Cristóvão reclama de ‘racismo camuflado’ nas críticas que recebe - Gazeta Esportiva
Cristóvão reclama de ‘racismo camuflado’ nas críticas que recebe

Cristóvão reclama de ‘racismo camuflado’ nas críticas que recebe

Gazeta Esportiva

Por Redação

11/08/2015 às 11:05

São Paulo, SP

Treinador levanta bola sobre intolerância racial no futebol brasileiro (Foto: Gilvan de Souza/CRF)
Treinador flamenguista levanta bola sobre intolerância racial no futebol brasileiro (Foto: Gilvan de Souza/CRF)


O início fulminante de Paolo Guerrero chegou a ofuscar os problemas do Flamengo, mas dois tropeços seguidos fazem voltar à tona as críticas ao fraco desempenho rubro-negro no Campeonato Brasileiro. Segundo entende Cristóvão Borges, a maré de desaprovações ainda conteria intolerância racial.

“Venho sofrendo críticas que fogem do padrão normal do futebol”, avalia o técnico flamenguista à ESPN. “Começam com as críticas, as críticas insistentes, contínuas e diárias. Existem críticas exacerbadas que, por serem sistemáticas, viraram perseguição. E algumas com conotação racista, sim”, reclama Cristóvão.

Cristóvão Borges tem retrospecto de sete vitórias, um empate e sete derrotas à frente do Flamengo. O aproveitamento de 48% é considerado abaixo do esperado, visto que a equipe não consegue se firmar na metade de cima da classificação. Ele é um dos dois técnicos negros da elite do Campeonato Brasileiro – Roger Machado, do Grêmio, é o outro –, ainda que 53% da população do País se considere negra (dados do IBGE, 2013).

O treinador reclama de injúrias implícitas contra profissionais negros no futebol. “Foi citado que o Flamengo, na hora de escolher o treinador, deixou de escolher o Oswaldo de Oliveira para escolher o do Pelourinho”, lamenta Cristóvão. “Somos uma democracia, mas o racismo às vezes é camuflado”, avalia.

O técnico volta a balançar no comando do Flamengo após dois tropeços seguidos no Brasileirão. Especula-se ainda que possa perder o cargo caso o time seja derrotado pelo Atlético-PR nesta quarta-feira. “A tolerância comigo é diferente, sempre foi. Mas isso não é uma coisa que me afete a ponto de atrapalhar meu trabalho”, pondera Cristóvão, que precisará ter paciência para aguentar as críticas enquanto tenta recolocar o Rubro-Negro nos trilhos.

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