Sem jogos, tour cresce e transforma estádio de Itaquera em atração - Gazeta Esportiva
Sem jogos, tour cresce e transforma estádio de Itaquera em atração

Sem jogos, tour cresce e transforma estádio de Itaquera em atração

Gazeta Esportiva

Por Tomás Rosolino

26/01/2018 às 06:54

São Paulo, SP




O estádio de Itaquera "tirou férias" dos jogos do Corinthians entre o final do ano passado e o começo deste, mas contou com uma movimentação diária de torcedores para manter-se na ativa. Enquanto o clube fazia pré-temporada e mandava seus jogos no Pacaembu, à espera da troca do gramado na arena, o tour do local cresceu cerca de 30% e transformou a casa alvinegra em uma atração turística da cidade de São Paulo.

Inaugurado em maio do ano passado, o tour teve 48.048 visitantes registrados até 23 de janeiro, sendo que 13 mil deles apareceram justamente na ausência de jogos. Impulsionado também pelas férias escolares e uma presença maciça de turistas, o estádio teve uma média 6.500 presentes desde então, contrastando com os 4.900 que faziam o programa mensalmente. No TripAdvisor, site especializado em dicas para turistas , a arena já é a sétima atração indicada para turistas.

Tudo isso no maior hiato sem partidas do local desde que ele foi aberto ao público, em maio de 2014. Até então, o período sem jogos nunca tinha ultrapassado a marca dos 50 dias. Com retorno marcado para 14 de fevereiro, após o Majestoso deste sábado e dois jogos como visitante, o Timão chegará a 77 dias sem pisar no local em que foi campeão paulista e brasileiro.

"Acho que as férias ajudaram nesse aumento, mas sentimos que está crescendo muito mesmo. Mudou para melhor assim, a gente teve durante o ano uma média de 4.900 pessoas. Estendemos as diárias depois, ficou de segunda a segunda (era de quarta a domingo), nossa media de 4 mil foi para 6.500. A torcida está comparecendo. Temos que entender agora quais são as previsões", disse Fernando Nitsch, diretor cultural do tour.

Contratado justamente para dar ao percurso pelas dependência de Itaquera um diferencial, Nitsch, diretor, dramaturgo e ator, explica que a ideia é dar ao torcedor sempre uma experiência diferente, não importando o número de vezes em que ele decida fazer a visita. A partir de agora, a ideia é ter uma temática mensal, provavelmente ligada a grandes eventos que ocorram paralelamente tanto em São Paulo quanto no Brasil.

"Estamos pensando a cada mês oferecer uma atração diferente, pode ser nesse sentido mesmo. A gente pensa em ampliar o conteúdo da arena. Temos famílias vindas de todos os estados do Brasil, queremos que o torcedor saiba que vai ter essa rotatividade, coisas temáticas, estamos abrindo um leque", continuou Nitsch, lembrando que, nesta sexta, o volante Vampeta receberá os torcedores que fizerem o tour.

O meio-campista, bicampeão brasileiro pelo clube, aliás, se junta ao grupo de nomes como Zé Maria, Basílio, Wladimir e Edilson, todos presentes ao menos uma vez como atração extra do tour. Mais recentemente, o atacante Clayson inaugurou a participação de atletas do atual elenco. "A gente fez uma brincadeira com o Clayson no ano passado, funcionou superbem, tudo que vier para acrescentar", projetou o profissional.

Até o momento, a visita já recebeu pessoas de 31 países diferentes, desde a longínqua Índia até o vizinho Paraguai, terra de Balbuena e Romero. Nitsch também garante que, entre os brasileiros, boa parte não é torcedora do clube do Parque São Jorge.

"Tem também uma questão de identificação com os torcedores. "Ah, eu torço para tal time, torço para aquele outro time". Uma das características do tour é ser a casa do povo, então não tem problema. Estamos ali para recepcionar todo mundo bem", explicou o diretor, negando qualquer rivalidade particular com o Palestra Itália e o Morumbi, estádios dos rivais Palmeiras e São Paulo.

"A gente leva essa rivalidade tranquilamente, todo mundo com o seu espaço, a torcida dos outros tem também. Trouxemos muitas pessoas para trazer esses conceitos, sou diretor de teatro, sou ator, minha área é outra. Os caras precisam passar paixão, emocionar o torcedor, dividir os relatos. Entender porque a gente chama de hospício", concluiu Nitsch.

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