Suspenso da presidência da Fifa pelo Comitê de Ética da entidade até 5 de janeiro, Joseph Blatter segue defendendo sua inocência. O dirigente disse ter sua confiança abusada no escândalo de corrupção que se desenvolveu dentro da instituição e admitiu arrependimento por não ter saído da Fifa após a Copa do Mundo do Brasil, em 2014.
“Meu único arrependimento é não ter me retirado após a Copa de 2014. Foi sugerido a mim, especialmente pela minha família. E eu deveria ter feito isso”, revelou em entrevista ao canal de televisão alemão ARD.
No entanto, o que fez Blatter mudar de ideia foi o pedido de alguns presidentes de confederações. "Naquela época, cinco dos seis presidentes de confederações disseram: 'Vamos, você tem que continuar'", afirmou. Dessa forma, o suíço se candidatou para o quinto mandato à frente da Fifa e venceu a eleição realizada no mês de maio.
As investigações do Departamento de Justiça dos EUA, junto com a Procuradoria-Geral da Suíça, acerca dos casos de corrupção na entidade máxima do futebol resultaram em inúmeras prisões de dirigentes de alto escalão, entre eles o do então presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin.
Os escândalos dentro da Fifa pressionaram Blatter, que viu as investigações chegarem perto de seu nome. Ele, então, decidiu renunciar ao cargo devido à “falta de apoio do futebol mundial”, nas suas próprias palavras, e convocou novas eleições para fevereiro de 2016.
O presidente da Fifa insiste em afirmar que não tinha conhecimento do que acontecia nos bastidores da entidade, principalmente com relação aos casos de corrupção e de distribuição de propinas. Blatter se diz um homem honesto, que confiou demais nas pessoas e, por isso, acabou prejudicado.
"O que posso dizer sobre mim mesmo é que eu sou um homem honesto, e eu confiava demais. Eu confiei nas pessoas, e essa confiança foi abusiva", avaliou.
