Luxa questiona termos modernos: "As coisas continuam as mesmas" - Gazeta Esportiva
Luxa questiona termos modernos: "As coisas continuam as mesmas"

Luxa questiona termos modernos: "As coisas continuam as mesmas"

Gazeta Esportiva

Por Redação

27/02/2018 às 09:00

São Paulo, SP



Desempregado desde outubro de 2017, quando foi demitido do Sport, Vanderlei Luxemburgo mantém a sua percepção de que o futebol pouco mudou nos últimos anos. Para defender sua tese, o treinador questiona alguns “termos modernos” importados de Portugal e hoje empregados no Brasil.

Durante participação no programa Mesa Redonda, da TV Gazeta, no último domingo, o técnico compartilhou com a bancada uma planilha feita por ele mesmo com exemplos de nomenclaturas de aspectos táticos do futebol português e suas correspondentes brasileiras.

“Antigamente, nós tínhamos (no Brasil) saída de bola, que passou a ser iniciação ofensiva”, começou Vanderlei, antes de citar outros exemplos. “Modelo de jogo é esquema tático da equipe. Espaço entre as linhas é time mal compactado. Marcação em linha baixa é marcação no nosso campo. Marcação em linha alta é marcação pressão no campo adversário”, acrescentou.

Para o treinador, a simples alteração dos termos não significa que o futebol tenha se modificado de modo radical. “Inglaterra, Espanha e Itália não mudaram suas nomenclaturas. O Brasil trouxe a de Portugal para cá, e passamos a usar os termos como modernos. E não tem nada de moderno”, ressaltou Luxemburgo, que prosseguiu.

“Não houve uma mudança, mudaram as palavras, as coisas continuam as mesmas. Passaram a usar isso dentro da imprensa e dos jogos como se fosse uma coisa moderna. Isso já existia, mudaram-se os nomes”, argumentou.

Um dos treinadores do País mais vencedores em décadas passadas, Vanderlei chegou a comandar o Real Madrid em 2005 e a Seleção Brasileira entre 1998 e 2000. Para o comandante, os termos não mudaram os métodos de se treinar e praticar o futebol.

“Em 1983, eu criei um treinamento que se chama número 1, em que faço a parte tática, técnica e física. Pego as três valências do jogo e coloco dentro de um treinamento só. E agora a vejo com o nome de ‘sistêmico’. Mas em 1983 eu fiz isso”, desabafou. “Esses nomes se usam em Portugal e colocaram como uma coisa moderna. Nós temos nosso vocabulário aqui”, concluiu.

Aos 65 anos, Vanderlei Luxemburgo está à procura de um clube para trabalhar. Na semana passada, teve o nome ventilado no São Paulo, time em que já manifestou publicamente vontade de treinar e que vive mau momento na temporada 2018, com Dorival Júnior balançando no cargo de técnico.

Veja os termos do futebol português (à esq.) e os seus correspondentes no Brasil (à dir.), segundo Luxemburgo:


Marcação em linha alta = Marcação pressão no campo adversário
Marcação em linha baixa = Marcação no nosso campo
Espaço entre as linhas = Time mal compactado
Jogo apoiado = Ajuda ao homem da bola, sempre com triangulações
Modelo de jogo = Esquema tático da equipe
Iniciação ofensiva = Saída da bola
Atacar com amplitude = Abrir bem o jogo e trabalhar os lados do campo
Atacar com profundidade = Fazer os passes longos nas costas da defesa adversária
Transição defensiva = Recomposição rápida para o nosso campo, primeiro que o adversário
Transição ofensiva = Contra-ataque na roubada de bola
Propor o jogo = Posse de bola, tomando a iniciativa do jogo
Jogar de forma reativa = Jogar no contra-ataque
Temporizar = Marcação por zona sem pressão
Trabalho Sistêmico = Trabalhos físicos, técnicos e táticos em um único treinamento
Campos reduzidos = Mini jogos (um toque, dois toques, três toques e livre)

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