PF investiga superfaturamento nas obras do Mané Garrincha; Três são presos
Por Redação
23/05/2017 às 13:08 • Atualizado: 23/05/2017 às 13:15
São Paulo, SP
A ação faz parte da Operação Panatenaico, nome que faz alusão ao estádio da Grécia antiga que abrigou competições anteriores às Olimpíadas. Baseando-se nos depoimentos de executivos da construtora Andrade Gutierrez, responsável pela obra do Mané Garrincha, a PF crê em um superfaturamento de R$ 900 milhões. Inicialmente orçada em R$ 600 milhões, a reforma foi finalizada com um custo total de R$ 1,5 bilhão.
As revelações feitas pela alta cúpula da Andrade Gutierrez estão ligadas ao acordo de delação premiada aos investigadores da Operação Lava Jato. Foram expedidos 15 mandados de busca e apreensão, dez de prisão temporária e outras três conduções coercitivas a serem cumpridas em Brasília e nas regiões próximas à capital federal.
Segundo as informações fornecidas pelos executivos da Andrade Gutierrez, a licitação para a reforma do Mané Garrinha foi fraudada. A construtora, juntamente com a Via Engenharia, que fazia parte do consórcio, teria pago propina ao governador do Distrito Federal da época José Roberto Arruda o sucesso Agnelo Queiroz. O ex-vice-governador Tadeu Filippelli também foi beneficiado.
Além da prisão imediata dos envolvidos, o Ministério Público também ordenou a indisponibilidade dos bens dos investigados até o limite de R$ 60 milhões e o bloqueio dos bens ativos da Via Engenharia até o limite de R$ 450 milhões. O juiz Vallisney de Souza Oliveira da 10ª Vara Federal de Brasília autorizou o bloqueio de R$ 10 milhões de Arruda, R$ 10 milhões de Queiroz e R$ 6 milhões de Filippelli.
Antes do acordo de delação dos executivos da Andrade Gutierrez, já havia a suspeita de corrupção envolvendo as obras do Mané Garrinha pelo fato de o BNDES não ter financiado a reforma do estádio, ao contrário do que ocorreu em outras arenas para a Copa do Mundo. Ao invés disso, foi a Terracap quem bancou os investimentos de uma das sedes do Mundial, ainda que a empresa pública não tenha sido criada para esse propósito – a Terracap é responsável por gerir o patrimônio público de Brasília.