Para escapar de execução, seleção da Eritreia pede asilo em Botsuana - Gazeta Esportiva
Para escapar de execução, seleção da Eritreia pede asilo em Botsuana

Para escapar de execução, seleção da Eritreia pede asilo em Botsuana

Gazeta Esportiva

Por Redação

15/10/2015 às 09:45

São Paulo, SP

Depois de disputar jogo pelas Eliminatórias da Copa, eritreus pedem asilo político (Foto: Reprodução/Twitter)
Depois de disputar jogo pelas Eliminatórias da Copa, eritreus pedem asilo político (Foto: Reprodução/Twitter)


Assim como já aconteceu em outras oportunidades, a seleção da Eritreia, país a nordeste da África, entrou com pedido formal para tentar asilo político em Botsuana, após disputar um amistoso contra a seleção local na última terça-feira. País de política autoritária e unipartidária, a Eritreia obriga os cidadãos a prestarem serviços militares por, ao menos, 18 meses, o que é a principal motivação para o êxodo populacional.

Submetidos ao serviço militar obrigatório, dez jogadores da seleção da Eritreia se negaram a retornar ao país de origem, que desde 1993 é comandado de forma absoluta pela figura de Issaias Afeworki, uma espécie de déspota que dita as regras no país a mais de duas décadas. Assim, permaneceram em Francistown, cidade ao leste de Botsuana, com o conhecimento da Federação de Futebol da Botsuana e de uma ONG em prol dos direitos humanos.

A ativista Abane Ghebremestel, do Movimento Eritreu pela Democracia e pelos Direitos Humanos, com sede em Pretória, na África do Sul, confirmou o pedido de asilo e explicou os próximos processos. “Dez jogadores se negaram a embarcar no avião, alegando asilo político, e foram detidos para serem interrogados. Caso sejam enviados de volta à Eritreia, serão acusados de traição e podem ser executados ou detidos de forma perpétua”, declarou.

O presidente da Federação nacional de futebol, Basadi Akoonyatse, mostrou-se ciente da manifestação dos migrantes e, ao menos por enquanto, decidiu-se de forma favorável à investigação do caso. Em 2012, 18 atletas eritreus pediram asilo em Uganda; dois anos antes, 12 jogadores encontraram uma nova vida no Quênia.

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