Secretária-geral quer mulheres em metade dos cargos da Fifa - Gazeta Esportiva
Secretária-geral quer mulheres em metade dos cargos da Fifa

Secretária-geral quer mulheres em metade dos cargos da Fifa

Gazeta Esportiva

Por Redação

08/03/2017 às 10:00

São Paulo, SP

Fatma Samoura, senegalesa que é primeira mulher a ser secretária-geral da Fifa, pretende que, até o final do mandato de Gianni Infantino, metade dos cargos diretivos da maior entidade do futebol seja ocupados por mulheres.

“Ao nível dos quadros da Fifa, já temos mais mulheres do que homens (61%), mas, quando subimos na hierarquia, ao nível dos quadros superiores, são 42% de mulheres. O ideal seria que, ao término do mandato de Infantini, em 2019, pudessem ser 50% de mulheres nos cargos de responsabilidade”, afirmou Samoura nesta terça-feira, véspera do Dia Internacional da Mulher.

Além disso, a ex-diplomata das Nações Unidas (ONU) declarou que espera que seu exemplo possa inspirar outras mulheres. “Precisamos de mais exemplos como o meu. Espero que minha passagem pela Fifa possa inspirar e trazer muito mais mulheres para as entidades do futebol”.

Fatma Samoura assumiu o cargo de secretária da Fifa em meio de 2016 (Foto: Anthony Devlin/AFP)
Fatma Samoura assumiu o cargo de secretária da Fifa em meio de 2016 (Foto: Anthony Devlin/AFP)


Fatma, que vê sua situação como um telhado de vidro caindo, também revelou que encontrou dificuldades “por causa das tradições” do meio do futebol. “A Fifa existe desde 1904 e é a primeira vez que uma mulher não europeia, muçulmana, ocupa essa função. É um pouco o telhado de vidro que cai. Para mim, também é uma oportunidade de mostrar para o resto do mundo que o futebol está se abrindo e que a diversidade também pode ser aplicada no futebol”.

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“Encontrei obstáculos, não por ser mulher, mas porque este é um mundo fechado, onde as pessoas não têm o hábito de questionar as tradições. Todos me tratam com muito respeito e consideração e conhecem meu passado na ONU. Há muitos temas no futebol que me são familiares e sobre os quais trabalhei durante 20 nas Nações Unidas: a diversidade, inclusão e direitos do homem”, comentou.

A escolha de Samoura, que nas últimas duas décadas trabalhou em vários países africanos para a ONU, para ser a secretária-geral foi anunciada no 66º congresso da Fifa, que foi realizado na Cidade do México o ano passado.

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