Após julgamento nesta quinta-feira, o Tribunal de Barcelona condenou o volante argentino Javier Mascherano a um ano de prisão por fraude fiscal cometido em 2011 e 2012. Além disso, a Corte ainda estabeleceu o pagamento de uma multa de 815 mil euros (cerca de R$ 3,6 milhões).
Para evitar a prisão e poder seguir a carreira, o jogador tentará converter a reclusão em outra multa, que se somaria à punição já aplicada pelo Tribunal de Barcelona no julgamento desta quinta-feira. David Aineto, advogado de Mascherano, solicitou a suspensão do pedido de prisão, propondo a pena alternativa. A decisão da promotoria do caso deve sair em um prazo de dez dias.
O volante do Barça já admitiu, em audiência em outubro de 2015, que sonegou mais de 1,5 milhão de euros (R$ 6,43 milhões) relativos à direitos de imagem nos anos de 2011 e 2012. Para ocultar os valores no imposto de renda, Mascherano não declarou o quanto recebeu de patrocínio da Nike e simulou a cessão de seus direitos de imagem para uma empresa com sede em Portugal.
Mascherano divulgou um comunicado através de uma rede social alegando que os crimes fiscais cometidos foram fruto de uma má assessoria. O argentino revelou que ao chegar à Barcelona contratou uma empresa para auxilia-lo com as questões fiscais e que tal companhia o teria lesado. O jogador garante ter pago o que devia à Receita, com juros, mas não foi impedido de ser tratado com réu. Situação parecida vive o companheiro de Barça e seleção argentina Lionel Messi, que também será julgado pelo mesmo delito.
Veja a íntegra da nota divulgada por Mascherano:
"Por meio desta quero esclarecer algumas questões ligadas às últimas notícias sobre minha pessoa. Hoje cheguei a um acordo com a Fazenda espanhola, com sentença firme e aprovação de todas as partes. Assim, com a parte legal resolvida e com tranquilidade de ter regularizada minha situação fiscal, quero fazer um breve desabafo.
Depois de minha chegada ao Barcelona, contratei um prestigioso Estúdio Fiscal Espanhol, com profissionais de renome e excelente reputação. De acordo com a minha situação, eles me recomendaram determinadas estruturas, todas dentro da lei, me notificando sempre que eram procedimentos habituais, transparentes e aceitos pela lei. Fui assessorado por ditos profissionais desde 2010 até 2014, quando decidi mudar de escritório diante do processo que havia começado contra mim e com evidências de que meu problema já não era potencial, mas uma realidade.
Meus novos assessores me recomendaram pagar os impostos pedidos pela Fazenda, apresentando o que se chama de retificação sobre todos os exercícios fiscais. Agora, finalmente e depois de uma amarga espera, chega este acordo, que me devolve a tranquilidade das obrigações do dia a dia.
Sou um esportista profissional, não tenho grandes conhecimentos de questões de impostos nem legais. Por isso, devo me apoiar em pessoas que tratam destes temas técnicos e, para mim, complexos. Durante toda a minha carreira fui uma pessoa honesta e responsável, respeitando aos meus companheiros, aos clubes que representei e aos países onde morei. Esta situação que atravesso tomo com uma experiência a mais, da qual saio fortalecido e muito tranquilo pelo fato de estar novamente na regra. Me reservo a possibilidade de acionar contra aqueles que me assessoraram mal, me recomendando algo que não era correto.
Cordialmente,
Javier Mascherano
