A médica Eva Carneiro, desligada oficialmente do Chelsea recentemente após polêmica de relacionamento com o técnico José Mourinho, fez um dos seus primeiros pronunciamentos passado todo o acontecido. Nesta sexta, ela reclamou da postura da Federação Inglesa (FA) em ouvir “apenas um lado” da questão e não punir Mourinho pelo desrespeito ao qual foi vítima no primeiro jogo desta temporada.
Diante do Swansea, em agosto, Eva foi a campo junto com o fisioterapeuta Jon Fearn para atender a Eden Hazard, que ficou reclamando de dores após ser alvo de uma chegada dura da marcação. O jogo, que estava empatado, e em seus momentos finais, teve de ser paralisado por alguns instantes para o atendimento médico, fato que irritou José Mourinho. O treinador português chegou até a xingar a médica de “filha da p...”.
“Incidentes como esse tornam tudo muito difícil para uma mulher no futebol. Fiquei surpresa por saber que a FA estava alegadamente investigando o incidente de 8 de agosto pela imprensa. Em nenhum momento me foi solicitado pela FA para fazer um comunicado [...] Escolher ignorar algumas das provas com certeza influenciará nos acontecimentos a seguir”, declarou a médica.
O presidente da Federação Inglesa de Futebol, Greg Dyke, condenou a postura de Mourinho frente à integrante da comissão técnica, mas alegou não ter evidências suficientes para puni-lo pelo ato. A associação de médicos do Campeonato Inglês respaldou Eva Carneiro, mas a mobilização coletiva parece não ter provocado nenhuma mudança nas decisões do alto escalão que comandam o futebol na Inglaterra.
“Na última temporada tive uma experiência parecida em um jogo contra o West Ham, no qual fui vítima de abuso verbal. Depois de queixas do público, a FA emitiu um comunicado para a imprensa dizendo que não houve cântico sexista nessa partida. Em nenhum momento fui procurada para um esclarecimento, apesar do fato de que o abuso sexualmente explícito foi claramente ouvido”, protestou.
