O lateral de 26 anos voltou a sua terra natal em maio pela primeira vez desde o início do conflito em fevereiro de 2022. Ele visitou a escola The Mykhailo-Kotsiubynsky Lyceum, no norte do país.
A instituição, onde atualmente moram cerca de 100 civis, foi atingida após um ataque com foguetes em março do ano passado. O bombardeio matou uma faxineira de 64 anos.
"Fiquei muito triste, foi moralmente difícil de entender. Quando vi o nível de destruição, entendi todo o trabalho necessário para reformar (avaliado em cerca de US$ 1,7 milhão ou R$ 8 milhões) e reiniciar a educação", declarou à AFP o diretor da escola, Mykola Shpak.
Zinchenko e a lenda do futebol ucraniano Andriy Shevchenko visitaram a escola, jogaram com alguns dos 412 alunos e depois conversaram com eles sobre suas experiências com a ocupação russa da cidade, que ocorreu de 28 de fevereiro a 31 de março de 2022.
Foi então que ambos decidiram, em parceria com a instituição United24, organizar o "Game4Ukraine", uma partida beneficente que acontecerá em Stamford Bridge, estádio do Chelsea - time pelo qual Zinchenko jogou por algumas temporadas -, com o objetivo de arrecadar fundos para o colégio.
A United24 foi lançada pelo presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, para arrecadar doações para cobrir as necessidades mais importantes da Ucrânia: defesa e retirada de minas, assistência médica e reconstrução do país.
"Quase 800 colégios foram danificados pelos russos e é impossível reconstruir mais de 200 deles", afirmou Zinchenko no início do mês.
Porém, o que mais marcou o jogador do Arsenal foi ouvir como era a vida das crianças sob a ocupação russa.
"Alguns nos contaram que o Exército russo entrou em suas casas; olhar nos olhos deles faz com que você perceba as cicatrizes mentais que elas terão para o resto de suas vidas. É algo que assusta", confessou o lateral.
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— Arsenal (@Arsenal) July 31, 2023
Embora Zinchenko não tenha perdido nenhuma pessoa próxima, ele não consegue compreender a invasão.
"Alguém nasce e cresce em uma terra onde conhece cada pedra e árvore e, de repente, um dia alguém vem de outro lugar e pode fazer o que quiser, pode matar mulheres, homens e crianças e destruir tudo ao seu redor, em 2020, é absolutamente inacreditável. Nunca entenderei", lamentou o defensor.
O jogador, que será pai pela segunda vez, agradece por estar ajudando seu país em um campo que conhece melhor.
"Espero que, se meus filhos me perguntarem: 'pai, o que você fez naquele momento? Como você ajudou?', eu possa olhar nos olhos deles e dizer que fiz o meu melhor", finalizou Zinchenko.