“É muito simplista julgar que o problema do calendário são os estaduais. Os estaduais, na minha opinião, são o pulmão do futebol brasileiro. Temos 700 clubes profissionais no Brasil e 60 com calendário nacional, disputando as sérias A, B ou C. Será que a gente quer fazer com o futebol brasileiro o que virou o basquete, o vôlei?”, questionou o cartola, convidado do programa Mesa Redonda, da TV Gazeta.
Alvo de reclamação de alguns profissionais por diminuir a pré-temporada das equipes, os estaduais vêm, aos poucos, ficando cada vez mais desprestigiados. O Atlético-PR, por exemplo, disputa há anos o Campeonato Paranaense com a equipe sub-23.
“Precisamos pensar a importância disso. A oferta de jogadores vai diminuir, porque não tem camisa para vestir. Se não há recurso, os clubes param. Vamos matar o sonho de muitos”, prosseguiu o presidente da FPF, imaginando um sistema sem os estaduais.
Reinaldo Carneiro Bastos também se mostrou contra à adequação do calendário brasileiro ao calendário europeu. Para ele, seria desumano forçar os atletas a atuarem em alto nível em pleno alto verão, com temperaturas altíssimas, principalmente na região Nordeste.
“Eles jogam lá [Europa] porque no período que eles descansam é alta temporada de férias, um calor insuportável, por isso que eles jogam lá. Jogar futebol em dezembro, em janeiro, cozinha todo mundo. Não sou contra estudar o calendário. Porque a Liga dos Campeões e a Liga Europa acontecem na mesma data e a Libertadores e a Sul-Americana não? Não é um problema só de Estadual”, concluiu.