos jovens. Então o principal foco do meu projeto é tirar as crianças da internet, tirar esse foco deles, e trazer eles para o mundo do atletismo, promover mais saúde".
O projeto carioca, inclusive, teve um grande destaque dentro e fora das pistas. Com o apoio da torcida fazendo a diferença nas arquibancadas, Allana Bernardo Peixoto, de 16 anos, foi campeã da categoria 600m feminino.
Idealizada pelo jornalista Júlio Deodoro de Souza, a São Silvestrinha nasceu em 1994 como proposta de ser a versão infanto juvenil da mais importante prova de rua da América Latina, a Corrida Internacional de São Silvestre.
