Pelé se entristece com "irmãos" da Chape e lembra viagens com o Santos
Por Redação
01/12/2016 às 20:24 • Atualizado: 15/12/2016 às 13:10
São Paulo, SP
“É um momento triste. Eu estava até comentando ontem com meu assistente, Pepito: ‘Você viu como Deus foi bom comigo?’. Nós viajamos para todo lugar do mundo, a gente brincava que só faltava o Santos jogar na Lua. E graças a Deus não tivemos nenhum acidente grave. Mas isso é coisa da vida”, afirmou o Rei.
“Sempre que eu saía de viagem, ia me despedir do meu pai e da minha mãe. Naquela época, o Santos tinha que viajar para pagar salário dos jogadores. Minha mãe falava que ia orar por mim. E aquela coisa parecia divina mesmo. A gente não tinha as mesmas condições que as equipes têm hoje para viajar. As condições das aeronaves hoje são muito melhores e mais técnicas. A gente tinha que pegar teco-teco para fazer a viagem. E isso é coisa que só Deus pode explicar. Chegou o momento deles”, recordou.
Pelé também lembrou de alguns acidentes trágicos na história do esporte, como o que acometeu uma equipe de rúgbi na Argentina em 1972 e o time do Manchester United em 1958. Desta vez, o sentimento é diferente por se relacionar a brasileiros.
"É diferente. Isso (acidente da Chape) aconteceu aqui comigo, com meus irmãos. Mas o que a gente tem que fazer é isso. Dar suporte a quem ficou, a quem está vivo. A gente tem que procurar ajudar os familiares”, completou Pelé, que não emitiu uma opinião sobre a polêmica envolvendo a realização ou não do jogo entre Chapecoense e Atlético Mineiro, pela última rodada do Brasileirão.
“É uma coisa que foge à regra e ao consenso. É uma decisão muito difícil. Seguindo a regra, teria que ter o jogo. Agora, isso depende muito do que a CBF vai decidir. Infelizmente nesse momento não se sabe o que fazer porque ninguém esperava uma coisa dessa. Não sei se a Chapecoense teria um time reserva para entrar em campo", afirmou.