Presidente avalia crise no Barça e garante que não age de má-fé - Gazeta Esportiva
Presidente avalia crise no Barça e garante que não age de má-fé

Presidente avalia crise no Barça e garante que não age de má-fé

Gazeta Esportiva

Por GazetaEsportiva.net

11/01/2015 às 12:16

São Paulo, SP


Josep Maria Bartomeu, presidente do Barcelona, tem visto seu clube ser constantemente mencionado no mundo todo. A crise, iniciada nos bastidores por causa dos valores da contratação de Neymar foi agravada pelas proibições da Fifa e a recente demissão de Zubizarreta. Agora, a situação também é vista nos gramados, com possíveis conflitos entre o atacante Lionel Messi e o técnico Luis Enrique. Em entrevista ao jornal La Vanguardia , o presidente falou sobre todos os assuntos e, pela primeira vez, não negou que há desentendimentos nos vestiários catalães, mas que são conflitos considerados normais em todos os clubes.


“Dentro de um projeto em construção, reparei que Messi tem liderado a equipe. E se há embates, não digo com Leo, mas sim com outros jogadores, com técnicos, entre técnicos e jogadores, é algo normal. Acontece em todos os clubes e empresas. Não precisamos temer por Messi. Leo, os jogadores, Luis Henrique, estão em um projeto para vencer, e não algo transitório. Aqui não há transições. No fim, os problemas se resolvem sempre. É normal que ocorram desentendimentos. Aconteceu com Rijkaard (Frank Rijkaard), com Pep (Guardiola), com Tito (Vilanova), com Roura (Jordi Roura) e com o Tata (Martino). Às vezes as coisas se resolvem de forma lenta e em algumas ocasiões de forma rápida. Temos que deixar que elas se resolvam, mas sem ser autocomplacente”, explicou o dirigente.


Além da situação vivida nos gramados, o presidente falou também sobre a polêmica da demissão de Andoni Zubizarreta, diretor de futebol do clube por quatro anos, e esboçou o perfil procurado para preencher o cargo. “Eu gostaria de voltar à figura do secretário técnico, um Txiki Begiristain (ex-diretor de futebol do Barcelona) ou um Serra Ferrer (ex-diretor de futebol do Mallorca e também ex-técnico do Barça), que não exerciam o cargo de diretor de futebol de todo, como fazia o Zubi, mas sim alguém com um perfil mais técnico e que complementasse a equipe. Quem vier deve ter o DNA do Barça e ter conhecimento que a última palavra sempre vem do treinador”, disse.


Bartomeu antecipou em um ano as eleições do Barcelona para aliviar a tensão no clube (Foto: LLUIS GENE)
Bartomeu antecipou em um ano as eleições do Barcelona para aliviar a tensão no clube (Foto: LLUIS GENE) - Credito: AFP


Sobre o caso Neymar e os valores ainda controversos da venda do jogador ao clube, Bartomeu garantiu que não há nenhum erro e que jamais agiu de má-fé durante a negociação.


“Agora já pagamos 13 milhões de euros (cerca de R$41 milhões), mas (o Ministério da Fazenda) em desacordo pelo Neymar pediu uma provisão de 8 milhões de euros a mais (cerca de R$25 milhões). Minha preocupação é que querem tirar o juiz Ruz do caso e colocar outro. Ruz já nos conhece e sabe como anda o caso. E não gostei disso. Se nossos conselheiros atuais, que são gente séria, nos dissessem que houve um erro, obviamente que seria... Os conselheiros atuais nos disseram que eles não assinaram isso. No fim, há muitos conselheiros e cada um interpreta de uma maneira diferente. Eu defenderei até a morte que o clube não agiu de má-fé, não realizou nenhum crime e nem mesmo teve vontade de enganar, apenas teve vontade de levar Neymar ao Barcelona”, justificou.


Outra situação tensa vivida no Barcelona é a ausência de novas contratações até janeiro de 2016. A proibição foi imposta pela Fifa como forma de punição ao clube por negociar com jogadores com menos de 18 anos. Bartomeu disse que não vai apontar culpados e que o processo em si foi ‘uma cadeia de erros’.


“Não quero falar de culpados, porque às vezes as coisas acontecem porque sempre foram feitas assim, e nenhum dos que trabalhavam no clube haviam olhado a nova norma da Fifa de 2004. Quem interferiu neste processo não está mais aqui, mas não quero acusar ninguém de nada porque seria injusto. Foi uma cadeia de erros que envolveu muita gente”.


Como reflexo da crise em cadeia vivida no Barça, o presidente anunciou na última quarta-feira que as eleições presidenciais seriam antecipadas em um ano. A medida foi tomada para diminuir a tensão existente no clube.


“O sócio deve por um fim à tensão no final da temporada. Agora, com o anúncio das eleições, queremos reduzir essa tensão desproporcional que havia e o sócio poderá decidir o que quer. Não quero incomodar a equipe. Não direi nomes, mas alguns jogadores no centro de treinamento me disseram ‘Obrigada, presidente, por esse valente ato de anunciar as eleições de modo que, assim, possamos nos dedicar ao futebol’”, concluiu.

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