Após a médica Eva Carneiro anunciar sua demissão do Chelsea na última terça, por conta dos entreveros com o treinador José Mourinho desde o início da temporada, a Associação dos Médicos do Futebol – organismo que reúne todos os médicos do Campeonato Inglês – se colocou à disposição para amparar a médica em termos legais na ação contra o técnico português, que é acusado de usar linguagem abusiva no tratamento com Eva.
A associação, que já tinha se mostrado favorável a Eva na época da polêmica, disse estar extremamente desapontada com o desligamento da médica. “Contatamos recentemente Eva para oferecer nosso total apoio na tentativa de negociar uma saída satisfatória. O Chelsea agora considera isso como um assunto interno e o clube e os advogados de Eva devem discutir as questões futuras”, declarou por meio de um comunicado.
A presidente do conselho de inclusão da Federação Inglesa, Heather Rabbatts, não escondeu a frustração ao receber a notícia da demissão da médica. “Eva foi uma das poucas mulheres que já estavam há muito tempo no futebol, uma médica altamente respeitável que agiu com integridade profissional nas circunstâncias mais difíceis”, comentou.
A relação entre Eva Carneiro e José Mourinho começou a estremecer logo no primeiro jogo da temporada, quando o Chelsea, atual campeão, ficou apenas no empate em 2 a 2 com o Swansea, em jogo no Stamford Bridge. Na ocasião, quando faltavam alguns minutos para o fim da partida, Eva entrou em campo para atender a Eden Hazard e o técnico desaprovou, preocupando-se com o passar do tempo.
Mourinho chegou até a protestar contra Eva e o fisioterapeuta Jon Fearn, xingando-os de “filhos da p...”. A conduta do treinador, inclusive, já está sendo investigada pela Federação Inglesa. De acordo com o quesito E3 do regulamento, jogadores e técnicos podem ser penalizados por usarem de linguagem ofensiva ou abusiva, ou até mesmos fazerem gestos que simbolizem a falta de respeito.
