Sem sofrer com o físico aos 39 anos, Sheik estipula prazo para reestreia
Por Marcelo Baseggio
20/01/2018 às 09:00
São Paulo, SP
“Eu me sinto um cara geneticamente privilegiado. Todo mundo sabe que tenho 39 anos. Me sinto privilegiado porque papai do céu foi muito bom comigo. Fiquei quase três meses sem nenhuma atividade. No início do ano estava treinando com um personal trainer, que é completamente diferente de você estar treinando com um time profissional, a exigência é outra. Sendo bem direto: eu quero jogar, porque eu gosto de jogar. Sou peladeiro, no bom sentido. Em duas ou três semanas acho que posso jogar, é um pensamento meu. Sou atleta, não sou fisiologista, preparador físico. São eles que vão decidir para não ter nenhum risco, mas quero jogar”, afirmou Sheik.
No ano passado, Sheik entrou em campo em 25 partidas com a camisa da Ponte Preta e marcou cinco gols. Alternando boas atuações com outras mais regulares, o atacante não conseguiu evitar o rebaixamento da Macaca à Série B, entretanto, aos 39 anos, vai se tornando exemplo de longevidade dentro do futebol. Para o próprio jogador, o fato de seguir atuando não é surpresa, já que, embora sua vida fora dos gramados tenha sido bastante badalada nos últimos anos, sempre procurou se cuidar a ponto de continuar recebendo boas propostas.
“Investir a longo prazo não sei se é uma boa para o clube, mas, se na temporada o atleta foi bem, entendo que mereça oportunidades. Não sei se sou exemplo. Tive muitos cuidados como atleta. Já falei algumas vezes, é difícil acreditar. Todos os momentos de lazer que tive foram na minha folga ou então quando poderia estar fazendo aquilo. Entendo que o cara chega com 37 anos, 38 ou 39 e se ele se cuida, se é comprometido com o clube, com o trabalho, com as ideias, tem que ser valorizado e lembrado”, prosseguiu.
Apesar de conseguir lidar bem com as exigências físicas do futebol brasileiro, Emerson Sheik sabe que sua trajetória dentro das quatro linhas está chegando ao fim. Ao ser comparado com Zé Roberto, o atacante corintiano prontamente garantiu que não pretende repetir o feito do ex-lateral-esquerdo do Palmeiras, chamando-o de fenômeno, mas reconheceu ainda se sentir bem mesmo com a rotina um tanto quanto desgastante de jogador profissional.
“43 só o Zé mesmo. O Zé é um fenômeno. Não pretendo ir até os 43, mas estou feliz, gosto de estar feliz. Eu estou feliz estando feliz. Estou feliz aqui hoje e quero estar mais. Para isso, preciso ir bem, jogar bem. Estou me preparando para isso. Abri mão de muita coisa, inclusive, dos amores da minha vida, que são meus filhos. Quero fazer valer estar longe dos meus filhos, das pessoas que eu amo”, finalizou.