Contratado em janeiro de 2018 por mais de R$ 600 milhões junto ao Liverpool, Coutinho entrou no estrelado grupo do Barcelona com a pressão de um investimento altíssimo e a missão de suprir uma lacuna deixada por Neymar, que acertou sua transferência ao Paris Saint-Germain meses antes.
O brasileiro, no entanto, teve dificuldades para se firmar na equipe de Ernesto Valverde, recebeu duras críticas da mídia espanhola e, depois de tanto se calar em meio à insatisfação dos catalães, desabafou mais de um ano depois, quando marcou um lindo gol diante do Manchester United, no Camp Nou, pelas quartas de final da Liga dos Campeões, colocou a mão na orelha e xingou a torcida blaugrana em português.
Apesar da boa atuação do brasileiro, a atitude deu brecha para novas condenações de jornais e torcedores. Para piorar a situação, o meia revelado no Vasco não conseguiu repetir o desempenho nas partidas seguintes e acabou sendo vaiado por grande parte do estádio catalão 15 dias depois do gesto de "libertação", como ele mesmo descreveu, ao ser substituído na primeira semifinal da Champions.
Foi nesse momento que Messi entrou em ação. Maior nome da história do clube blaugrana, o argentino, que pouco vai aos microfones, fez questão de falar com a imprensa após a vitória, e o foco principal não foi sua atuação de gala, já que comandou a vitória do Barcelona com dois gols, e sim o momento vivido pelo companheiro brasileiro.
"Pedi para a torcida estar junto com a gente, não podemos criticar ninguém nesse momento. Eu não gosto que vaiem um companheiro como vaiaram ele. Agora tem que estar todo mundo junto. Vamos olhar para frente", disse Messi, na oportunidade.
Menos de dois meses depois, Coutinho e Messi voltam a uma semifinal, agora cada um de um lado, mas ambos carregando status de protagonista. O jogador cinco vezes melhor do mundo segue com a responsabilidade de fazer a Argentina conquistar um título após 26 anos – o último caneco da albiceleste foi justamente a Copa América, em 1993.
O brasileiro, por sua vez, tem mais uma vez a pressão deixada por Neymar. Com o corte do astro do PSG, o meio-campista aparece como referência técnica da Seleção e incumbido de ditar o ritmo de jogo dos comandados de Tite, que buscam manter o retrospecto de sempre vencer o torneio continental quando realizado em solo brasileiro.
