Após caso de Diakhaby, futebol espanhol se manifesta contra o racismo - Gazeta Esportiva
Após caso de Diakhaby, futebol espanhol se manifesta contra o racismo

Após caso de Diakhaby, futebol espanhol se manifesta contra o racismo

Gazeta Esportiva

Por AFP

05/04/2021 às 16:13 • Atualizado: 05/04/2021 às 16:16

São Paulo, SP

A entidade que organiza o Campeonato Espanhol, LaLiga, condenou o "racismo em todas as suas formas" nesta segunda-feira, enquanto o técnico Zinedine Zidane, do Real Madrid, pediu "tolerância zero" depois que os jogadores do Valencia deixaram o campo no domingo em solidariedade a seu companheiro de equipe francês Mouctar Diakhaby, que afirmou ter recebido insultos racistas de um adversário.

"LaLiga condena o racismo em todas as suas formas”, divulgou a entidade, lembrando que "levamos a sério qualquer acusação de racismo".

A La Liga se manifestou contra o racismo após a acusação do zagueiro Mouctar Diakhaby (Foto: Reprodução/LaLiga)


Na partida que o Cádiz venceu por 2 a 1, os jogadores do Valencia abandonaram o gramado depois que Diakhaby alegou ter sido ofendido com insultos racistas do zagueiro adversário Juan Cala. Na súmula do encontro, o árbitro David Medié Jiménez afirmou que Diakhaby relatou que foi chamado de "crioulo de merda" por Cala.

O zagueiro francês discutiu com o adversário e avisou ao árbitro que iria abandonar o campo, sendo acompanhado pelos companheiros de time. O jogo foi reiniciado cerca de 10 minutos depois, após ambas equipes decidirem retornar ao campo, embora Diakhaby tenha ficado no vestiário, sendo substituído por Hugo Guillamón.

O treinador do Cádiz, Álvaro Cervera, garantiu após o jogo que "Cala disse que em nenhum momento insultou o jogador. Ele é o meu jogador, tenho de acreditar". O próprio jogador do Cádiz, que vai conceder uma entrevista coletiva nesta terça-feira, garantiu à imprensa ao chegar ao treino desta segunda que está muito calmo. "Parece que neste país não há presunção de inocência", disse o jogador à televisão Gol.

Unidos contra o racismo

Nessa segunda, o Valencia divulgou uma foto de toda sua equipe reunida num campo, com Diakhaby em primeiro plano, com os jogadores com um braço erguido e a mão aberta, um gesto que representa o combate ao preconceito racial.



Já a Laliga voltou a informar que "trabalha com os clubes e com a arbitragem para fazer tudo o que for necessário para proteger os valores de igualdade e respeito que prevalecem em nossa competição de futebol profissional espanhol. Denunciamos e abrimos uma ação contra crimes de ódio em processo na Espanha".

A LaLiga está envolvida na investigação de dois torcedores do Espanyol de Barcelona que proferiram insultos racistas e imitaram os gestos de um macaco para o atacante Iñaki Williams, do Athletic. O atacante prestou depoimento no mês passado perante o juiz de instrução que deve decidir se leva o caso a julgamento, afirmando que se sentiu "humilhado" por aqueles gritos.

O fato ocorrido na partida entre Cádiz e Valencia repercutiu em outras equipes da primeira divisão da Espanha e, nesta segunda-feira, o técnico Zidane pediu "tolerância zero" ao racismo quando questionado sobre o incidentes do fim de semana.

Zidane afirmou que o racismo deve ter "tolerância zero" (Foto: Gabriel Bouys / AFP)


"A questão do racismo é tolerância zero", disse o treinador do Real Madrid em entrevista coletiva, na véspera do duelo com o inglês Liverpool pela partida de ida das quartas de final da Liga dos Campeões.

"Não sei bem o que aconteceu, não estava lá. É tudo sobre respeito. Antes de tudo deve existir respeito pela pessoa. Isso é o mais importante, e em relação ao racismo: Tolerância zero", concluiu Zidane.

Conteúdo Patrocinado