Longe do poder no futebol, João Havelange completa 100 anos - Gazeta Esportiva
Longe do poder no futebol, João Havelange completa 100 anos

Longe do poder no futebol, João Havelange completa 100 anos

Gazeta Esportiva

Por Redação

08/05/2016 às 13:33 • Atualizado: 08/05/2016 às 13:46

São Paulo, SP




Jean-Marie Faustin Goedefroid de Havelange, mais conhecido como João Havelange, completa 100 anos neste domingo. Nascido no dia 8 de maio de 1916, o filho de um casal belga marcaria seu nome na história do esporte como um dos dirigentes mais influentes de sua época. Além de receber o cargo de presidente de honra da Fifa após 24 anos à frente da entidade, ele também comandou a CBD, antiga CBF, no período em que o Brasil conquistou suas três primeiras Copas do Mundo. Porém, atualmente, vive longe do poder, pois está afastado dos holofotes após escândalos de corrupção na entidade que dirigiu.

João Havelange começou sua trajetória no esporte na natação, participando inclusive da Travessia de São Paulo a nado, organizada pela Fundação Cásper Líbero. Atleta do Fluminense, ele disputou as Olimpíadas de 1936, em Berlim, e 1952, em Helsinque, como nadador e jogador de pólo aquático, respectivamente. Quatro anos mais tarde, Havelange já havia se retirado do esporte e migrado para outra função: comandar a delegação brasileira olímpica em Melbourne.

Ainda em 1956, assumiu a presidência da Confederação Brasileira de Desportos, que administrava diversos esportes no País, entre eles o futebol. Sob seu comando no órgão, a Seleção enfim conquistou uma Copa do Mundo, em 1958. O carioca também estava no poder nas conquistas de 1962 e 1970. O dirigente só deixou a entidade nacional para dar um salto, virando o presidente da Fifa em 11 de junho de 1974.

Quando assumiu a entidade que regula o futebol mundial, viu o cenário de decadência, mas conseguiu tornar a Fifa lucrativa, atraindo investidores e estabelecendo o futebol como um produto extremamente forte comercialmente. Segundo o site da própria entidade, durante os seis mandatos do brasileiro, 50 novas confederações se filiaram. Além disso, houve a criação de novos campeonatos, como a Copa feminina e mundiais de categorias de base e de futsal.

O brasileiro passou o bastão na Fifa em 1998, quando Joseph Blatter assumiu a presidência com seu apoio. Porém, sua influência no esporte continuou. Em 2009, teve importante contribuição para que o Rio de Janeiro, sua cidade, fosse escolhida para abrigar os Jogos Olímpicos de 2016. Antes, o Comitê Olímpico Internacional já havia considerado Havelange como um dos três maiores dirigentes do século 20.

No entanto, o poder do brasileiro começou a ruir ao virar alvo de denúncias de corrupção. O martírio do dirigente teve início em 2011, quando veículos britânicos o acusaram de receber propina em troca dos direitos de transmissão da Copa. Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF e seu ex-genro, também teria recebido comissão por participar do negócio. Ambos acabaram pagando uma multa para a Justiça suíça e assim os documentos do negócio foram mantidos em sigilo.

Porém, o Comitê Olímpico Internacional abriu investigação sobre Havelange, fazendo com que ele renunciasse ao cargo que possuía na entidade alegando motivos de saúde. Em 2012, ele voltaria a enfrentar problemas e, no ano seguinte, renunciou a mais um cargo, desta vez o de presidente de honra da Fifa para evitar uma condenação. A investigação do FBI nos bastidores do futebol o colocaram novamente em situação difícil. Agora, no ano de seu centenário, vive longe das decisões. Neste domingo, a Fifa se limitou a citá-lo apenas em uma nota sobre os aniversariantes da semana.

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